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18/07/2018  

Núcleo realiza análises com mexilhão-dourado

RAÍSSA CHRISTINE*

Professor Nelson Barrero: "novas metodologias e ferramentas genéticas possibilitaram entender os mecanismos de invasão e possíveis manejos de controle que impeçam o seu avanço"

Núcleo de Estudo e Pesquisa em Aquicultura e Genética realiza análises com o Limnoperna fortunei (mexilhão-dourado), espécie invasora na região

A proliferação de mexilhão-dourado tem preocupado a Secretaria Municipal do Ambiente (SEMA) e muitos ambientalistas. A espécie, por ter uma grande capacidade de reprodução e dispersão, além de praticamente não possuir predadores na fauna brasileira, espalha-se com rapidez, e por isso é considerada invasora. Pelos danos que causa, o mexilhão-dourado é apontado como uma "poluição biológica".

Por este motivo, vários estudos têm sido desenvolvidos para entender as características migratórias, ecológicas e de disseminação desse molusco invasor no Brasil, mas poucos estudos genéticos foram realizados. Segundo o professor Nelson Mauricio Lopera Barrero (Departamento de Zootecnia), coordenador do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Aquicultura e Genética (NEPAG) da UEL, o conhecimento da estrutura populacional de espécies invasoras, através de marcadores moleculares e técnicas aplicadas para estudos genéticos, são considerados fatores importantes para um controle mais eficiente. "Especificamente para o mexilhão-dourado, pesquisas realizadas através do estudo da Genética e Biologia Molecular forneceriam maiores informações, possibilitando o desenvolvimento de novas tecnologias que contribuam com o controle da espécie", ressalta.

Com a participação de estudantes de graduação e pós-graduação, de professores, pesquisadores e técnicos, o NEPAG desenvolveu trabalhos direcionados a obter novas metodologias e ferramentas que permitiram analisar geneticamente as populações naturais do mexilhão-dourado e possibilitaram a realização de novos estudos, em qualquer região brasileira impactada negativamente por este molusco.

Porém, para realizar qualquer análise genética a partir da manipulação do DNA, é necessário estabelecer protocolos de extração para cada espécie. "No caso do mexilhão-dourado, kits comerciais podem ser utilizados para a extração de DNA, no entanto, é sabido que esses kits são onerosos (geram muitos gastos), ainda mais quando se considera a avaliação de muitos exemplares", explica o professor Nelson.

Uma vez alcançado um protocolo efetivo de extração do DNA, o próximo passo é a realização de técnicas moleculares que podem permitir a obtenção de informações genéticas e a avaliação de populações naturais, neste caso, do mexilhão-dourado.

O NEPAG vem, através da genética aplicada à Aquicultura, desenvolvendo conhecimentos, experiências, projetos e eventos científicos, com o objetivo de direcionar e fortalecer essa linha de cadeia produtiva brasileira.

As linhas de pesquisa, ensino e extensão nas quais o NEPAG atua são: Produção e manejo de peixes, Análise da expressão gênica em peixes, Biotecnologia aplicada à produção animal, Genética molecular na piscicultura e na conservação, Pesquisa em manejo, controle e utilização do Limnoperna fortuneios. A partir da realização de projetos científicos, coordenados pelo professor Nelson, foram obtidos resultados que contribuíram significativamente para a obtenção de novas metodologias e ferramentas genéticas que permitiram analisar as populações naturais de mexilhão-dourado e possibilitaram entender os mecanismos de invasão e possíveis manejos de controle que impeçam o seu avanço.

"As pesquisas realizadas permitiram o alcance dos seguintes resultados: foi obtido um protocolo de extração que se mostrou um método prático, rápido, não contaminante e eficiente para obtenção do DNA do mexilhão-dourado. Foram desenvolvidos oito novos primers microssatélites (material necessário à replicação de DNA) que serão úteis em estudos de diversidade genética e estruturação populacional, contribuirão para a adoção de medidas de controle dessa espécie invasora no Brasil e nas bacias Sulamericanas. A partir desses resultados mecanismos de dispersão foram discutidos e medidas de controle foram propostas." esclarece Nelson.

Entre as pesquisas, destacam-se três estudos, todos escritos na língua inglesa e encaminhados a revistas científicas, nas quais dois foram publicados. "A comparative study of four DNA extraction protocols from adductor muscle in golden mussel (Limnoperna fortunei)", "Novel microsatellite markers for the invasive golden mussel Limnoperna fortunei" e "Structure and genetic variability of golden mussel (Limnoperna fortunei) populations from Brazilian reservoirs", os responsáveis pelos resultados encontrados.

O mexilhão-dourado

O mexilhão-dourado é um molusco bivalve (possui duas conchas) originário da Ásia. A espécie chegou à América do Sul provavelmente de modo acidental por navios cargueiros, tendo sido a Argentina o ponto de entrada. Do país vizinho chegou ao Brasil. Hoje a espécie já foi detectada em quase toda a região Sul e em vários pontos do Sudeste e Centro-Oeste.

Por que a presença dele é tão ruim?

Como espécie invasora, o mexilhão representa uma ameaça à fauna e à flora aquáticas. A espécie causa impactos ambientais, como rápida mudança da comunidade de Bentos (seres vivos que vivem em associação no fundo dos ambientes aquáticos), favorecendo a presença de outras espécies invasoras que impedem o desenvolvimento normal de plantas aquáticas e alterações nas cadeias alimentares do ambiente. Além disso, o mexilhão-dourado também causa prejuízos econômicos, como a obstrução de tubulações de captação de água, filtros e sistemas de resfriamento em indústrias e usinas hidrelétricas, sistemas de drenagem de águas pluviais, danos em motores e embarcações e prejuízos na pesca, já que a diminuição dos moluscos nativos diminui o alimento dos peixes.

*Estagiária de Jornalismo na COM


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