Pesquisador levantou dados de arquivos públicos e particulares do Paraná e São Paulo
O professor do Departamento de Arquitetura, coordenador do Laboratório de Paisagem e professor do Mestrado e Doutorado em Geografia da UEL, Humberto Yamaki, lança nesta quinta-feira (7) o livro Terras do Norte - paisagem e morfologia, que traz luz sobre as estratégias e projetos na ocupação e colonização às margens do Rio Paranapanema, no norte do Paraná, nas primeiras décadas do século XX. A obra representa um levantamento de informações de arquivos públicos e particulares do Paraná e São Paulo, resultando em 31 mapas inéditos ou pouco conhecidos, que revelam a estruturação da paisagem e a morfologia dos patrimônios projetados no Norte do Paraná. A obra será lançada nesta quinta, às 17h30, no Museu Histórico, com palestra do autor a respeito da pesquisa.
O livro tem 72 páginas, projeto gráfico da Visualita Casa de Design, com patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura de Londrina (Promic) e apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Para levantar as informações, Yamaki realizou sobreposições de imagens (mapas) identificando eixos de estruturação, limites e áreas de concessão de terras devolutas, que foram destinadas durante o processo de ocupação da região, algumas por iniciativa da Cia de Terras Norte do Paraná.
O professor identificou informações que trazem novos contornos para entender o processo de ocupação e desenvolvimento de Londrina e região. Antes do início dos trabalhos dos técnicos da Cia de Terras, a região já tinha os primeiros mapas de parcelamento do solo.
Entre as imagens inéditas levantadas pelo pesquisador e reveladas no livro estão mapas de Viação do Paraná, a concessão inicial da Cia Marcondes, posteriormente transferida para a Companhia de Terras Norte do Paraná (CNTP). A Planta das Terras Demarcadas para o engenheiro Francisco Beltrão, em 1924; a planta da Colônia Heimtal, em 1930, considerado o primeiro núcleo colonial projetado pela Cia de Terras. Outros detalhes revelados são a planta parcial da colonização das glebas dos Ribeirões Três Bocas, Jacutinga e Vermelho de 1930, a releitura da Planta de Londrina de 1932 e o projeto ferroviário da linha férrea CFSPP, no trecho além do Rio Tibagi.
O autor conclui que os projetos desenvolvidos para o desenvolvimento da região no início do século XX não foram o simples resultado de criatividade ou inovação. "Os projetos foram resultado da aplicação sistemática de Planos de Viação, Decretos de Concessão de Ferrovias e Terras Devolutas, além de Decretos de Povoamento e Colonização", afirma Yamaki.