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19/11/2015  

HPV: o vírus do câncer do colo de útero posssui-foto

Agência UEL

A docente Karen Brajão que coordena o projeto com os pesquisadores colaboradores

O câncer do colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre mulheres no Brasil, atrás apenas do câncer de mama e de cólon e reto. Ano passado, foram notificados mais de 15.500 novos casos. A incidência, porém, não é uniforme no país. Se no sul ele cai para quinto, no norte ele é o primeiro, por causas de fatores sociais como falta de acesso a serviços e falta dos próprios serviços.

Em Londrina, a professora Karen Brajão de Oliveira, Departamento de Ciências Patológicas (CCB), coordena um projeto de pesquisa e extensão, que teve início em dezembro passado, que avalia a presença do vírus HPV (sigla em inglês para papilomavírus humano), associado a lesões no colo do útero, em mulheres atendidas em programas de prevenção ao câncer de colo de útero na rede pública de saúde. O projeto já atendeu mais de 300 mulheres, e pelo menos mais 300 passarão por ele. Entre as já atendidas, o vírus HPV foi detectado em 40% das mulheres. A vacina que tem sido aplicada nas jovens adolescentes é justamente para prevenir contra este vírus.

De acordo com a professora Karen Brajão, existem mais de 200 tipos de HPV, dos quais 40 subtipos estão diretamente associados a infecções de mucosas, como o colo de útero. ?O vírus pode ser encontrado em 99% das pessoas com câncer de colo de útero?, diz a professora. Porém, embora o vírus provoque lesões, elas podem ou não chegar a um câncer. É aí que entra o projeto, que atua em duas Unidades Básicas de Saúde (bairros Vivi Xavier e Armindo Guazzi) e no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar).

Durante os atendimentos preventivos, as mulheres colhem material para exames. A equipe do projeto ? que reúne mais dois professores colaboradores, cinco alunos de graduação e quatro de pós-graduação ? aproveita parte deste material para seus próprios exames. A metodologia aplicada, chamada de reação em cadeia de polimerase (PCR), é bem mais eficiente que os exames convencionais (como o papanicolau), porque vai ao nível do DNA do vírus HPV, mostrando-se mais sensível, e capaz de detectar especificamente seus subtipos, mesmo que não haja lesões.

Os mais de 200 subtipos descritos são classificados em alto risco, baixo risco e risco indeterminado, categorizados quanto ao seu potencial em levar ao câncer. Os subtipos 16 e 18 são bem conhecidos pelo alto risco, pois representam 70% dos casos de câncer. Quando o vírus é detectado, mas o exame citológico (papanicolau) não apresenta alterações sugestivas de lesão, a paciente começa a ser acompanhada com mais atenção, porque, dependendo da resposta de seu sistema imunológico, entre outros fatores, poderá vir a desenvolver lesões em diferentes graus. E se a lesão já existe, é tratada. Depois do câncer de pele, o de colo de útero é o que apresenta o maior potencial de prevenção e cura, quando diagnosticado precocemente.

PREVENÇÃO ? No momento da entrevista, a paciente recebe informações sobre aspectos do vírus e do desenvolvimento do câncer e a importância de se fazer o exame preventivo periodicamente. Uma vez detectado o HPV, ela é orientada pela equipe médica da UBS a realizar o exame preventivo com uma maior regularidade, no caso de ter uma vida sexual ativa, tomar medidas para evitar o contágio. Mesmo o homem pode desenvolver lesões por causa do vírus. Por isso, o projeto não fica apenas nos exames, mas, num segundo momento, desenvolverá ações educativas e campanhas informativas, com folders, palestras e oficinas. A equipe do projeto também já participou, este ano, de um mutirão de prevenção nas UBS, e outro deve ocorrer ainda este ano.

A professora Karen explicou que poucas mulheres conhecem o HPV, e às vezes pensam erroneamente que se trata do HIV (vírus da AIDS). O projeto se preocupa em informar as pacientes das diferenças. Diferentemente do HIV, o HPV pode ficar anos incubado, por exemplo.

O HPV é um vírus relativamente bem conservado, ou seja, não sofre mutações como o da gripe. Por isso, a vacina e os exames são mais eficientes, o que possibilita o aprimoramento de técnicas para sua detecção e prevenção, como o PCR. Em 2014, o órgão governamental que regulamenta o uso de medicamentos nos Estados Unidos, o FDA (Food and Drug Administration), aprovou a vacina nonavalente, que previne contra infecção de 7 subtipos de alto risco e 2 de baixo risco. A vacina quadrivalente disponível no Brasil confere proteção à infecção por 4 subtipos: dois de baixo (6 e 11) e dois de alto risco (16 e 18). A professora Karen Brajão informou que há pesquisas em andamento procurando o HPV em outros tipos de câncer.


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