Editais internacionais oferecem recursos a pesquisadores e contribuem para a projeção da produção científica da UEL no cenário internacional
O Escritório de Apoio ao Pesquisador (EAPq), da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG) da UEL, está divulgando três editais para pesquisadores interessados em aumentar a visibilidade da produção científica, com vistas à internacionalização direcionada a Grupos de Pesquisa e a Programas de Pós-graduação. O Edital Internacionalize 2018 prevê o pagamento da taxa de publicação de artigos científicos em periódicos considerados estratégicos para cada área de conhecimento. Já o REVISE 2018 oferece apoio à correção do idioma inglês em textos científicos e o Public 2018 dará apoio a publicações que envolvam professores orientadores de alunos de Iniciação Científica (IC). Os editais correspondem a um esforço concentrado para o fortalecimento da internacionalização, a partir da difusão dos trabalhos realizados por professores e estudantes de graduação e pós-graduação.
Somente nos primeiros seis meses deste ano, só para se ter uma dimensão das oportunidades, a PROPPG, juntamente com a Assessoria de Relações Internacionais (ARI) e órgãos de fomento, como CAPES e Fundação Araucária, divulgaram no portal da UEL nada menos do que 17 editais internacionais direcionados a pesquisadores. Cada anúncio representa uma porta aberta para que estudos e Programas de Pós-graduação encontrem parceiros em outros países, ampliando fronteiras e difundindo a marca da Universidade.
O Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UEL, Amauri Alfieri, avalia os editais como boas oportunidades, diante de um cenário de grave crise econômica no Brasil. Por outro lado ele chama a atenção que a internacionalização é um caminho sem volta para as Instituições de Ensino Superior e que a publicação de artigos em periódicos científicos de prestígio internacional representa apenas uma etapa deste processo.
Com a experiência de ter sido um dos responsáveis pelo Programa de Pós-graduação em Ciência Animal, avaliado com nota 6 pela Capes, o Pró-reitor acredita que a internacionalização precisa ser planejada para que o esforço atinja o objetivo. "O pesquisador do exterior e o orientador da UEL precisam manter bons contatos para oportunizar novas experiências no exterior e que estudantes e professores de fora também possam vir. Internacionalizar representa lançar todos os tentáculos para que as duas instituições possam estabelecer projetos futuros", comenta Alfieri. Para o Pró-reitor, a experiência internacional é uma via de mão dupla, pela qual se levam e trazem pesquisas e inovações tecnológicas.
Outra observação do Pró-reitor é quanto ao impacto da publicação. Periódicos científicos indexados arbitrados e com alto fator de impacto chancelam a qualidade do artigo científico, bem como do projeto de pesquisa que o originou. Para aumentar a visibilidade o ideal é que os textos possam ser publicados em periódicos open access.
Plano estratégico
A professora Ana Maria Bridi, também do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal e que comandou o Escritório de Apoio ao Pesquisador até meados de junho, afirma que professores, estudantes de graduação e de pós-graduação precisam pensar em um cenário internacional, o que demanda planejar currículos acadêmicos com este foco. O ideal é que professores e estudantes tenham pleno domínio de um idioma estrangeiro. "Muito em breve deverão sobressair as instituições que buscarem profissionais com este perfil", avalia.
Diante disso, Ana Maria defende um plano estratégico de internacionalização, condição já cobrada por algumas agências de fomento à pesquisa. Ela enumera as vantagens desta política, que prevê um nível maior de conhecimento gerado e repassado aos alunos já na graduação, com aulas bilíngues, recursos para equipamentos e laboratórios e incentivo à Iniciação Científica.
Para Bridi, "esta é a grande diferença entre faculdade e Universidade. Temos de pensar em promoção de grandes eventos, grupos de estudos que integram pesquisadores nacionais e internacionais e congressos com inserção internacional". São ações que devem ser estimuladas e incrementadas.
Busca constante
Há dez anos atuando no Departamento de Ciências Patológicas do Centro de Ciências Biológicas, o professor Waldiceu Verri Junior é um dos pesquisadores que buscam constantemente recursos e oportunidades em editais internacionais. Neste tempo de atuação o pesquisador conseguiu enviar para o exterior sete estudantes para doutorado sanduíche. Conseguiu ainda captar recursos de editais lançados por organizações renomadas como a International Association for the Study of Pain, de Whashington (EUA) e o Instituto Ortopedico Rizzoli, com sede em Bologna, na Itália. Este último edital reuniu pesquisadores italianos, do Brasil e Argentina, uma vez que o objetivo era proporcionar a interação de grupos de pesquisa da Europa e da América Latina.
Segundo o professor, que coordena o Laboratório de Pesquisa em Dor, Neuropatia e Inflamação, do CCB, em que pese os bons resultados, ele afirma que a aprovação em um edital internacional está bem longe dos 100%.
"Sempre vamos tentando e buscando o que é viável, não desistimos fácil", afirma o professor. Dos estudantes enviados para o exterior, ele menciona que um permaneceu na Harvard University (Boston) e o outro no Cedars-Sinai Medical Center, conceituado centro de pesquisa médica avançada, localizado em Los Angeles, Califórnia.