Solenidade foi realizada na Aintec
A UEL, por meio da Agência de Inovação Tecnológica (Aintec ), assinou
nesta terça-feira (13) o primeiro termo de transferência de tecnologia entre a academia e a iniciativa privada, visando a industrialização e comercialização de um kit inovador de detectação de formol no leite, uma das práticas comuns de adulteração do produto, que traz sérios riscos à saúde pública.
O kit será produzido e distribuído nacionalmente pela Londrilab Comércio de Produtos Microbiológicos, que tem previsão de iniciar a venda já a partir do próximo mês. Os kits chegarão ao consumidor, técnicos de inspeção que atuam nos laticínios, a um preço extremamente competitivo, em torno de R$ 1,45 por análise.
O desenvolvimento do kit em escala comercial só foi possível a partir de parceria entre o Laboratório de Inspeção de Produtos de Origem Animal (LIPOA) do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UEL com a Londrilab, a partir da intermediação da Aintec para a formalização do processo por meio de uma cooperação tecnológica, conforme prevê a nova Lei de Inovação.
Segundo a coordenadora do Lipoa, professora Vanerli Beloti, do Departamento de Medicina Veterinária e Preventiva, o problema de fraude do leite representa uma das linhas de pesquisa do Laboratório, a partir de seguidas solicitações de melhoria dos sistemas de fiscalização. O formol é um produto cancerígeno e sua introdução no leite representa um sério problema para a saúde pública, com impactos em toda a cadeia do leite e que ganhou contornos maiores a partir da operação Leite Compensado, desencadeada em 2013, quando foram detectadas adulterações em vários laticínios.
O kit apresenta uma solução simples, barata e confiável. Segundo Vanerli, o técnico da indústria usará 1 ml de leite e 1 ml de reagente e poderá facilmente identificar se a amostra apresenta ou não a presença de formol. Segundo ela, a amostra não pode apresentar qualquer coloração. A cor branca representa uma amostra livre de adulteração. "É uma prova fiel que permitirá aferir todo o leite que chegar à indústria", afirmou.
Inovação - Para o diretor da Aintec, Edson Miura, a cooperação entre a Universidade e o setor produtivo é fundamental para a promoção da ciência, tecnologia e inovação. "Como intermediadora entre academia e empresa, a Aintec, ao promover interações nesse sentido, também promove a pesquisa, amplia as possibilidades de aumento da competitividade das empresas e proporciona as condições reais do desenvolvimento econômico local", afirma. Segundo o diretor, a Aintec tem trabalhado para atuar de acordo com a Lei de Inovação de forma a promover as interações do setor produtivo, possibilitando a realização de pesquisas aplicadas.
A reitora da UEL, Berenice Quinzani Jordão, afirmou que a transferência de tecnologia é uma das funções da Aintec, que possibilita aos pesquisadores obterem patentes de produtos e serviços, colocando o conhecimento em prol da sociedade. Ela elogiou a equipe da Agência, que conseguiu cumprir os
prazos e exigências da nova Lei de Inovação em tempo recorde. Ainda de acordo com a reitora, no Brasil um processo de patente pode levar até mais de 10 anos para ser desenvolvido e concluído.
Os diretores da Londrilab, ClodoaldoTrainotti e José Antonio Menoti, afirmaram que a transferência de tecnologia permitirá levar o nome de Londrina, da UEL e da empresa para outras regiões. "Trabalhar com uma Universidade que é séria e competente, nos traz confiança e segurança. A parceria oferece, para o mercado leiteiro, um diferencial que agrega qualidade e valor aos produtos".
Participaram da cerimônia de assinatura do termo de transferência de tecnologia o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, professor Amauri Alfieri, o diretor do CCA, professor José Roberto Pinto, e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), Cláudio Tedeschi.