Linhas em zigue-zague definem os limites da pista
A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) implantou ontem, quinta-feira (15), uma sinalização viária experimental no interior do Campus Universitário. A intervenção consiste numa série de linhas em zigue-zague de forma a constituir a faixa de bordo - utilizada para definir os limites da pista - de maneira alternada. Implementadas numa faixa de aproximadamente 300 metros na continuação da Avenida Presidente Castelo Branco, as novas pinturas estão localizadas na Avenida das Perobas - umas das vias de acesso ao Campus Universitário.
De acordo com o diretor de Trânsito da CMTU, Hemerson Pacheco, a iniciativa é resultado de uma parceria entre a companhia e o curso de Psicologia do Centro de Ciências Biológicas (CCB). Há cerca de um ano representantes das duas instituições têm elaborado estudos voltados à definição de técnicas capazes de reduzir a velocidade desenvolvida pelos condutores. "Toda ideia que venha a minimizar os impactos negativos da dinâmica viária merecem ser analisados e experimentados, por isso optamos por essa novidade e esperamos obter bons resultados", contou.
Carlos Eduardo Ribeiro, coordenador de Educação da CMTU, explicou que a medida não tem regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e, por isso, foi implantada numa via interna do Campus, onde as regras de circulação não estão sob a jurisdição do Município. "A intenção é examinar os efeitos. Caso eles sejam positivos, a ideia é solicitar ao Contran uma autorização para que a inovação seja levada a vias públicas, de tráfego comum", explicou.
Professor Guilherme Bracarense Filgueiras, do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento (CCB) é responsável pelo projeto
Estudos - Para que a nova sinalização se tornasse realidade, UEL e CMTU realizaram levantamentos para identificar as características do trânsito no local. Segundo Guilherme Bracarense Filgueiras, professor do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento (CCB), sondagens com a utilização de radares móveis apontaram que entre 90 e 95% dos motoristas excedem a velocidade máxima permitida para a via, que é de 40 km/h.
O professor contou que foi um trabalho de longo prazo, o qual indicou o número de condutores usuários do trecho, a velocidade média desenvolvida por eles e os horários de maior movimentação. "Tal sinalização já é adotada em outros países e estudos revelam que, de fato, as pessoas tendem a tirar o pé do acelerador. Queremos analisar o impacto disso e verificar a efetividade da medida", frisou. Ele conta que a sinalização já é utilizada em países como Chile e Inglaterra.
Na próxima segunda-feira (19), quando começam as aulas do ano letivo de 2018 na Universidade, os responsáveis pelo estudo farão o acompanhamento do fluxo na via. Ainda de acordo com o professor, a observação deve se repetir uma semana, seis meses e um ano após a implementação das pinturas. O objetivo é observar o impacto inicial da medida e determinar se a mudança de hábito esperada vai permanecer com o tempo.
Caso seja aprovada, a iniciativa deve ser ampliada para outras partes do Campus e, possivelmente, para fora da Instituição. Participam do projeto três alunos da graduação e uma consultora externa. A intervenção foi avaliada e autorizada pela Prefeitura do Campus Universitário.
(Com informações da Assessoria de Imprensa da CMTU).