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18/05/2016  

UEL NA MÍDIA (18-5-2016 - Quarta-feira)

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Idosos ingressam no mundo das letras

Curso de alfabetização é oferecido no Centro de Convivência da zona leste

A história de vida de quem nunca aprendeu a ler e a escrever é marcada por situações constrangedoras. Não conseguir identificar uma linha de ônibus, não ser capaz de localizar endereços ou diferenciar produtos no supermercado são algumas das dificuldades pelas quais passam um analfabeto. Fora isso, tem a questão da eterna dependência do outro. Quando se começa a reconhecer as letras do alfabeto e juntá-las passa a fazer sentido, a sensação é de liberdade.

É essa a sensação que Isabel Valote Mafra, de 60 anos, começa agora a experimentar. Há pouco mais de um mês, ela iniciou o curso de alfabetização para adultos no Centro de Convivência da Pessoa Idosa (CCI) da zona leste de Londrina e, aos poucos, começa a se familiarizar com o abecedário. "Não saber ler é a coisa mais triste do mundo", atesta.

Isabel ainda se lembra com tristeza do dia em que não conseguiu chegar com a filha de apenas sete meses de idade ao Hospital Infantil. Sem conhecer o endereço, ela recebeu tantas informações desencontradas que acabou se perdendo no caminho. "Andei muito sem achar o hospital e não tinha dinheiro. Sentei na rua e comecei a chorar. Por sorte, um policial me viu e parou para oferecer ajuda. Disse que eu estava muito longe, mas que iria me levar até lá."

Recentemente, Isabel passou por novo constrangimento. No supermercado onde costuma fazer suas compras, chá e café são oferecidos como cortesia aos clientes, mas o conteúdo das garrafas térmicas é identificado por etiquetas. "Queria tomar café, mas não sabia qual era a garrafa certa. Pedi ajuda à faxineira do mercado e ela disse para eu me virar." Foi o que ela fez com o pouco que já aprendeu no curso de alfabetização. "Dei umas voltas no supermercado e ao voltar lá onde estava o café, com esforço consegui ver as letras. Reconheci a palavra que fica no pote onde guardo café na minha casa. Acho que não vou mais passar aperto e acho que a faxineira foi muito sem educação."

Maria Aparecida Silva, de 74 anos, também começa a ter contato com o mundo das letras. Criada só pelo pai, ela não teve oportunidade de ir à escola quando criança. "Meu pai dizia que ia aprender a escrever carta para namorado e ele não queria." Depois, mais velha, foi trabalhar na roça. Quando se casou, os filhos foram chegando e aí já não teve mais oportunidade. "É ruim entrar em uma loja e não saber o preço das coisas, no mercado, não saber de nada. Para pegar ônibus, vejo só as primeiras letras." A idade, acredita Maria Aparecida, dificulta um pouco o aprendizado, mas ela segue firme com o lápis na mão. "Estou me sentindo bem sabendo ler e escrever."

O curso oferecido pelo CCI Leste surgiu de uma parceria entre a Prefeitura de Londrina, que mantém o espaço, o Rotary Alvorada e a Unifil. O curso de alfabetização é ministrado pela presidente do Rotary Alvorada, Lázara Caramori, que também é professora e coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisas da Unifil, onde o curso foi registrado como projeto de extensão. "Eu nunca tinha trabalhado com alfabetização de adultos. Fiz um curso com a professora Vera Bahl, da UEL (Universidade Estadual de Londrina), que tem experiência na alfabetização de adultos e também é rotariana. Outras rotarianas também passaram pelo curso, assim como os estagiários da Unifil que atuam no projeto", contou a professora.

Atualmente, nove alunas frequentam o curso de alfabetização no CCI Leste. As aulas acontecem às segundas-feiras, das 9 às 11 horas. "Aqui não é uma escola. Nosso objetivo é que os alunos leiam e escrevam, que saibam se virar. Queremos promover a cidadania e a inclusão social."

FISIOTERAPIA

Além de três rotarianas, o curso conta com a colaboração de nove estagiários do curso de Fisioterapia da Unifil. Lázara explica que a iniciativa de levar estudantes de um curso da área de saúde para o projeto partiu da vontade de formar profissionais completos. "Não adianta o aluno sair da faculdade apenas com a formação técnica. Como professora, quero formar profissionais humanos, que tenham capacidade de se colocar no lugar do outro, que tenham respeito pelos idosos, que sejam éticos. Quero trabalhar os valores humanos, a cidadania. Penso que todas as universidade têm que lançar profissionais completos no mercado", destacou.

Pela metodologia adotada no curso, em três meses os alunos já deveriam estar alfabetizados, mas Lázara entende que esse tempo pode não ser o mesmo para todos os alunos. "Cada um tem um ritmo diferente e devemos respeitar, mas até o final do ano, acredito que todos estarão lendo e escrevendo."

SERVIÇO - O CCI Leste fica na Rua Gabriel Matokanovic, 260, no Jardim da Luz. O telefone é o 3375-0307.

Idosos ingressam no mundo das letras

Simoni Saris - Reportagem Local

Time de Meirelles divide opiniões de economistas

A escolha de Ilan Goldfajn para presidir o BC foi bem recebida pelo setor financeiro, mas há dúvidas sobre as medidas a ser tomadas no curto prazo

A equipe econômica do presidente interino Michel Temer (PMDB) divide a opinião de acadêmicos especialistas na área. Peças-chave foram confirmadas entre a noite de anteontem, quando a economista Maria Silvia Bastos Marques foi oficialmente anunciada para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), e a manhã de ontem, com a confirmação do ex-economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco Ilan Golfajn na presidência do Banco Central.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também anunciou Carlos Hamilton como novo secretário de Política Econômica, Mansueto Almeida como secretário de Acompanhamento Econômico e Marcelo Caetano como secretário da Previdência. A equipe foi bem recebida por entidades representativas dos setores econômico e financeiro por representar uma postura de austeridade fiscal e ortodoxia que agrada ao mercado.

Segundo o professor do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Carlos Roberto Ferreira, o que se espera da equipe econômica é que consiga dar "outra roupagem" para a economia brasileira. "As medidas anunciadas - que ainda não foram muitas, porque ainda estão sendo elaboradas ? fizeram o mercado reagir bem e eu considero posturas importantes e interessantes para o País."

Ferreira admite que, mesmo impopulares, as medidas são necessárias para, a médio e longo prazos, melhorar as finanças do País e a população poder usufruir dessa estabilidade que devem gerar.

Numa análise diametralmente oposta, o professor de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Fabiano Abranches Dalto considera que a equipe econômica de Temer deve reduzir investimentos públicos, manter as taxas de juros altas, a taxa de desemprego ainda crescente e a renda do brasileiro em queda. Por outro lado, ele prevê uma inflação baixa, mas mais por conta da estabilidade do câmbio que como resultado das medidas. "É uma equipe conservadora, pró-mercado, neoliberal. Qualquer termo desses se ajusta a eles", diz.

Os adjetivos remetem à política econômica adotada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que permaneceu no poder entre 1995 e 2002, com um governo marcado pela estabilidade da moeda e privatizações, mas também por recessão e desemprego.

Segundo Dalto, quem defende a adoção da política econômica proposta acredita que, ao obter alguma estabilidade, os investimentos retornariam. "Isso é o que o economista norte-americano Paul Krugman chama de ?fada da confiança?, mas empresário só vai investir se vender", afirma.

Além disso, o economista faz o paralelo de que o tucano tinha a aprovação da população, enquanto pesquisas recentes indicam que, em uma eleição, Temer não chegaria a 2% de votos. "Se não houve investimentos na época do FHC, imagine como será com o Temer, que não tem nada, é um governo ilegítimo? Não há ?fada de investimento? que salve."

Ferreira, entretanto, faz a ressalva de que os momentos são diferentes. "Na época do FHC, a conjuntura era outra. Saímos de uma situação de hiperinflação para outra de menos de 10%. O Brasil não estava bem e havia recessão na economia mundial", frisa.

O resultado de Lula só foi favorável, diz o economista, porque seu antecessor "fez a lição de casa" e a economia mundial melhorou. "O período pré-Fernando Henrique era terrível. O Lula teve sorte e, quando entrou no primeiro governo, seguiu as regras do antecessor", recorda.

Crescimento

Para Dalto, o crescimento econômico só seria retomado com incentivo ao consumo, mas com base no aumento da renda ? prejudicado pelo desemprego, que também afeta salários. Outra alternativa apontada seria por investimentos do governo em áreas como transportes, saneamento, saúde e educação. "Isso tem um efeito multiplicador porque as pessoas que recebem esse gasto do governo compram mercadorias e aumentam a capacidade de produção do empresário. Mas a equipe sinaliza com cortes de custos", aponta o economista.

Time de Meirelles divide opiniões de economistas

Luís Fernando Wiltemburg - Reportagem Local


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