Reunidos em assembleia nesta quarta-feira (6), os professores da UEL decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, dando continuidade à paralisação das atividades decretada na semana passada, contra as mudanças no sistema de previdência dos servidores públicos estaduais. A greve foi decidida pela grande maioria dos professores, que lotaram o Anfiteatro Cyro Grossi, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), que tem capacidade para 500 pessoas. Uma nova assembleia deverá ser realizada no próximo dia 13, quando os docentes pretendem fazer uma nova avaliação do movimento e do cenário político.

A decisão seguiu orientação do comando de greve da categoria, que elencou quatro pontos para respaldar a continuidade do movimento, desde a revogação da alteração da lei da Paranaprevidência; não cumprimento de compromissos assumidos pelo governo anteriormente (regularização da verba de custeio da UEL, contratação de servidores concursados) e punição dos responsáveis pela violência registrada no Centro Cívico, na semana passada, em Curitiba.

Outro ponto incluído na pauta de reivindicação é a reposição da inflação integral em parcela única, que segundo informou a direção do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual (Sindiprol/Aduel), a correção deve ser feita pelo IPCA, algo em torno de 8%. Diretores do Sindicato participaram de reunião na Secretaria de Estado de Administração e Previdência (SEAP), nesta terça (5), em Curitiba, quando foram informados que o governo trabalha com a possibilidade de fazer a correção em duas parcelas.

Os diretores informaram que o governo também avalia uma correção salarial inferior ao índice de inflação dos últimos 12 meses. Uma nova reunião entre entidades representantes dos professores e demais categorias dos servidores estaduais está marcada para o próximo dia 12, em Curitiba. Devem participar deste encontro representantes de todas as esferas envolvidas, desde a SEAP, como a Secretaria de Fazenda e Casa Civil.

Manifestação

No início da assembleia, representantes dos movimento estudantil da UEL fizeram uma manifestação contra a violência cometida contra professores, estudantes e servidores estaduais, nos dias 28 e 29 de abril, no Centro Cívico. Utilizando instrumentos musicais e poesia, os estudantes simularam o confronto entre Policiais Militares e populares e gritaram palavras de ordem contra o governador Beto Richa. Ao final os representantes leram uma carta em que cobram a punição dos responsáveis pela ação militar, que registrou pelo menos em 200 pessoas feridas, inclusive policiais que participaram da ação.