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19/04/2018  

Cursos de graduação têm 39 indígenas matriculados

Agência UEL

No dia em é comemorado o Dia do Índio, 19 de abril, a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) divulgou esta semana dados acerca dos indígenas matriculados nas sete Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES), o total de 230 indígenas. Os alunos, pertencentes a cinco etnias diferentes (Kaingang, Guarani, Xetá, Fulni-ô e Terena), estão distribuídos em 28 cursos de graduação. Só a UEL tem 39 alunos indígenas. 

Entre os cursos mais procurados pelo indígenas estão Pedagogia, Letras, História, Educação Física, Direito e Medicina. Na próxima edição do vestibular indígena serão disponibilizadas mais 52 vagas no vestibular indígena, sendo seis para cada universidade estadual e 10 vagas na Universidade Federal do Paraná (UFPR). O Vestibular Indígena é organizado no sistema de rodízio, entre as sete universidades estaduais e a UFPR.

Os números reforçam o perfil pioneiro do estado nas políticas de inclusão social, principalmente no que diz respeito ao povo indígena. Segundo a presidente da Comissão da Universidade para Índios (Cuia), Eloá Soares Kastelic, o vestibular como política de estado é referência nacional. "O Paraná é pioneiro nesse tipo de vestibular e isso faz com que estejamos a frente em termos de políticas sociais".

No ano de 2002 a primeira edição do Vestibular Indígena contou com 54 candidatos para 15 vagas. Na última edição foram cerca de 700 inscritos para 42 vagas.

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) é a que mais possui alunos indígenas somando 48, a Estadual de Londrina (UEL) tem 39, seguida pela Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) com 31, Estadual do Norte Paraná (UENP) com 26. A Estadual de Ponta Grossa (UEPG) possui 21, a Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) aparece com 19 e a Estadual do Paraná (Unespar) possui 6 alunos.

Para o professor Wagner Amaral, do Departamento de Serviço Social, do Centro de Estudos Sociais Aplicados, e membro da CUIA, o aumento exponencial do número de indígenas que participam do processo seletivo se deve aos profissionais que, depois de formados, atuam nas comunidades que eles pertencem. "Em 2017, depois de 15 anos de implantação da política, tivemos 55 profissionais formados. Os indígenas estão assumindo o protagonismo em diversas áreas, como educação, saúde e gestão. Sendo assim, acabam como espelho para as próximas gerações".

Gilza Ferreira de Souza pertence a etnia Kaingang e se formou em 2016 em Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ela deseja seguir a carreira profissional sem esquecer a população indígena. "Pretendo continuar trabalhando com o meu povo. Se conseguir conciliar minha profissão, melhor ainda. Porém, de qualquer maneira quero ajudar no desenvolvimento de novos estudantes que desejam entrar na universidade".

Wagner Amaral que coordena o projeto "as trajetórias dos profissionais indígenas e os circuitos de trabalho indígena na educação" também destaca que as universidades podem aprender muito com as experiências dos indígenas. "As instituições tem a oportunidade de se aprofundar no processo de interculturalidade. São trocas de sabedorias que proporcionam interação entre culturas e um enorme ganho de conhecimento".

Mesmo com as dificuldades de deslocamento até a universidade, Maria Lucia se tornou a primeira indígena Avá-guarani a se formar em Letras - Português e Espanhol na Unioeste no campus de Foz do Iguaçu. Formada em março deste ano, Maria conta que sempre sonhou em estudar Letras. "Esse era o meu sonho quando planejei entrar na universidade. Adoro dar aulas de guarani na aldeia e o curso me ajudou muito".

No processo de aprendizagem os professores e alunos foram essenciais para Maria concluir o curso. "No meu curso a maioria das pessoas, entre professores e alunos, compreenderam minha realidade e me ajudaram a terminar a universidade. No início, a língua foi uma barreira, mas conseguimos superar aos poucos".

Com 40 anos, Maria quer ingressar na pós-graduação da universidade. "Penso em fazer uma especialização e quem sabe até mestrado. Tenho que seguir me atualizando para ajudar, cada vez mais, minha aldeia".

Vestibular - A cada ano, uma universidade pública do estado fica responsável pela organização do Vestibular dos Povos Indígenas. Em 2018, a instituição organizadora é a UEPG. As provas estão previstas para o mês de outubro no município de Faxinal do Céu, na região centro sul paranaense.

O vestibular está dividido em duas etapas. A primeira delas, programada para o dia 21 de outubro será reservada para a prova oral, quando o indígena inscrito é entrevistado por uma banca formada por dois profissionais voltados ao trabalho com a temática indígena e à diversidade étnica.

No dia 22 de outubro será a vez da prova de redação e conhecimentos gerais, com questões de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Matemática, Física, Química, Biologia, História, Geografia e Línguas Indígenas, sendo elas o Guarani e Kaingang. As inscrições ocorrerão entre nos dias 1º e 31 de agosto.

(Com informações da SETI).


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