Reitora concedeu entrevista coletiva no Gabinete, na manhã desta terça-feira (5)
A reitora da UEL Berenice Quinzani Jordão manifestou publicamente, por meio de entrevista coletiva à imprensa, nesta terça de manhã (5), seu repúdio diante das imagens veiculadas pela secretaria de Segurança do Paraná ontem (4), pelos meios de comunicação, que associam indevidamente estudantes de graduação da UEL, que se manifestavam legitimamente em Curitiba, a agressores, vândalos ou membros de grupos radicais e organizados como os black blocs.
As imagens mostram grupos de estudantes e uma bandeira da UEL, como se fossem responsáveis por atos de violência cometidos durante a manifestação dos servidores públicos. Quatro estudantes da UEL foram detidos, mas nenhum deles portava arma, artefato ou qualquer objeto de uso ou finalidade agressiva. 'Nós não vamos admitir o uso impróprio de imagens, como aconteceu, sugerindo, inclusive, que o vídeo veiculado ontem (segunda-feira), justifica a detenção', afirmou a reitora.
Ela relatou ainda que, assim que tomou conhecimento da detenção dos estudantes, na tarde de 29 de abril, entrou em contato com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), para intervir junto à Secretaria de Segurança e a polícia. Os estudantes foram liberados às 23h30 do mesmo dia. A administração da UEL analisa os episódios e estuda a possibilidade de tomar alguma medida judicial. A professora Berenice disse que recebeu relatos de que os alunos detidos foram constrangidos e até humilhados.
A reitora informou que já se reuniu com representantes do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual (Sindiprol/Aduel) e também recebeu alguns dos alunos detidos em Curitiba; conversou com o deputado estadual Tercílio Turini, e aguarda resposta da SETI, com o objetivo de tentar reparar o ocorrido, chamado por ela de 'episódio lamentável', que associou estudantes em manifestação legítima a atos de vandalismo e violência. 'Nós, na Universidade, trabalhamos com ideias, com palavras. O diálogo pode às vezes ser difícil, mas ainda assim é diálogo. Jamais aceitaremos truculência, especialmente com profissionais da Educação', acrescentou.
A professora Berenice lembrou que o Conselho Universitário já se manifestou a favor do movimento que protestava contra o projeto do governo de mudar as regras da previdência dos servidores. Nesta quarta (6), às 8h30, o Conselho volta a se reunir, e deve emitir uma posição oficial sobre os acontecimentos.