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24/11/2014  

SINOPSE - A UEL NOS JORNAIS (24-11-2014 - Segunda-feira)

De acordo com as edições digitais dos jornais disponibilizadas no dia.

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Movimento feminista ganha força em Londrina

Grupos formados por mulheres reivindicam equidade e respeito; cidade tem pelo menos seis coletivos em defesa da causa

"Na UEL é pura animação, mulher, cachaça e curtição. Viemo (sic) aqui só pra trepar e o c... que é bom a PUC dá! UEL é putaria, na UEL é putaria. Cachaça todo dia, só baixaria. Lelelelelelelele. Bota pra f...!"

"Ela diz que é gatinha, que o seu peito é natural. Diz que a bolsa da Prada foi presente de Natal. Mas eu tô ligado em toda realidade. Chupa p... e dá o c... pra pagar mensalidade. Ada-aada, ela é p... graduada."

Os trechos são de músicas que estudantes de Direito da Universidade Estadual de Londrina (UEL), integrantes de um grupo de percussão, cantam em trotes, festas e jogos universitários.

As canções sempre foram entoadas com muita naturalidade, sem receber críticas de professores e alunos. Nos últimos anos, entretanto, alunas começaram a ficar incomodadas com a situação, bem como com as brincadeiras em trotes que consideram de mau gosto e constrangedores. Uma delas, chamada de "Miss Moedinha", consiste na menina pegar uma moeda do chão sem dobrar as pernas, de costas ao público masculino. Tudo feito em cima de uma mesa. "Junto com isso, sempre ouvíamos histórias de meninas que sofreram algum tipo de assédio, dentro e fora de sala de aula, e até mesmo de meninas abusadas no campus ou em festas, principalmente quando estavam alcoolizadas", conta a estudante Emanuella Maria Gomes, de 20 anos.

Diante dessa situação, uma carta aberta de repúdio escrita por algumas alunas foi entregue ao Centro Acadêmico e à coordenação do curso de Direito. A iniciativa não surtiu efeito, já que o comportamento se manteve. "O discurso de culpabilização da vítima ainda é muito forte. Ouvimos argumentos de que somos chatas, politicamente corretas, que as letras não têm nada demais, que a menina estava bêbada e não reclamou. O que ninguém fala é do constrangimento, da cultura do estupro e de como as mulheres são subjugadas com tudo isso", critica Fernanda Verruck de Moraes, estudante de 19 anos.

Visando ampliar a discussão sobre o que ocorria dentro da universidade e do curso, um grupo de alunas criou o Coletivo Feminista Mietta Santiago (1903-1995), em homenagem à advogada mineira que em 1928, por meio de um mandado de segurança, foi a primeira mulher a votar no País. "Nossa primeira atuação foi na Semana Cultural no final de outubro. Dentre as várias atividades, houve intervenções e oficinas que trouxeram questões e demandas nunca antes debatidas, como a violência sexual, aborto, padrões de beleza e a própria autonomia do corpo e desejo sexual feminino, sempre condicionado à satisfação dos homens", enumera Renata Nalepa, de 18 anos.

Apesar de ainda estar em processo de construção e maturidade, o coletivo já mostrou que tem força e começou a "incomodar" muita gente. Tanto que as integrantes acostumaram-se a ouvir comentários como: "Aquelas chatas querem acabar com as tradições do curso". "Queremos nos tornar um espaço seguro, que as mulheres possam se apoiar e buscar auxílio. Acima de tudo merecemos ser tratadas e respeitadas como indivíduos e não apenas como feministas. Temos que ter a autonomia do querer e poder", defende Layane Marques Joaquim, de 19 anos.

Segundo o coordenador do curso, Marcos Vale, nunca chegou ao conhecimento do colegiado qualquer informação, nem mesmo extraoficial, de que haveria músicas com letras preconceituosas ou comportamento abusivo ou ofensivo entre os estudantes. "Temos total desconhecimento dessa situação, nunca houve sequer menção a isso aos professores. Se soubéssemos, ainda que de maneira informal, certamente iríamos averiguar", garante.

Raíssa Fornaciari e Gabriel Rufini Galvão, integrantes da diretoria da batucada, admitem que algumas das músicas criticadas pelo coletivo foram cantadas este ano, nos últimos jogos jurídicos. Mas garantem que todas as canções com letras de conteúdo homofóbico, racista, machista ou qualquer teor preconceituoso e ofensivo não serão mais cantadas. "Há tempos muitos membros se sentem desconfortáveis com as músicas. Algumas delas, inclusive, nem cantamos mais. Porém, emitimos uma nota pública em nossa página no Facebook, em que nos comprometemos a não tocar mais nenhuma", garante Raíssa. Segundo Galvão, houve bastante apoio, mas também houve quem criticasse a decisão. "Vamos reformular alguns hinos, deixando somente a parte de exaltação do curso."

Marian Trigueiros - Reportagem Local

"Pretendemos envolver a sociedade na resolução dos problemas"

Londrina - O Coletivo Mietta Santiago é o único autodeclarado feminista na UEL. Dentro do campus existem vários outros, mas com temáticas e demandas diferentes. Em Londrina, há pelo menos outros cinco coletivos feministas, cada um com uma reivindicação mais específica.

Dentre os levantados pela reportagem estão Eva - Coletivo Feminista, Rede Feminista de Saúde, Movimento Mulheres em Luta, Maria Vem Com a Gente e ElityTrans. De uma forma ou de outra, os coletivos vêm atuando de forma representativa. Todos possuem páginas no Facebook para contato.

Um deles, a Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, que tem sua regional no Estado, atua há vários anos. Muitas delas, inclusive, participaram ativamente do processo de reforma sanitária. "Nossa principal frente de trabalho é a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa Integral de Saúde da Mulher. São várias situações em que atuamos, como a mortalidade materna e violência contra mulher", explica Elaine Galvão, integrante do coletivo local.

Depois do primeiro protesto da Marcha das Vadias na cidade, o grupo Eva ? Coletivo Feminista surgiu como mais uma iniciativa de combate à violência contra a mulher em todos os aspectos. Segundo Rafaela Duarte, as participantes têm se articulado para oferecer palestras e oficinas, principalmente em escolas, sobre sexualidade, gênero e violência. "Pretendemos, dessa forma, engajar e envolver cada vez mais a sociedade na resolução dos problemas sociais. Temos uma série de desafios pela frente, como formar uma grande rede de apoio. Nosso desejo é que, um dia, não precisemos mais debater a questão da equidade porque os direitos de ?ir e vir? estarão garantidos a todos."

Com pouco mais de um ano de existência, o Movimento Mulheres em Luta (MML) em Londrina, atua junto a comunidades da periferia a fim de empoderar a mulher, sobretudo as que vivem à margem da sociedade. "Nossa principal bandeira é organizar as mulheres trabalhadoras, porque são as que mais sofrem com a opressão e com todos os tipos de violência, e trazê-las para a luta", comenta Ana Soranso. Ainda de acordo com ela, uma das ações do coletivo tem sido a cobrança por uma creche dentro da UEL, já que muitas estudantes são mães e não têm com quem deixar os filhos. (M.T.)

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