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27/04/2016  

JORNAL NOTÍCIA 1.345

Agência UEL

        

Docente participa de pesquisa internacional

Escritório oferece apoio a pesquisadores

Micróbios do "bem" são usados para criar novos sabores

Máquina produz películas de plasma

Acontece

Estudo avalia força muscular em portadores de HIV

EDUEL

EXPEDIENTE

Docente participa de pesquisa internacional


Osmar Brito: "É muito bom para a UEL ter seu nome em uma revista desta importância"

CELSO MATTOS

Por meio de um acordo de cooperação entre a Embrapa e o Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (CIRAD), da França, o professor Osmar Rodrigues Brito, do Departamento de Agronomia (CCA), participou de uma pesquisa internacional realizada no Cerrado do Brasil (GO). O estudo teve início em 2003 e terminou em 2011. Os resultados foram publicados em fevereiro deste ano no periódico científico Scientific Reports, que pertence ao grupo da revista britânica Nature, uma das mais respeitadas do mundo.

O professor destaca a importância do nome da UEL estar nesta revista. ?Além de sua credibilidade no cenário científico internacional é também uma das mais lidas pelos cientistas do mundo inteiro?, sintetiza. "A pesquisa contou ainda com a participação da estudante Eliann Garcia Ferreira que na época era minha orientanda no programa de mestrado em Agronomia", acrescenta Osmar Brito.

O artigo publicado no Scientific Reports tem como título: "Evidence of limited carbon sequestration in soils under no-tillage systems in the Cerrado of Brazil", traz como autores Marc Corbeels e Eric Scopel (CIRAD), Robelio Leandro Marchão e Beata Emöke Madari (Embrapa), Marcos Siqueira Neto (Centro de Energia Nuclear na Agricultura da USP de Piracicaba), além dos dois pesquisadores da UEL.

Osmar Brito lembra que na Conferência Mundial de Mudança Climática realizada em Copenhague, na Dinamarca, em 2009, o governo brasileiro se comprometeu a adotar ações para reduzir a emissão de gás carbono (CO2) de 36 a 39% até 2020. "A pesquisa realizada no Cerrado evidencia essa redução naquela área por meio de plantio direto, porém com uma quantidade pouco menor que o esperado", informa.

O Brasil é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo e mais da metade dessas emissões são provenientes da agricultura, da pecuária (em menor quantidade), do uso de fertilizantes químicos e do desmatamento. Por esse motivo, o Brasil visa aumentar a área cultivada em plantio direto de 32 a 40 milhões de hectares até 2020. "A adoção de sistemas de plantio direto na agricultura é considerada uma forma eficaz de obter essa redução", ressalta o professor.

O plantio direto é um sistema de manejo do solo no qual a palha e os restos vegetais são deixados na superfície do solo, ou seja, é efetuado sem remover a terra. O solo é revolvido apenas no sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes. "É uma alternativa ao plantio convencional que utiliza as técnicas tradicionais de preparo do solo, exigindo que a terra seja arrada e gradeada por meio de maquinário para depois efetuar o plantio", explica o Osmar Brito.

O artigo destaca ainda que os agricultores do Cerrado começaram a adotar o plantio direto no início dos anos de 1980 para combater a erosão do solo, enquanto ao mesmo tempo reduzia trabalho, combustível e custo com máquinas. A região é responsável por 55% da produção total de grãos no Brasil e estima-se que cerca de 11 milhões de hectares de terras agrícolas no Cerrado são cultivados no sistema de plantio direto.

O professor diz que é preciso ficar claro que nesta pesquisa a UEL não é o "pai da criança" porque esse papel cabe à Embrapa e ao CIRAD. "O nome da Instituição não encabeça a pesquisa, mas está como uma das participantes. Até porque seria impossível para UEL estar à frente de um estudo desta magnitude, realizado em uma região muito distante de Londrina e que durou sete anos, mas o importante é que fizemos parte dele e isso coloca nossa Universidade entre as grandes instituições de pesquisa científica", destaca Osmar Brito.

Serviço: Para ler o artigo na íntegra basta acessar o endereço: www.nature.com/articles/srep21450
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Escritório oferece apoio a pesquisadores


O professor Arthur Eumann Mesas é o responsável pelo EAPq e também coordenador do EAIC na UEL

JOSÉ DE ARIMATHÉIA

A aprovação de um projeto, com a consequente captação de recursos financeiros, passa pelo adequado enquadramento aos termos dos editais, prazos às vezes exíguos, e correto preenchimento de toda a documentação exigida. Para um jovem docente ou pesquisador em início de carreira, são grandes as dificuldades em organizar todo o necessário.

Facilitar o acesso dos pesquisadores a estas fontes de recursos, buscar informações precisas das agências financiadoras e orientar os interessados a montar seus projetos, são alguns dos objetivos do Escritório de Apoio ao Pesquisador (EAPq), vinculado à Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, e uma antiga solicitação da comunidade universitária. A USP mantém setores semelhantes em diversos campi no estado, onde trabalham técnicos administrativos, mas o formato do EAPq, com um pesquisador especializado à frente, é inovador.

Os trabalhos do EAPq na UEL são desenvolvidos pelo professor Arthur Eumann Mesas, do Departamento de Saúde Coletiva (CCS), nomeado em maio do ano passado para este fim. O professor coordenou o Encontro Anual de Iniciação Científica de 2015 e continua com esta atribuição, dentro do Escritório, uma vez que a PROPPG assumiu o evento na UEL. A edição deste ano já está sendo organizada. O EAPq também realizou, em agosto passado, um curso de redação científica em inglês, chamado Research Connect, ofertado pelo Conselho Britânico e Fundação Araucária. Participaram 20 pesquisadores, da UEL, UTFPR e Unifil.

O Escritório constitui um canal de consulta para o pesquisador que teve acesso a um edital e ficou com dúvidas, no enquadramento do projeto ou na elaboração da proposta, entre outros aspectos. No caso de editais mais específicos, o EAPq estuda o edital, entra em contato com as agências de fomento e obtém as informações necessárias, evitando, por exemplo, que uma dúzia de interessados tenham que fazer tudo isso, individualmente. Internamente, o Escritório trabalha articulado com outras instâncias da PROPPG. Se são editais internacionais, a articulação é também com a Assessoria de Relações Internacionais (ARI).

MULTICÊNTRICOS - O professor informou ainda que o EAPq deverá oferecer um ciclo de palestras, voltado para docentes, estudantes de pós-graduação e pesquisadores de Iniciação Científica, para disseminar informações relevantes a todo pesquisador, como a organização de material bibliográfico, consulta a banco de dados, ética em pesquisa, entre outras. Ao mesmo tempo, os encontros servirão para que as diferentes áreas da UEL compartilhem suas pesquisas e possam, eventualmente, gerar projetos multicêntricos e multidisciplinares.

O PUBLIC 2016, edital lançado este mês que disponibiliza recursos para serviços de tradução e revisão de idioma estrangeiro, é a primeira proposição de auxílio do EAPq para um edital. Ele foi deliberadamente pensado para valorizar os alunos de IC, que devem aparecer como coautores da publicação. Esta valorização não é comum na maioria dos editais, e esta é exatamente uma das diretrizes do Escritório: contemplar o que as agências de fomento não contemplam.

O professor disse ainda que o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) tem uma preocupação partilhada com o Escritório: conhecer a evolução do aluno de IC depois da graduação, saber se ele continuou a prática da pesquisa em alguma pós-graduação, ou na prática profissional.

Além de estimular jovens pesquisadores e ajudá-los a melhorar sua carreira, o Escritório também busca atrair recursos através de projetos individuais. Nisso, o EAPq contribui ainda com informações que dão mais chances de aprovação aos projetos, como o caráter multidisciplinar e a inovação. Segundo o professor Arthur, isso é fundamental hoje em dia, em que está havendo muitos cortes de recursos, ao mesmo tempo em que a produção constante e de qualidade é cobrada dos pesquisadores.

PERFIL - Outro trabalho de fôlego que está sendo feito e que deve levar ainda cerca de três meses, é um mapeamento completo dos projetos de pesquisa, incluindo aspectos como o fator de impacto e o índice Qualis das publicações, envolvendo também a Pró-reitoria de Recursos Humanos e o CNPq. ?Um perfil da produção científica da UEL?, nas palavras do professor Arthur.

O mapeamento terá como base o ano de 2015, mas a ideia é torná-lo anual. Como será muito mais completo do que, por exemplo, uma avaliação da Capes, o perfil mostrará os pontos fortes - as áreas que mais publicam, os projetos de maior impacto, etc. - e dará respaldo para dire-cionar as ações da PROPPG.

Serviço: O professor Arthur atende no EAPq às segundas, terças e quartas à tarde, e nas quintas e sextas de manhã. O contato inicial deve ser preferen-temente pelo ramal: 5117 ou pelo e-mail eapq@uel.br.
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Micróbios do "bem" são usados para criar novos sabores


O mestrando Vitor Hugo e a professora Wilma Spinosa trabalham na fermentação do Kombucha na erva mate

CELSO MATTOS

Os processos de fermentação controlados são utilizados para elaborar produtos como queijo, vinho, vinagre, iogurte, cerveja e chás. Enquanto os micróbios "do mal" estragam a comida, os "do bem" são utilizados na fermentação para criar novos sabores e produzir diferentes tipos de alimentos e bebidas. É o caso do projeto de pesquisa "Kombucha: desenvolvimento e caracterização de bebida fermentada de camellia sinensis", coordenado pela professora Wilma Aparecida Spinosa, do Departamento de Ciências e Tecnologia de Alimentos, do Centro de Ciências Agrárias (CCA).

Kombucha é uma colônia composta de micro-organismos aglomerados em uma película parecida com uma ?panqueca?. Quando essa película é colocada em um recipiente contendo uma mistura do chá e do açúcar, transforma o líquido em uma bebida refrescante, gasosa e ácida que pode substituir o refrigerante. A cultura do Kombucha se alimenta do açúcar e, na troca, produz outras substâncias valiosas que se formam na bebida. É uma bebida muito tradicional na cultura asiática cuja técnica pode ser utilizada em diferentes tipos de chás como o verde ou preto, por exemplo.

O processo muda o sabor do chá deixando a bebida mais ácida, gostosa, refrescante e benéfica à saúde. A técnica agora está sendo desenvolvida em uma pesquisa de mestrado do programa de pós-graduação em Ciência de Alimentos da UEL, utilizando o Kombucha no chá mate que é muito consumido em algumas regiões do Brasil.

Sob orientação da professora Wilma Spinosa, a pesquisa é realizada pelo mestrando Vitor Hugo Tsuru. Ele ressalta que o Kombucha é uma bebida milenar, mas o estudo está fazendo uma reeleitura, uma adaptação para os hábitos dos brasileiros. "Na Ásia ela é muito utilizada no chá verde ou preto, mas na pesquisa estamos utilizando na erva mate que é uma matéria prima da América do Sul", explica o estudante. Ele acrescenta que a fermentação resulta em sabores diferentes do mesmo produto. "A mudança de sabor depende do processo de fermentação".

Nos Estados Unidos, Europa e Ásia é possível encontrar o Kombucha industrializado e vendido em latinhas e garrafas em supermercados. "Entretanto, aqui no Brasil é pouco conhecido e, geralmente, preparado em casa como se faz com o iogurte caseiro. Mas nossa intenção é pesquisar sua eficácia em matéria prima que faz parte dos hábitos alimentares dos brasileiros para difundir seu consumo no Brasil. É uma bebida que pode substituir o refrigerante", esclarece Vitor Hugo. "Aqui, o chá mate é consumido quente e apenas em algumas regiões. Além disso, não agrada o paladar de muita gente. A fermentação deste chá com o Kombucha, além de deixar o sabor mais agradável, é consumido gelado, que é mais apropriado ao nosso clima", acrescenta o mestrando.

A professora Wilma Spinosa destaca que as pesquisas desenvolvidas na área de fermentação no programa de pós-graduação em Ciência de Alimentos têm como objetivo fornecer dados científicos na produção de diferentes alimentos. "Utilizamos luz controlada, bases da química e regras estatísticas para transformar um produto em outro. Além de produzir um alimento mais saudável, trabalhamos para que esse alimento seja gostoso e agrade o paladar do consumidor. Comida tem que ser saborosa", afirma.

Ela lembra que em países europeus, em especial os nórdicos, cientistas ligados à área de alimentos trabalham em parceria com chefs de cozinha para descobrir novos produtos e sabores. ?Nesses países a técnica de fermentação é utilizada também na preservação dos alimentos, considerando que devido ao inverno longo e rigoroso a produção ocorre apenas alguns meses por ano, ao contrário do Brasil onde se produz o ano inteiro?. A professora, inclusive, desenvolve produto a base de fermentação do mel de abelha sem ferrão para o chef de cozinha brasileiro Alex Atala.

Segundo a lenda, o Kombucha surgiu na Ásia há mais de 2 mil anos. Um médico coreano chamado Kombu curou um imperador japonês de um dor de estômago com um chá fermentado com Kombucha e partir disso, a bebida se espalhou pela Ásia e depois para o mundo. A professora Wilma Spinosa ressalta que todo produto tem suas histórias e lendas que são importantes e não devem ser descartadas na pesquisa científica.

Vinagre de banana

A professora Wilma Spinosa também desenvolve pesquisas na área de fermentados como, por exemplo, vinagre extraído do melaço de soja, da banana, do gengibre e do cúrcuma. O Kombucha é uma das linhas de pesquisa.

Segundo ela, a fermentação também é uma forma de aproveitamento de produtos que não têm mais comercialização. É o caso da banana que, quando começa a ficar escura de tão madura, os supermercados acabam descartando. "Essa banana pode ser fermentada e virar vinagre", diz Wilma Spinosa.

As pesquisas desenvolvidas pela professora já renderam reportagens para os programas Globo Repórter e Mais Você, este último apresentado por Ana Maria Braga, da Rede Globo.

Fungos e bolores viram iguarias culinárias

Reportagem publicada no suplemento Folha Ciência, do jornal Folha de S. Paulo, no dia 11 deste mês, destaca o processo de fermentação a base de fungos e bactérias do "bem". O Katsuobuchi, por exemplo, é um atum fermentado vendido em raspas. O produto é usado na preparação do Daschi, um dos caldos básicos da culinária japonesa.

Já o Kefir é uma colônia de micro-organismos imersa em polissacarídeos e proteínas. Originário do Cáucaso, é formado por lactobacilos e leveduras aptos a fermentar o leite e outras bebidas. O Koji é um bolor utilizado nas culinárias chinesa e japonesa para fermentar o feijão de soja e para sacarificar o arroz e a batata na produção de bebidas alcoólicas como o saquê.

O Missô, ingrediente tradicional japonês é feito a partir da fermentação de arroz, cevada e soja com sal. O resultado é uma pasta usada principalmente para fazer uma sopa chamada mis-soshiru. O KVAS é uma bebida fermentada à base de pão ou de centeio popular na China, na Rússia, no Báltico e nas culturas eslavas. Pode ser preparada em versões com ou sem álcool. O Tsuke-mono é uma conserva em vinagre ou ácido cítrico. Há vários tipos de alimentos que podem ser fermentados com esta técnica, como o gari-gengibre, o pepino-japonês e a acelga.
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Máquina produz películas de plasma


O professor Alexandre Urbano explica as diferentes utilidades do equipamento

CHICO AMARO

O Laboratório de Películas, Superfícies e Interfaces (Lab PSI) da UEL acaba de receber uma máquina de produção de películas a plasma de última geração, adquirida com recursos de um edital lançado em 2013 pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), destinado a equipar laboratórios multiusuários.

A máquina custou 120 mil dólares ? mais de R$ 400 mil, no câmbio atual. Não é a única no Paraná com suas características, mas é certamente a primeira do Estado com diversos acessórios que a compõem, segundo o professor Alexandre Urbano, do Departamento de Física (CCE), coordenador do Lab PSI.

As películas que a nova máquina pode produzir também são chamadas de filmes finos. Têm larga aplicação industrial e são fonte de pesquisa em diversos âmbitos na academia - no caso da UEL, principalmente nas áreas de Física e Química.

Os filmes finos confeccionados pela máquina são, na verdade, filmes finíssimos, produzidos por uma técnica chamada, em inglês, "sputtering", relacionada à deposição de material para recobrir uma superfície por pulverização catódica. Para se ter ideia da espessura desses filmes, o professor Urbano informa que uma lente antirreflexo de óculos contém duas camadas (uma de cada lado) de 10 a 12 películas feitas por máquinas desse tipo. São até 24 películas que um observador, a olho nu, não supõe que estejam recobrindo a lente.

O processo a plasma diz respeito à forma como as películas são produzidas: a partir de gases que, ionizados, tornaram-se condutores de eletricidade. O plasma é considerado, na Física, o quarto estado da matéria (além do sólido, líquido e gasoso).

A máquina trabalha em baixa pressão, afirma o professor Alexandre Urbano. ?Para produzir uma película de qualidade, nós temos que reduzir a pressão atmosférica, no interior da máquina, em nove ordens de grandeza. Isso significa um bilhão de vezes, e é conseguido através de um sistema de vasos e bombas turbomoleculares?.

Esse sistema é um dos fatores que caracterizam o equipamento como de última geração. Outros são acessórios como um medidor de textura, que permite monitorar a espessura de uma película em tempo real, enquanto ela está crescendo. Também é possível controlar a temperatura do sistema, a aplicação de radiofrequência é autoajustável e o controle da quantidade de gás inserido na câmara é automatizado, de forma que a possibilidade de repetir amostras produzidas na máquina é muito grande.

MULTIUSUÁRIOS - Vários setores de pesquisa da UEL serão usuários da máquina. Um deles é o Laboratório de Filmes Finos do Departamento de Física, que analisa a ótica de películas para investigar seu potencial de emprego tecnológico. ?Hoje é possível mudar a propriedade ótica de uma película por meios elétricos?, explica o professor Urbano. "São as chamadas películas eletrocrômicas, que podem passar do estado claro para o estado escuro. Já existem em alguns retrovisores de automóveis. Permitem não só controlar a luminosidade de ambientes, mas também a temperatura. Têm grande potencial de aplicação".

Já o Grupo de Ótica estuda dispositivos fotovoltaicos feitos de material orgânico, cuja construção depende de filmes finos, porque estes detêm duas propriedades essenciais a essa finalidade ao mesmo tempo: são condutores de eletricidade e são transparentes à luz visível. A máquina pode produzi-los.

No Departamento de Química, o Grupo de Eletroquímica utiliza películas que, interagindo com a luz do sol, conseguem quebrar moléculas orgânicas, como as dos agrotóxicos. "É um trabalho voltado para a remediação ambiental", diz o professor. Para fazer seu trabalho experimental, os pesquisadores do grupo utilizam lâminas de vidro planas nas quais estejam depositados filmes finos como os que podem ser feitos pela nova máquina. Essas lâminas eram importadas, mas agora poderão ser produzidas na própria UEL. "É material de uso rotineiro nos Departamentos de Química e Física, e eu calculo que cada conjunto de 10 lâminas custe coisa de 1.200 dólares - um valor que poderemos deixar de gastar, pois conseguiremos produzir aqui, com toda qualidade", afirma Urbano.

Novas demandas serão atendidas

Segundo o professor Alexandre Urbano, a palavra que melhor define o novo equipamento é versatilidade. "Diferente do anterior, ele atende todo tipo de demanda da Universidade, e não só da nossa, também da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UFTPR) de Londrina, com a qual já mantemos parceria para sua utilização", diz o professor.

O melhor é que a simples disponibilidade da máquina na Instituição pode gerar novas demandas. "Existem áreas que não utilizam filmes finos porque não dispúnhamos de um equipamento como este. O pessoal de Alimentos produz filmes de celulose. Esta máquina pode recobri-los com um óxido ou com um metal específico ou com uma liga qualquer, com ganhos em termos de biodegradação, em termos de compatibilidade biológica. E esse é só um exemplo".

Outro âmbito no qual a máquina será útil é o da parceria com empresas. No projeto enviado à FINEP, em 2013, já se apresentavam empresas interessadas nessa parceria. Uma delas, pensando em adotar inovações tecnológicas, produz filtros de combustível, que são necessários em bombas de óleo diesel, porque esse combustível agrega água facilmente. "O filtro tem que ser repelente de água, mas não de diesel, e a máquina tem capacidade para produzir películas que desenvolvem essa ação", explica o professor Urbano. "Com essas películas, a eficiência do filtro será aumentada inúmeras vezes". Também já existem duas empresas oftálmicas que pretendem, a partir de seu contato com a UEL, dominar a tecnologia da construção de camadas endurecedoras de lentes, para que não risquem, e camadas antirreflexo.

O Laboratório de Películas, Superfícies e Interfaces é um sublaboratório do Laboratório de Análise por Raio X, coordenado pelo professor Jair Scarmínio, do Departamento de Fisíca. Ambos integram a estrutura de sete laboratórios multiusuários da UEL.
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Acontece

Infecção em Felinos
De 24 a 26 de junho, o Departamento de Clínicas Veterinárias (CCA) promove o evento "VIII Noites Infecciosas Felinas". O objetivo é atualizar os profissionais que atuam na área médica de felinos e despertar estudantes de graduação em Medicina Veterinária para esta especialidade por meio de palestras com informações mais profundas sobre as doenças que acometem os felinos. A coordenação do evento é do professor Marcelo de Souza Zanutto.O evento vai ser realizado no auditório do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). As inscrições podem ser feitas diretamente no Departamento de Clínicas Veterinárias. Mais informações ligue para 3371-4821, ou envie e-mail para mzanutto@gmail.com.

Boas Práticas
Estão abertas as inscrições do Prêmio Boas Práticas Solidárias. A edição deste ano oferece duas modalidades de premiação. A Modalidade 1, ligada a tema de caráter diverso, e Modalidade 2, relacionada a -Ações contra o Aedes?. Os estudantes podem se inscrever até 11 de maio na página da Pró-reitoria de Graduação (Prograd) - www.uel.br/prograd. O Prêmio, que faz parte do Programa de Recepção aos Ingressantes, visa o reconhecimento de atividades e ações solidárias realizadas pelos estudantes ingressantes e veteranos nos cursos de graduação. Todos os participantes vão receber certificados de reconhecimentos em cerimônia a ser realizada na Sala dos Conselhos. As ações serão divulgadas (fotos e vídeos) na página da Prograd, no link Programa de Recepção aos Ingressantes. Mais informações no endereço: www.uel.br/prograd/recepcao. 

Semana Jurídica
O Centro Acadêmico do curso de Direito da UEL organiza a 54ª Semana Jurídica. O evento, já tradicional em Londrina, é um dos maiores do país. Esta edição será realizada de 16 a 19 de maio, no Teatro Marista. Já foram confirmados os palestrantes Alexandre Mandl, Letícia Lanz, Salo de Carvalho, Cássio Scarpinella Bueno, Soraia da Rosa Mendes e Guilherme Scotti. Paralelo ao evento, ocorre, em parceria com o Mestrado em Direito Negocial da UEL, o VI Encontro Científico da Semana Jurídica. O objetivo é proporcionar um espaço de disseminação e de troca das recentes pesquisas realizadas por discentes, docentes e profissionais da área do Direito e correlatas. O encontro ocorre no dia 17 de maio, no Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA). As inscrições estão abertas e custam R$ 10,00 e podem ser feitas à parte da Semana Jurídica. O prazo para envio dos resumos é até amanhã (28). Mais informações sobre o evento podem ser encontradas no site: www.casm.org.br. 

Exposição Fotográfica
Está em exposição na Sala de Mostra Temporária, do Museu Histórico de Londrina/UEL, a exposição "Cianotipia - Impressões Alternativas". São 60 obras de Rodrigo Palazzo de Almeida Barros, médico, pesquisador e fotógrafo especializado na técnica de cianotipia, um dos primeiros processos de impressão fotográfica em papel. A exposição fica aberta ao público até o dia 23 de maio.O interesse do artista pela cianotipia surgiu quando estudou a história da fotografia em Houston, Estados Unidos, e conheceu técnicas de impressão fotográfica. Embora seja uma técnica antiga, produz imagens bem modernas. Mais informações pelos telefones (43) 3323-0082 ou 3324-4641.

Comunicação Didática
Estão abertas as inscrições para a segunda turma de 2016 do curso "Comunicação Didática: Habilidades de Ensino - Microensino 002/16", ofertado pelo Laboratório de Tecnologia Educacional (Labted). As inscrições podem ser feitas até 3 de junho. Os valores das taxas de inscrições são de R$ 154,00 (comunidade interna), e R$ 220,00 (comunidade externa). O curso será realizado no período de 7 a 29 de junho, com encontros às terças-feiras e quintas-feiras, das 14 às 18 horas. Mais informações pelo telefone (43) 3371-4518, pelo e-mail: labted@uel.br, ou no site www.uel.br/labted. 
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Estudo avalia força muscular em portadores de HIV


O professor Rafael Deminice e o estudante Vitor Hugo de Oliveira explicam como funciona a avaliação de força muscular no aparelho Dinamômetro Isocinético

CELSO MATTOS

O surgimento da terapia antirretroviral (TRV) aumentou a expectativa de vida dos portadores de HIV, mas não livrou os pacientes dos efeitos colaterais associados ao tratamento. Entre esses efeitos estão distúrbios metabólicos, acúmulo de gordura central, osteopenia, resistência à insulina, doenças cardiovasculares e perda de massa muscular. Efeitos que poderiam ser atenuados com um programa de educação física direcionado a esta população.

A convivência com portadores de HIV despertou no estudante Vitor Hugo Fernando de Oliveira o interesse em pesquisar mais a fundo este tema. Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele resolveu fazer mestrado na UEL sob a orientação do professor Rafael Deminice, do Departamento de Educação Física (CEFE), que na época coordenava o projeto de extensão "Programa de Atividade Física e Nutrição para Portadores de HIV".

Os estudos estão sendo aprofundados em sua tese de doutorado, também sob a orientação de Rafael Deminice. O estudante destaca que existem poucas pesquisas sobre os benefícios da atividade física para portadores de HIV. "É uma população negligenciada que ainda sofre preconceito, em especial os de baixo poder aquisitivo e que dependem exclusivamente da saúde pública", diz Vitor Hugo.

O professor Rafael Deminice acrescenta que o tratamento com o antirretroviral é efetivo no combate à ação do vírus, mas traz os já mencionados efeitos colaterais. "Um projeto piloto realizado na UEL em 2012 com 50 portadores de HIV revelou que um programa de atividade física pode aumentar a força muscular dando a esta população uma melhor qualidade de vida".

A perda de força muscular foi avaliada na pesquisa de mestrado, que analisou dois grupos de homens e mulheres na mesma faixa etária: um grupo portador do vírus HIV e outro não infectado. "A literatura existente na área já havia apontado que este grupo sofre uma perda na qualidade da massa muscular, fomos um pouco além para confirmar que também ocorre uma perda significativa de força muscular, em especial, nos membros inferiores e esta perda é mais acentuada nos homens que nas mulheres", aponta Vitor Hugo.

Segundo o doutorando, esses dados são importantes porque a força muscular está diretamente relacionada à independência física que se agrava conforme a idade avança. "Além disso, indica que os homens infectados precisam de uma atenção especial considerando que eles são mais prejudicados", sintetiza o estudante. Além de exames clínicos, o grupo pesquisado foi submetido a testes no aparelho Dinamômetro Isocinético, cuja função é a avaliar a força muscular tanto nos membros inferiores quanto nos superiores.

DOUTORADO ? Em sua pesquisa de doutorado, Vitor Hugo pretende obter resultados que não foram contemplados no mestrado como, por exemplo, quais os efeitos da medicação antirretroviral no sistema nervoso central dos portadores do HIV. "Existem estudos que demonstram que apesar de alguns infectados terem massa muscular normal a sua força muscular é fraca. Por que isso acorre é o que queremos estudar, considerando que é o sistema nervoso central que ativa a musculatura", explica o estudante.

De acordo com professor Rafael Deminice, os resultados desses estudos serão importantes para melhorar ainda mais a qualidade de vida dos portadores de HIV. "Em especial aqueles com poder aquisitivo baixo e que não têm acesso a um sistema de saúde mais avançado. Apesar da medicação manter a doença controlada, esta população ainda sofre muito como efeitos colaterais", destaca.

Projeto envolvia 5 áreas

Durante dois anos, o professor Rafael Deminice coordenou o projeto de extensão "Programa de Atividade Física e Nutrição para Portadores de HIV", mas atualmente o projeto encontra-se suspenso devido à falta de recursos. ?É um programa que depende de verbas para manter bolsistas de Educação Física, Psicologia e Nutrição, além de oferecer passes de ônibus para que os participantes venham até o Campus fazer o treinamento físico?, explica o professor.

Na época, o programa chegou a atender 50 portadores de HIV que faziam parte do cadastro do Centro de Referência de Tratamento de Aids de Londrina. "Entrevistamos 250 pessoas, e deste total 50 aceitaram participaram do programa", conta Rafael.

O projeto contava com a colaboração da médica Susana Lílian Wiechmann, hoje diretora clínica do HU; da assistente social, Argéria Maria Narciso, do Ambulatório de Especialidades do HU; do professor Fabiano Koich Miguel, do curso de Psicologia da UEL e da professora Flávia Troncon Rosa, do curso de Nutrição do Centro Universitário Filadélfia (Unifil). Além de estudantes bolsistas dos cursos de Educação Física, Psicologia e Nutrição. "Esperamos retomar o projeto em breve, mas para isso dependemos de recursos", afirma Deminice.
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EDUEL

PRATELEIRA

Divisão do trabalho & circuitos da economia urbana
Autor: Edilson Luis de Oliveira

A obra é dividida em duas partes, a primeira trata de três temas: a formação da cidade de Londrina, norte do Paraná, e o berço rural da sua economia urbana; as transformações da economia urbana de Londrina no período técnico-científico; o período atual e a dinâmica dos circuitos, em que o autor esclarece o significado de circuito superior e circuito inferior. A segunda parte do livro trata dos seguintes temas: a racionalidade do circuito inferior no período atual; trabalho, pobreza e circuito inferior; e o circuito inferior na divisão do trabalho: aceleração contemporânea, horizontalidade e articulação de escalas.

Dicionário Sindical e do trabalho
Autor: Ariovaldo Santos

O Dicionário sindical e do trabalho é uma obra que agrupa verbetes relevantes a estudiosos que se interessam por questões diretamente ligadas às relações que configuram a sociedade capitalista, assim como a trabalhadores e a estudantes de graduação e pós-graduação de diversas áreas, tais como Ciências Sociais, Economia, Pedagogia e Serviço Social, ainda que seu conteúdo não esteja restrito a esses campos de conhecimento.

O corpo de quem trabalha: estratégias para a construção do trabalhador
Autor: André Luiz Joanilho

A partir da discussão sobre a ideia de sujeito e corpo, o autor traça um mapa de práticas discursivas que reformulam conceitos de corpo e como são inseridos na sociedade. O trabalho se fragmenta por estudar algumas dessas regras de aparecimento. E também por estudar um curto período, no qual se colocam em cheque práticas discursivas e se procura disseminar outras. Além de entender o corpo como devir e por encarar o poder celular como diagramático.

Estes e outros títulos podem ser adquiridos na Livraria EDUEL.
Mais informações, pelo telefone 3371-4691. Ou pelo e-mail ? livraria-uel@uel.br

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EXPEDIENTE


Publicação semanal da Universidade Estadual de Londrina
Reitora: Profª Drª Berenice Quinzani Jordão
Vice-Reitor: Prof. Dr. Ludoviko Carnasciali dos Santos
Editado pela Coordenadoria de Comunicação Social - COM
Coordenadora da COM: Ligia Barroso
Editor: Celso Mattos
Fotógrafos: Gilberto Abelha; Daniel Procópio e Beatriz Botelho
Jornalista Diagramador: Moacir Ferri - (MTb-3277 PR)
Jornalista Diagramador e Editor eletrônico: Nadir Chaiben (MTb 3521-PR)
Endereço: UEL - Campus Universitário ? Caixa Postal 6001 - CEP 86051-990 - Londrina - Paraná - Página na Internet: www.uel.br
COM: Fone (43) 3371-4361 - 3371-4115 - Fax 3328-4593 (redação)
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