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04/11/2015  

JORNAL NOTÍCIA 1.337 (4-11-2015 - Quarta-feira)

Agência UEL

        

O embate da redução da maioridade penal versus política de Estado

Encontros na UEL promovem a internacionalização

Com Núcleo de Agroecologia, UEL fortalece apoio à agricultura orgânica

Ante a "aposta perdida", pensar nas futuras gerações

Acontece

Parfor realiza dois seminários para discutir o futuro

EDUEL

EXPEDIENTE

O embate da redução da maioridade penal versus política de Estado

VERA SUGUIHIRO* e MARI NILZA FERRARI DE BARROS**

A polêmica é grande quando o assunto é adolescente, violência, atos infracionais, criminalidade juvenil. São muitos os jovens assassinados nos diferentes cantos do país. A discussão sobre a redução da maioridade penal ressurge sempre que um caso de violência choca o país. A violência praticada por jovens tem sido tema recorrente na vida cotidiana da sociedade, bem como nos meios de comunicação. Jovens matam porque estão envolvidos com o tráfico de drogas, ou porque foram assaltar alguém. Policiais matam jovens e, muitas vezes, montam a cena do crime para justificar a violência policial.

São inúmeros os motivos que podem ser empregados para justificar a violência, mas pouco se sabe acerca das razões que envolvem este quadro perverso. Os dados estão sempre aquém da realidade, mascarada muitas vezes pela falta de transparência e/ou excesso de controle e manipulação dos registros.

Parece fácil apontar culpados quando a questão é a violência praticada por adolescentes. O crescente número de envolvimento de jovens em atos infracionais tem gerado demanda de medidas repressivas e punitivas por parte da sociedade, o que vem se materializando por meio de projeto de lei e emenda à Constituição Federal, propondo a redução da idade de imputabilidade penal. A quem responsabilizar? Via de regra, o olhar recai sobre a família. E que família seria esta? A resposta está sempre na ponta da língua: "família desestruturada". É no interior da família que se procuram os fatores responsáveis pela criminalidade juvenil. A trajetória da criminalidade dos pais; a negligência ou abandono dos pais; problemas de desfiliação. No imaginário da sociedade a criminalidade anda de mãos dadas com a pobreza, associada com o baixo nível de escolaridade, envolvendo a população de negros e pardos, ou seja, há uma criminalização da pobreza.

No entanto, quando o olhar se desloca para o entorno social, começa-se a vislumbrar outros aspectos do cotidiano presente na vida de inúmeras famílias, mas desconsiderados pela sociedade civil e poder público. Muito se fala da violência intrafamiliar, mas poucos conseguem perceber a face violentadora do Estado. Os gastos com segurança pública não têm resolvido os problemas da violência e da criminalidade, na medida em que seus investimentos têm se dado no campo da repressão, prisão e decisão judicial. Não que estas soluções sejam mais eficientes, mas porque são mais eficazes do ponto de vista higienista.

O debate que deve ser travado na sociedade deve caminhar para além da discussão maniqueísta de ser contra ou a favor da redução da maioridade penal. É preciso compreender as condições sociais de vida de jovens que cometem atos infracionais, com histórico reiterado de violação de seus direitos. Estes jovens também fazem parte de uma sociedade de consumo em que prevalece a sedução do mercado, colocando em disputa aqueles que desejam e os que podem consumir. A forma como se consegue satisfazer as necessidades e o quanto destas necessidades é satisfeito é que configuram as desigualdades sociais e as situações de vulnerabilidade que atingem milhões de jovens. Vivemos numa sociedade em que prevalece a desigualdade social, a escassez de oportunidades, a falta de experiência e expectativa sociais e as facilidades sedutoras do crime organizado.

A presença assistencialista do Estado, forjada sob a perspectiva de uma "política pobre para os pobres", tem contribuído para o ingresso precoce de jovens no mundo do crime, como alternativa rápida "do aqui e agora" para atender suas necessidades de consumo. O jovem, invisível aos olhos do Estado, contraditoriamente, ganha visibilidade quando integra o mundo do crime, ou quando está em cumprimento de medidas socioeducativas e/ou quando é protagonista da mídia sensacionalista que (des)informa a opinião pública.

Para melhor contextualização da realidade vivida por jovens no Brasil, é importante fazer um levantamento simples de quantos programas para jovens estão em andamento no Brasil. Os mais divulgados na atualidade: o PROFIS foi criado com o discurso de dar acesso à camada mais vulnerável ao ensino superior. No entanto, é uma solução para resolver o problema de vagas ociosas do ensino privado. O PRONATEC promete, por meio da qualificação profissional, inserir os jovens no mercado de trabalho. No entanto, é uma promessa não cumprida na medida em que o mercado exigente não se satisfaz com a formação de jovens com habilidade manual e técnica. São apenas dois exemplos de programas existentes no Brasil que pouco têm contribuído para a qualificação de jovens, no sentido de criar oportunidades e alternativas reais para o seu desenvolvimento pessoal e social.

Portanto, não são os projetos sociais travestidos de políticas públicas que o governo oferece, de caráter pontual, emergencial e descontínuo, associados à proposta da redução da maioridade penal, que poderão resolver os problemas de jovens com prática de ato infracional.

A solução das mazelas em que estão envolvidos os jovens não está na redução da maioridade penal, tampouco no seu encarceramento. São soluções mágicas que podem até criar uma sensação de segurança social à sociedade, mas ao mesmo tempo e no mesmo movimento, desresponsabiliza o Estado em reconhecer e assumir o problema como uma questão de Estado o que exige a formulação de políticas públicas de qualidade.

*Professora do Departamento de Serviço Social (CESA), e coordenadora do Projeto de Pesquisa/Extensão - Juventude e Violência: da Violação à Garantia de Direitos.

**Professora aposentada do Departamento de Psicologia Social e Institucional (CCB), e colaboradora do projeto.
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Encontros na UEL promovem a internacionalização


Manuel Simôes: "O Seminário contribuirá para o fortalecimento de uma cultura de internacionalização e aperfeiçoamento de estratégias de mobilidade acadêmica na comunidade universitária paranaense"

PEDRO LIVORATTI

Representantes de universidades públicas paranaenses e de países do centro oeste latino americano, participam, entre os dias 11 e 13 de novembro, no Campus da UEL, de três eventos com objetivo único: discutir e promover a internacionalização e a mobilidade acadêmica, apresentando oportunidades para a integração científica e cultural no Ensino Superior Público.

Todas as atividades serão realizadas no Auditório do PDE, e entre os conferencistas convidados estão o coordenador de Relações Internacionais e Institucionais da Unicamp, Leandro Tessler; o presidente da Associação Brasileira de Educação Internacional (FAUBAI) e assessor chefe de Relações Externas e Institucionais da Unesp, José Celso Freire Junior; o diretor Científico da Fundação Araucária, Nilceu Jacobs Deitos; o presidente da Associação Paranaense de Instituições de Ensino Superior Público (Apiesp), Aldo Nelson Bona; e o Secretário Estadual de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia do Paraná (SETI), João Carlos Gomes.

A programação começa com o 4º Seminário de Internacionalização das Instituições de Ensino Superior do Paraná (SIIES), nos dias 11 e 12. No dia 13, pela manhã, será realizado o 1º Congresso Técnico da Apiesp, e à tarde, a Reunião Plenária de Reitores da Rede Zicosur Universitária, reunindo gestores e dirigentes de Relações Internacionais e de programas de pesquisa e pós-graduação de universidades públicas da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai e de estados do Sul do Brasil.

Os três eventos buscam fortalecer o conceito de internacionalização no Ensino Superior, processo importante para a integração global e para o desenvolvimento acadêmico e científico. Os eventos fazem parte do FOPIN - Fórum Permanente de Internacionalização da UEL e, de acordo com o assessor de Relações Internacionais da Universidade, Manuel Simões, os encontros estão integrados para que haja continuidade entre os debates.

Com o tema central "Internacio-nalização - Processo de Reflexão e Construção", o 4º SIIES reunirá reitores, assessores de relações internacionais, dirigentes e coordenadores de órgãos acadêmicos e de programas de pesquisa de cursos de graduação e de pós-graduação, pesquisadores, estudantes e intercambistas para discutir e avaliar, além da estrutura existente para a verticalização do Ensino Superior, também as linhas de fomento, desafios, perspectivas e formas de ampliar a mobilidade acadêmica (docente e discente).

"Esta edição do SIIES ampliará as discussões dos eventos anteriores, pois integrará também outras universidades públicas latino-americanas, contribuindo assim para o fortalecimento de uma cultura de internacionalização, possibilitando, sobretudo, o aperfeiçoando de estratégias de mobilidade acadêmica na comunidade universitária paranaense", afirma Manuel Simões, também coordenador geral do evento. 

O Seminário é uma iniciativa das Assessorias e Escritórios de Relações Internacionais das Universidades Estaduais do Paraná. Em 2015 tem como promotora a UEL, e está sendo organizado pela ARI e a Coordenadoria de Comunicação Social (COM). A programação completa pode ser conferida no endereço www.uel.br/eventos/insc/?id=2223 ou na página da ARI www.uel.br/ari. Informações também pelo email uelari@uel.br ou pelo telefone (43) 3371-4188.

PROGRAMAÇÃO - A programação do 4º SIIES contempla painéis, oficinas e conferências com a participação de professores, estudantes e dirigentes de unidades acadêmicas das Universidades. Além de relatos de experiências, estão previstas também conferências sobre internacionalização. Na conferência de abertura, dia 11, às 9 horas, o coordenador de Relações Internacionais e Institucionais da Unicamp, professor Leandro Tessler, fala sobre o tema "Institucionalização da Internacionalização nas Universidades Brasileiras". Após sua apresentação, uma rodada de debates com mediação da diretora de Assuntos Acadêmicos da UEL e coordenadora do Programa Ciência sem Fronteiras, professora Milena Kanashiro, e do Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEL, professor Amauri Alfieri.

Na tarde do mesmo dia, dois ciclos de palestras relatam as experiências e desafios do processo de internacionalização nas sete universidades estaduais paranaenses. A UEL apresentará, além dos pioneiros Núcleos de Estudos da Cultura Japonesa e Afro-Brasileiros, também o trabalho realizado com diferencial na área de Ciências Agrárias (incluindo o Programa Brafagri), e um projeto de Programa de Internacionalização na Extensão, em desenvolvimento pela PROEX. 

No dia 12, a partir das 8h30, o diretor Científico da Fundação Araucária, Nilceu Jacobs Deitos, falará sobre "Financiamento da pesquisa e da pós-graduação no Paraná: desafios e perspectivas". Na sequência, a conferência com o professor da Unesp, José Celso Freire Júnior. Presidente da Associação Brasileira de Educação Internacional (FAUBAI), ele discorrerá sobre o quadro atual da internacionalização nas IES brasileiras, focando, em especial, na integração e capacitação de recursos humanos.

Ainda no período da manhã, um painel sobre Mobilidade Internacional reúne estudantes da Unespar, Unioeste e UENP. Também participam dois Agentes Universitários da UENP, UEM e professores da UEPG e da Unicentro. A proposta é que os convidados apresentem suas experiências de mobilidade acadêmica e de vivência internacional.

E à tarde, a partir das 16 horas, o painel de tema "Integração Regional do Ensino Superior na América Latina", com a participação de Margie Rauen, docente aposentada e ex-assessora do Escritório de Relações Internacionais da Unicentro, e de Cesar Trabucco, docente e diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Universidade de Antofagasta (Chile), e instituição membro da Rede Zicosur Universitária.

No dia 13, pela manhã, será realizado o I Congresso Técnico da Apiesp, com um painel sobre "Autonomia das Instituições de Ensino Superior do Paraná", seguido de debates sobre a instalação de Câmaras Temáticas da Apiesp - Internacionalização, Educação a Distancia, Investigação Científica e Atenção à Comunidade.

Integração Apiesp e Zicosur

No último dia (13), encerrando os encontros, a UEL sedia a 2ª Reunião Plenária de 2015 da Rede Zicosur Universitária, reunindo reitores, diretores acadêmicos e de relações internacionais das instituições de Ensino Superior Público dos países membros: Chile, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai, e estados do Sul do Brasil. O objetivo é fortalecer parcerias na área de mobilidade acadêmica (docentes e estudantes) e em programas de cooperação que busquem promover o intercâmbio de conhecimento científico, projetos tecnológicos e programas extensionistas.
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Com Núcleo de Agroecologia, UEL fortalece apoio à agricultura orgânica


Professores, alunos e profissionais: NEAGRO é campo de atuação da Universidade no ensino, na pesquisa e na extensão

CHICO AMARO

Não é de hoje que a UEL, por meio de seus professores e alunos, atua no incentivo à produção orgânica na agricultura - aquela que, entre outras características, prescinde do uso de agroquímicos na lavoura, adota práticas em harmonia com o meio ambiente e resulta em alimentos mais saudáveis, para os quais existe um mercado crescente e disposto a pagar preços mais altos que os dos produtos da chamada agricultura comercial.

No entanto, esse trabalho ganhou importante impulso este ano, com a aprovação, pelo CNPq, de recursos que permitiram a criação do Núcleo de Estudos de Agroecologia da UEL (NEAGRO), um projeto de pesquisa multidisciplinar, coordenado pelo professor Maurício Ursi Ventura, do Departamento de Agronomia (CCA). O projeto inclui atividades de ensino e extensão. O valor liberado, de R$ 82 mil, para serem gastos em dois anos, tem servido para pagar bolsas de extensão a um agrônomo e uma médica veterinária. Pequena parte será usada na compra de equipamentos. Uma área de 10 ha da Fazenda-Escola será transformada em Laboratório de Agroecologia, com a instalação de estufas e a implantação de canteiros para a produção de orgânicos. 

A criação do NEAGRO dará maior visibilidade às ações desenvolvidas na instituição com o objetivo de aprimorar e divulgar técnicas de produção de alimentos orgânicos e pesquisar soluções para problemas específicos verificados na lavoura e apontados pelos produtores.

O trabalho tem várias frentes. "No ensino, temos uma disciplina de Agroecologia na graduação em Agronomia e disciplinas que compõem o escopo da Agroecologia no mestrado e no doutorado", informa o professor Ursi. A pós-graduação é o ambiente próprio para a pesquisa. Além disso, vários professores fazem parte da REPAGRO - Rede Paranaense de Pesquisa em Agroecologia -, sendo que o próprio professor Ursi é membro do comitê gestor da rede. Na UEL, o tema da Agroecologia também mobiliza professores de outras áreas, como Geociências, Biologia, Bioquímica e Biotecnologia.

Na extensão, existe um trabalho de grande vulto. Os professores Maurício Ursi e Adilson Luiz Seifert, do Departamento de Agronomia, coordenam, na região, as atividades do Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos, do Governo do Estado, cujo foco é a capacitação dos produtores que optam por substituir as práticas da produção da agricultura comercial pelas da agricultura orgânica. Três engenheiros agrônomos, bolsistas do programa, fazem o trabalho de campo junto a cerca de 80 produtores reunidos em núcleos nos municípios de Uraí, Londrina, Apucarana, Rolândia, São Jerônimo da Serra, Santa Cecília do Pavão, Marilândia do Sul, Jaguapitã, Arapongas e Ortigueira. Alunos da UEL também participam.

CERTIFICAÇÃO - A obtenção da certificação é um processo essencial para que os produtores de orgânicos tenham direito a benefícios como os que são oferecidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Governo Federal, voltados principalmente para a aquisição de produtos da agricultura familiar. Nos dois programas, o preço pago por produtos orgânicos certificados é 30% superior ao de produtos da agricultura comercial. 

A certificação é dada pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), após auditoria na qual se avalia o processo de produção da propriedade. "A intenção da certificação é verificar o cumprimento da legislação trabalhista pelo proprietário, buscar o desenvolvimento das famílias e, sob o aspecto ambiental, obter alimentos sem recorrer aos agrotóxicos com suas consequências deletérias", observa o professor Ursi. Segundo ele, os benefícios ambientais vão muito além da drástica amenização dos riscos representados pelo uso de agrotóxicos para o ambiente e para a saúde do consumidor: "Existe um conjunto de preocupações que estão na nossa alçada: conservação do solo, preservação de rios, matas ciliares, outorga de água - a água hoje é um problema muito sério. Eu diria que a pessoa, quando consome um produto orgânico certificado, não sabe o grande benefício que está trazendo para a sociedade e o meio ambiente. Existe uma cadeia por trás daquele produto".

Além da certificação feita pelo Tecpar, teve início o processo de acreditação do processo orgânico participativo, informa o professor Ursi. "Temos a rede Ecovida, com 4 mil produtores do Sul do Brasil, e são os próprios pares que fazem o processo de avaliação. É muito interessante, porque os agricultores não querem que exista falha no sistema - isso prejudicaria toda a rede. Nós fazemos reuniões nas propriedades, e os próprios colegas vão fiscalizar o processo de produção. O pessoal brinca dizendo que é o controle por fofoca", comenta.

Em síntese, a criação do NEAGRO amplia a participação da UEL num campo do conhecimento e da produção alimentar que tem despertado cada vez mais interesse no Paraná e no Brasil. Várias universidades paranaenses também já têm seus núcleos de agroecologia.

Entre alunos e jovens profissionais, entusiasmo

Formado há um ano e atuando como bolsista do Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos, o agrônomo Felipe Álvares Spagnuolo está perfeitamente identificado com o projeto de disseminação dos princípios da agricultura orgânica. "Um agricultor produzia, por exemplo, 5 mil pés de alface. Nós trabalhamos para que ele diversifique: 1 mil pés de alface, tomate, milho verde, mandioca, banana. Levamos uma metodologia de transição da cultura anterior para o novo sistema", diz Felipe. Segundo ele, os produtores ficam satisfeitos com a adoção da nova estratégia, que resulta em redução do uso de insumos e da presença de pragas e doenças na lavoura.

Outro extensionista do Programa, Felipe Machado de Freiras, observa que os produtores "são pessoas muito boas e bem intencionadas", e que aderem à agricultura orgânica porque "estão preocupadas com o futuro das crianças". Chama a atenção, ainda, para um fenômeno de que quase não se tem notícia no Brasil: "A produção de orgânicos tem ajudado a fixar as pessoas no campo, mas não só - o filho do agricultor, que já morava na cidade, às vezes volta para trabalhar no campo". O motivo é a constatação de que o mercado é amplo, a agregação de valor ao produto é boa e a diversificação é uma garantia de que o empreendimento nunca vai "quebrar".

A médica veterinária Giovana Fogaça Gonzaga chama a atenção para um problema comum na agroecologia: é mais difícil produzir orgânicos quando se é vizinho de uma grande propriedade onde se adota a monocultura. "Tudo que tem ali em volta ataca a lavoura, não dá para blindar totalmente", explica. Se o vizinho fizer pulverização aérea, então, os riscos são enormes, porque o agrotóxico é levado pelo vento. De acordo com Giovana, existem normas rigorosas de proteção ambiental nesse campo, mas é difícil fazer cumpri-las. Seu colega Vinadio Lucas Bega, outro agrônomo do Programa de Certificação de Produtos Orgânicos do Estado, diz que agrotóxicos aplicados por via aérea invadem até estufas cobertas. "O pequeno proprietário até leva sua reclamação ao vizinho, mas individualmente isso não dá resultado. Seria necessário fazer uma articulação e recorrer a órgãos como o Ministério Público, Anvisa e Ministério da Saúde para tentar minimizar esses efeitos".

Natália Fernandes Carr, estudante de Agronomia, "se encontrou" quando fez a matéria de Agroecologia, no quarto ano. "Até então estava meio perdida no curso", confessa. Quando deu entrevista ao Notícia, estava na expectativa para ir estagiar na Fazenda Malonga, que tem 80 hectares de uma produção exclusivamente orgânica. Natália pensa em seguir carreira de pesquisadora, na área de fertilização orgânica.

Eliezer Ferreira Camargo não é da Agronomia, e sim do curso de Ciências Econômicas. Soube do trabalho com agroecologia, interessou-se, informou-se e agora faz um trabalho de educação dos agricultores para a certificação como produtores orgânicos. Atua na área financeira. "Levo aos produtores orientações para preencher o caderno de campo, onde são anotados custos e outras informações. O pessoal entende a importância de ter uma visão do aspecto financeiro para não perder dinheiro, mas muitos têm dificuldades com a matemática". Segundo ele, os produtores rapidamente percebem as vantagens da produção orgânica: "O produtor tem o trabalho adicional de conhecer outros insumos e de aprender manejos alternativos, mas os custos de produção acabam sendo menores".

Dois doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Agronomia trabalham voltados para a agroecologia: Adriano Hoshino e Mateus Mendes Carvalho. Adriano investiga o controle biológico de pragas. Segundo ele, existem mais verbas para a pesquisa das grandes culturas do que para a agricultura agroecológica. Ele se sente "remando contra a corrente". Mateus está trabalhando com tomate e suas pragas, procurando formas de repelir os insetos. Seu interesse pela agroecologia começou na graduação. "O campo é vasto, há muito a descobrir para responder a todos os problemas que os produtores nos colocam", afirmou.

O problema é vender, diz Gustavo, de Guaravera


Gustavo Henrique Naves Reis com a esposa Daiane: em apenas um alqueire, dezenas de variedades de hortaliças que se enriquecem umas às outras

Alface crespa, alface americana, alface lisa, couve, brócolis, espinafre, escarola, chicória, cebolinha, salsinha, morango, vagem, ervilha torta, berinjela, cenoura, tomatinho, jiló, mandioca, milho verde, melão, beterraba, rabanete...

A lista de hortaliças orgânicas que Gustavo Henrique Naves Reis cultiva com a esposa Daiane, na Chácara São José, no Distrito de Guaravera, já está em 22 quando ele diz "etcétera". E ele está se referindo a uma área de apenas um alqueire. A variedade de espécies faz parte da filosofia da agricultura ecológica e facilita o manejo. "Protege contra pragas, doenças, e o solo vai ficando mais rico. A troca de culturas traz outros nutrientes ao solo", explica.

Gustavo diz que o principal problema para o produtor de orgânicos está na comercialização. "Ganha-se mais do que com o produto convencional, mas é difícil conseguir aquele preço alto que o consumidor tem que pagar no supermercado. Vender direto para o supermercado ou o sacolão também não dá, porque eles exigem tanto disto ou tanto daquilo, e se eu não tiver para fornecer eles me deixam de lado".

Por essas razões, ele prefere fazer vendas particulares, para famílias - tem cerca de 70 clientes em Londrina, a quem entrega cestas de hortaliças às quartas-feiras, mediante pedido. E também vende na feira do produtor, aos domingos de manhã, em frente ao Museu Histórico de Londrina, onde monta uma barraca de bambu, que o distingue dos demais feirantes.

APOIO - Da UEL, Gustavo recebe orientações técnicas e apoio na comercia-lização. "Me ajudaram a conseguir autorização na Secretaria da Agricultura para montar a barraca na feira. São muito esforçados. A gente vê que eles gostam do que fazem nessa questão dos orgânicos, tem a ver com a filosofia de vida que levam". O próprio Gustavo, vegetariano há 10 anos, também está nos orgânicos por uma convicção muito firme. "Não é fácil sair da agricultura convencional. As facilidades são muitas", completa.

Bioisca contra formigas será testada


Amarildo Pazini, do Departamento de Agronomia: em perspectiva, o combate de um surto de saúva-limão que está sendo registrado em Londrina

Dentro do escopo da agroecologia, o professor Amarildo Pazini, colaborador da área, iniciou um trabalho de testes de uma isca granulada a ser usada na agricultura orgânica, no combate a formigas.

A chamada bioisca, à base de uma planta, a tefrósia, foi lançada recentemente numa feira agropecuária, no Rio Grande do Sul, e o professor Pazini recebeu uma amostra. "É um produto cujo uso na agricultura orgânica é permitido pelo Ministério", informou. "A tefrósia tem propriedades inseticidas, a formiga pode levar a isca para seu ninho. Em sachê, poderá ser usada em áreas de difícil acesso".

Se os testes mostrarem a efetividade das iscas, o professor acredita que o produto poderá ajudar a combater um surto de saúva-limão que já foi diagnosticado em Londrina. "Dois princípios ativos que têm sido usados contra a saúva-limão têm sido questionados por seus efeitos no ambiente - eles permanecem no solo e, se usados num fundo de vale, poderiam contaminar peixes. A bioisca pode ser uma solução para esse problema". Ele estima que a validação da isca à base de tefrósia poderá ser obtida em três a quatro anos.
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Ante a "aposta perdida", pensar nas futuras gerações


Eliane Tomiazi Paulino: "A produção comercial elimina o que a agricultura tem de mais precioso, que é a geração da vida"

A agricultura orgânica, a agroecologia, é o futuro da produção de alimentos ? se é que queremos ter algum futuro, conforme se depreende das palavras da professora Eliane Tomiazi Paulino, do Departamento de Geociências, endossadas pelo professor Maurício Ursi Ventura. Para a professora Eliane, o atual modelo técnico da agricultura comercial, que já foi promessa de abundância de alimentos, hoje coloca em risco a saúde do planeta e a vida das futuras gerações, enquanto o professor Ursi defende uma mudança no direcionamento da pesquisa agronômica em favor de práticas que dispensem o uso de agrotóxicos. Abaixo, suas respostas a algumas questões centrais nesse debate.

Agricultura agroecológica de um lado, agricultura comercial de outro. Para além da técnica, quais diferenças de fundo merecem ser destacadas? Por que optar pela agroecologia?

Eliane Tomiazi Paulino - O projeto de agricultura agroecológica se contrapõe em tudo ao modelo de agricultura tecnificada, que hoje é incompatível do ponto de vista ambiental e social. O problema não está só na esfera técnica, de uma não utilizar veneno e a outra utilizar veneno. A agroecologia pensa a agricultura como integralidade: como o ser humano participa do processo de produção, distribuição e consumo de alimentos. Pensamos numa produção que alimente a humanidade sem inviabilizar as gerações futuras. A agricultura tecnificada quebrou com a solidariedade intergeracional, prevista na Constituição, devido à maneira predatória como se produzem hoje os alimentos. Ali não cabem pessoas, cabe máquina, veneno, não cabe abelha, não cabe bicho, cabe um produto que chega no mercado a um preço que não é o da alimentação saudável, e vai eliminando aquilo que a agricultura tem de mais precioso, que é a geração da vida. Por isso ela se contrapõe, não só do ponto de vista técnico, é do princípio, de como nós mantemos a humanidade, a que preço e com que escolha técnica e social fazemos isso.
Maurício Ursi: "Por que não se intensificam as pesquisas na agroecologia? Está todo mundo acomodado"

O percurso a ser feito para mudar essa situação é muito longo?

Maurício Ursi Ventura - Temos percebido que a consciência das pessoas em relação à saúde e ao ambiente cresce cada vez mais. Por isso, as demandas por produtos de agroecologia estão crescendo. Entre os agricultores acontece o mesmo. Eles estão preocupados com a sustentabilidade. Controlam uma praga e daqui a pouco já não conseguem mais. E aparece outra praga. E aí vem o transgênico. E o mato fica resistente ao herbicida... É lógico que o agricultor convencional, que está numa cadeia de produção, às vezes não encontra flexibilidade, mas eu acho que a agroecologia começa a produzir um processo de mudança também. Na agroecologia, nós trabalhamos com controle biológico, com formas diferenciadas de fertilização de solo, e percebemos que os agricultores já aceitam mais. Conforme vão percebendo a questão da insustentabilidade, o processo vai transcorrendo.

A imagem da agricultura orgânica costuma estar associada à pequena propriedade, à pequena escala. Ela não é inviável na grande propriedade?

Maurício Ursi Ventura - Já temos várias experiências no Brasil e no mundo de grandes propriedades. Existe uma certa dificuldade em grande extensões em culturas como soja e milho, mas é porque são culturas mecanizadas. A principal dificuldade para fazer produção orgânica é controle de mato. Mas a pesquisa não tem dado prioridade a isso. O principal herbicida existente hoje é o glifosate, e custa relativamente barato, 12 reais o litro. É largamente utilizado. Está em debate a proibição do glifosate no Brasil, a OMS colocou esse herbicida como cancerígeno. Mas se for proibido, toda essa cultura do agronegócio sucumbe. Então, a pergunta que importa é: por que não existe pesquisa nas universidades, nos institutos, visando desenvolver um sistema de produção que não precise do glifosate? Está todo mundo acomodado.

Como será possível ultrapassar o modelo da agricultura comercial?

Eliane Tomiazi Paulino - Passamos meio século apostando que a química e hoje a biotecnologia iriam resolver os problemas do mundo, e estamos vendo que não estão resolvendo: o atual modelo da agricultura comercial está esgotado. Os agricultores também sabem disso. É difícil encontrar uma família de agricultores que não teve casos de intoxicação, de uma alergia grave a algum tipo de veneno. Eu acredito que é nessa crise do próprio modelo, no esgotamento dele, que vem a potencialidade da superação. Mas, obviamente, não são só os agricultores que vão fazer essa superação. A sociedade tem que entender essa necessidade. É normal o consumidor chegar na feira e querer só coisas muito bonitas, que são bombas de veneno. A sociedade vai ter que entender que, na agroecologia, se produz em escala menor, com maior qualidade, e se supõe mais gente atuando na atividade, menos desperdício. Porque, hoje em dia, metade dos alimentos vai para o lixo. Então é outro modelo de sociedade. E eu acho que ele é construído na crise desse modelo, que se revelou insustentável.
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Acontece

Odontologia de Bebês
Estão abertas até o dia 23 deste mês as inscrições para o curso Intensivo de Odontologia de Bebês, promovido pela Bebê Clínica da UEL, com coordenação do professor Antonio Ferelle, diretor da clínica. Os interessados poderão fazer a inscrição na unidade da Bebê Clínica, das 8 às 18 horas - Rua Benjamin Constant, 800. O valor da inscrição é de R$ 1.000,00. Com duração total de 40 horas, o curso será realizado entre os dias 23 e 27 de novembro. O objetivo é capacitar cirurgiões dentistas para atendimento odontológico de bebês em nível público e privado, além de atualizar os profissionais da área com as últimas tendências desse ramo de serviço. Mais informações pelo e-mail bebeclinica@uel.br ou pelo telefone (43) 3323-1232.

Tecnologia e Educação
O seminário "Tecnologia e Educação: Avanços e Equilíbrio" será realizado na próxima sexta-feira (6) de novembro, a partir das 8 horas, na sala de projeção do LABTED (nº143), localizada no Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH). A promoção é do Laboratório de Tecnologia Educacional (LABTED). O seminário é direcionado a estudantes, professores, funcionários e a comunidade externa, com o objetivo de possibilitar aos participantes contato com informações sobre os avanços e repercussões da tecnologia no âmbito da educação. O curso é presencial e tem duração de 8 horas. As inscrições deverão ser realizadas até hoje (4), no endereço www.uel.br/eventos/insc/?id=2257. A taxa de inscrição é de R$ 10,00 (comunidade externa) e R$ 5,00 (comunidade interna). Mais informações no site www.uel.br/labted ou pelo telefone (43) 3371-4518.

Por Extenso 2015
A Pró-Reitoria de Extensão promove nos dias 5 e 6 deste mês, a partir das 8 horas, no Prédio do PDE, o Simpósio Por Extenso 2015, com o objetivo de divulgar a produção extensionista universitária e refletir sobre os resultados obtidos. O simpósio também busca intensificar a relação entre estudantes, recém-formados, professores e integrantes da sociedade londrinense. Mais informações pelos telefones (43) 3371-4572, 3371-4172 e 3371-4442, ou pelo e-mail porextenso@uel.br. A coordenação lembra os bolsistas Extensão UEL, PIBEX/Fundação Araucária e Inclusão Social/Fundação Araucária da obrigatoriedade de apresentação dos resultados de trabalhos, conforme disposto no item 3 das normas do evento. Confira a programação completa do simpósio no endereço no www.uel.br/proex/porextenso/.

Lançamento Coletivo
Professores e alunos de graduação e pós-graduação da UEL promovem o lançamento coletivo de 12 obras ligadas à área de Direito, Educação e Meio Ambiente, nesta quarta-feira, dia 4, a partir das 17 horas, no Anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA). Os 20 autores também irão realizar debate sobre produção acadêmica e científica. A iniciativa é do Departamento de Direito Privado, do CESA, juntamente com a coordenação do curso de especialização em Direito Internacional e Econômico. O objetivo é dar visibilidade a pesquisas relacionadas ao Direito Internacional e Tributário; novas tecnologias e legislação eletrônica, marco civil da Internet, formação de leitores, segurança pública, além de outras subáreas.

Vestibular 2016
A Universidade Estadual de Londrina registrou um total de 21.815 candidatos inscritos no Vestibular 2016. A 1ª fase será em 6 de dezembro e a 2ª fase, nos dias 31 de janeiro, 1º e 2 de fevereiro de 2016. Os cursos mais procurados são Medicina (sistema universal) com 122,96 candidatos/vaga, seguido de Psicologia (sistema de cotas escola pública) que registrou uma disputa de 37,5 candidatos/vaga e Design Gráfico (também no sistema de cotas escola pública) com 33,67 candidatos por vaga. A relação completa da concorrência dos cursos está disponível no site www.cops.uel.br. O resultado da 1ª fase será divulgado em 17 de dezembro, às 17 horas. O resultado final do Vestibular será divulgado em 14 de março, a partir das 12 horas.
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Parfor realiza dois seminários para discutir o futuro


Maria Irene: "Também teremos espaço para os relatos de experiências dos professores-alunos do Parfor e haverá uma mesa redonda sobre os reflexos do Parfor na ação docente na educação básica com egressos dos nossos cursos"

CHICO AMARO

Dois eventos associados ao Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor), um deles internacional, serão realizados na UEL, de 5 a 7 de novembro, organizados pelo Parfor/UEL. Gestores do programa, executado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES), do Ministério da Educação, estarão presentes.

O primeiro é o Seminário de encerramento das pasantías (estágios, em português) do Programa de Apoio ao Setor Educativo do Mercosul - PASEM: Integração Regional para a melhoria da formação docente no MERCOSUL, que ocorrerá no Hotel Sumatra. O PASEM proporciona estágios fora e dentro do país de origem para docentes do Mercosul que atuam na área de formação de professores.

A professora Maria Irene Pellegrino de Oliveira Souza, coordenadora do Parfor/UEL, fez um desses estágios, com uma semana de duração, no início de outubro, no Instituto de Formação Docente de Rocha, no Uruguai. Segundo ela, a importância do seminário está no fato de que nessa ocasião serão discutidos os resultados das pasantías, que se encerraram em outubro de 2015, e propostos novos projetos de ações conjuntas e em rede para a formação docente no Mercosul. "A intenção é que as universidades venham a proporcionar mais propostas desse tipo de estágio. A experiência num país estrangeiro, mesmo tão próximo de nós, como os países do Mercosul, é muito relevante para quem trabalha na formação de professores", disse a professora. Virão pesquisadores dos outros três países do Mercosul - Argentina, Paraguai e Uruguai - e, do Brasil, são esperados diversos representantes de diferentes regiões do país.

O outro será o I Seminário do Parfor da UEL, a primeira universidade do Paraná a aderir ao Plano, em 2009. Ele será realizado no Anfiteatro Maior do CCH. O Parfor é um programa federal, executado pelas universidades públicas, que proporciona aos profissionais da Educação Básica, da rede pública, a oportunidade de fazer cursos superiores com aulas aos sábados, feriados e em períodos concentrados nas férias.

Os cursos oferecidos pela UEL destinam-se a três públicos: professores ou tradutores e intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) podem fazer licenciatura em Pedagogia; professores já licenciados, mas que atuem em área diferente da sua formação, podem obter uma segunda licenciatura; e professores graduados, mas não licenciados, em geral de cursos profissionalizantes, podem receber formação pedagógica. O Parfor/UEL oferece 11 cursos reconhecidos pelo Conselho Estadual de Educação: Pedagogia (1ª licenciatura); Artes Visuais, Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Filosofia, Física, Geografia, Matemática, Música e Química (2ª licenciatura); e Formação Pedagógica destinada a bacharéis.

O I Seminário do Parfor/UEL começa às 14 horas da próxima sexta-feira (6), com uma roda de conversa com professores formadores. Terá uma mesa redonda à noite e prossegue no dia 7, sábado, pela manhã. Temas relevantes estarão em debate, entre os quais o reflexo da crise financeira do governo sobre o programa - "o orçamento da CAPES recebeu um corte drástico", segundo a professora Maria Irene - e a implantação das novas diretrizes curriculares para a formação de professores, que, entre outras novidades, aumentaram a carga horária mínima dos cursos de licenciatura.

"Também teremos espaço para os relatos de experiências dos professores-alunos do Parfor e haverá uma mesa redonda sobre os reflexos do Parfor na ação docente na educação básica com egressos dos nossos cursos", informou a professora.

FINANÇAS - Na UEL, as finanças do Parfor estão em equilíbrio. Mas essa não é uma situação geral nem no Paraná. "Temos duas turmas que iriam iniciar aulas neste semestre, uma de Artes e outra de Física, mas adiamos para o início do ano que vem por indicação da CAPES e em solidariedade às outras instituições. É uma forma de demonstrar que a luta por recursos é de todos", afirmou a professora Maria Irene. De qualquer forma, a programação para 2016 está assegurada.

Quanto às novas diretrizes para a formação de professores, sua implantação está gerando grandes expectativas. Para tratar do tema, virá de Brasília a diretora de Educação Básica da CAPES, professora Irene Maurício Cazorla. "As novas diretrizes trazem mudanças conceituais muito importantes", observa a coordenadora do Parfor/UEL.. "Por um lado, elas impõem pensar interdisciplinarmente. É algo que vem sendo discutido desde o início da década de 90 e que, de modo geral, ainda não se conseguiu pôr em prática; agora vai ser necessário. Por outro lado, haverá um aumento da carga horária dos cursos de licenciatura para no mínimo 3.200 horas, que hoje têm em média 2.800 horas. Isso, pensando administrativamente, iria exigir a contratação de mais professores pela universidade, não é? E nós sabemos como tem sido difícil para as instituições estaduais terem suas demandas nesse campo atendidas pelo governo".

São esperados, para o seminário do Parfor/UEL, 150 participantes. As atividades serão realizadas no Anfiteatro Maior do Centro de Ciências Humanas (CCH) e em salas próximas.

O seminário de encerramento de estágios do PASEM está marcado para o Anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA), unicamente para aqueles que participaram das pasantías do PASEM.

Para abordar as questões que envolvem o Parfor, virão ao seminário o presidente do Fórum Nacional de Coordenadores Institucionais de Parfor (ForParfor), Márcio Lima do Nascimento, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e a vice-presidente, Maria da Glória Duarte Ferro, da Universidade Federal do Piauí (UFPI). "Nas regiões Norte e Nordeste o corte de verbas do Parfor é muito mais grave do que aqui para nós", explica a coordenadora do Parfor/UEL. "Para se ter uma ideia, no Pará o número de professores-alunos é de cerca de 10 mil, ou seja, é uma universidade à parte só de Parfor. A carência de capacitação, lá, é muito grande".

A UEL diplomou 439 professores-alunos nestes quase seis anos, de um total de 960 matriculados. Entre eles encontra-se a formanda que teve a maior média na formatura conjunta realizada no último dia 16 de outubro, Eliana de Souza Hambursch Leme, do Curso de Artes Visuais do Parfor/UEL, com nota 9,67.
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EDUEL

PRATELEIRA

Mito e Filme Publicitário: estruturas de significação
Hertz Wendel de Camargo
(Finalista na categoria Comunicação em 2014)
Preço: R$ 45,00

A partir de um estudo antropológico do mito, a ideia é compreender sua estrutura de significação, migrando para a estrutura da linguagem mítica para a linguagem publicitária, em especial, para a estrutura do filme publicitário. Foi seleciondao um produto audiovisual justamente pela semelhança com a estrutura narrativa de sonhos, visões e estados alterados de consciência, amplamente relatados em pesquisas antropológicas acerca de rituais e pensamentos mágicos, e também em pesquisas da área de Psicologia. A obra mostra que as estruturas de significação do mito e as estruturas de significação do filme publicitário são muito semelhantes.

Noites Áticas, de Aulo Gélio
Tradução de José Rodrigues Seabra Filho
(Prêmio Jabuti na categoria Tradução em 2011)
Preço: R$ 80,00

A tradução dessa obra de Aulo Gélio, que nasceu e morreu em Roma no século II d.C., oferece a oportunidade para o leitor brasileiro de conhecer esse trabalho importante para os estudos latinos. De acordo com o tradutor, o objetivo é a busca pela exatidão vocabular, sintática e estilística. Portanto, procurou-se evitar qualquer interferência no estilo do autor. O fato é que Aulo Gélio não é sempre o mesmo escritor. Por exemplo, ele se mostra empolgado, quando o assunto é literatura ou gramática, e mais objetivo e ao apresentar determinado fato histórico.

Violência, Indisciplina e Educação
Leoni Maria Padilha Henning e Maria Luiza Macedo Abbud (Org.)
(Finalista na categoria Educação em 2011)
Preço: R$ 50,00

O tema violência e indisciplina tem sido recorrente nas referências aos problemas atuais que a escola enfrenta. A discussão apresenta-se em alguns espaços de forma banalizada, em outros de forma sensacionalista. O problema não se restringe ao âmbito escolar, no entanto afeta diretamente esse espaço, considerado privilegiado a partir da modernidade como responsável pela formação de novas gerações. Orientadas por tais percepções, as organizadoras ampliam a compreensão do tema a partir da apresentação dos múltiplos olhares sobre o assunto. 

Estes e outros títulos podem ser adquiridos na Livraria EDUEL.
Mais informações, pelo telefone 3371-4691. Ou pelo e-mail - livraria-uel@uel.br

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Vice-Reitor: Prof. Dr. Ludoviko Carnasciali dos Santos
Editado pela Coordenadoria de Comunicação Social - COM
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