Estrutura será da classe 2, capaz de sediar todas as provas do atletismo, informa Hélio Serassuelo
Teve início este mês a construção de uma nova pista de atletismo no Centro de Educação Física e Esporte (CEFE) da UEL, estrutura considerada internacional e que deverá consumir recursos da ordem de R$ 4,88 milhões, provenientes do Ministério do Esporte, via Caixa Econômica Federal. A nova pista substituí a anterior, usada intensamente na última década e meia. A obra deverá ser concluída em janeiro do ano que vem e vai colocar a Universidade em condições de sediar eventos internacionais, uma estrutura homologada pelas confederações de atletismo.
"A anterior já era uma pista de alto nível, substituiu a original, de terra, mas com o passar do tempo fez com que se deteriorasse e o material emborrachado da superfície. Já não servia mais nem para treinamento", lembra o diretor do CEFE, Hélio Serassuello Junior.
Ele conta que a candidatura da UEL à verba federal se deu no final de 2013, depois que um grupo de professores do CEFE tomou conhecimento em Brasília, onde haviam ido em busca de recursos para outros projetos. As informações preliminares davam conta de uma verba no Ministério do Esporte específica para a construção de pistas de atletismo em diferentes regiões brasileiras.
O contrato assinado pela UEL com o Ministério do Esporte é de pouco mais de R$ 7,05 milhões, ou seja, superior ao valor já orçado e licitado, e o professor Hélio espera poder usar a diferença para fazer construções complementares à pista, como um almoxarifado para guardar materiais associados ao seu uso e uma arquibancada em substituição à atual, "que é do tempo da pista de terra".
Piso será montado in loco, com material preparado na hora, sem emendas
A economia, de pouco mais de R$ 2,1 milhões, foi obtida no processo de licitação. Primeiro o CEFE encomendou o projeto de engenharia, que foi pago com recursos próprios. Aberta a licitação, participaram cinco empresas e três foram habilitadas para a abertura dos envelopes. Todas haviam comprovado experiência na construção de pistas de atletismo homologadas para competições nacionais e internacionais. "Uma ofereceu um valor muito próximo do valor de R$ 7,05 milhões e duas, cerca de 70% desse valor. A vencedora foi a GV Group, de Porto Alegre", informa o professor Serassuello.
A licitação incluía não apenas a construção da pista, mas também o fornecimento de todos os equipamentos necessários ao seu uso, como as barreiras (para as provas de corridas com barreiras); colchões para os saltos em altura e com vara; barras e gaiola para o lançamento do martelo e até mesmo o documento de homologação da Confederação Brasileira de Atletismo - esse processo tem um custo entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.
A tecnologia a ser utilizada no piso da pista é bem diferente da anterior, segundo o diretor do CEFE. "Aquela era uma pista que veio em forma de rolos para serem montados. O piso desta nova será montado in loco, com uma pasta preparada na hora, no local. Não terá emendas". Na classificação internacional, a pista da UEL se incluirá na classe 2, da qual existem cerca de 600 pistas de atletismo em todo o mundo. A classe 1, mais sofisticada, própria para disputas de olimpíadas, existe em apenas 30 Centros Olímpicos no mundo. "Mas a diferença entre as duas classes está ligada ao que existe no entorno, e não à pista em si", explica o diretor.
Incentivo ao atletismo
A nova estrutura será bastante útil nas atividades acadêmicas realizadas no CEFE, mas o mais importante, segundo o professor Serassuello, é que, com ela, Londrina poderá voltar a ocupar um lugar de destaque no cenário nacional dos eventos de atletismo. "Já tivemos aqui etapas do Troféu Brasil na categoria juvenil, tivemos eventos com atletas de nível olímpico. Isso parou. Quando a pista estiver pronta, será possível trazer para cá um campeonato sul-americano de atletismo, por exemplo. No ano passado tivemos as olimpíadas escolares, categoria de 12 a 14 anos, que trouxeram para Londrina 3 mil atletas. Foram realizadas aqui na UEL, mesmo sem uma pista tão boa".
O professor encerra dizendo que a viabilização da construção dessa pista de atletismo foi um esforço muito grande do CEFE. "Nós praticamente estávamos dando como perdido esse recurso, porque inicialmente encomendamos o projeto a um engenheiro que não entregou o trabalho e nos fez perder muito tempo. Fomos obrigados a contratar outro engenheiro, muito experiente, que esteve aqui entre natal e ano novo, veio com recursos próprios de São Paulo e conseguiu entregar o projeto em março. Graças ao projeto dele, pudemos fazer uma licitação que nos proporcionou a economia dos R$ 2 milhões. Entregamos para aprovação da Caixa Econômica. Para nossa sorte, o prazo do edital foi prorrogado por 60 dias. O pessoal da Pró-reitora de Planejamento, do setor de licitação, fez um grande esforço para tudo se resolver a tempo. No mês de junho, a correria foi muito grande, mas conseguimos".
