Agência UEL de Notícias
    Londrina, Sábado, 20 de Abril de 2024 -  Busca   

 · Agência UEL de Notícias  · Jornal Notícia
24/11/2014  

SINOPSE - A UEL NOS JORNAIS (23-11-2014 - Domingo)

De acordo com as edições digitais dos jornais disponibilizadas no dia.

Agência UEL

www.folhadelondrina.com.br

Mata dos Godoy - Reserva londrinense será 'termômetro' das mudanças climáticas na Terra

Parque foi incluído no Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração, uma iniciativa de monitoramento global da qual a UEL faz parte

Qual o impacto das intervenções humanas e das mudanças climáticas globais nos ecossistemas de rios e florestas? Para responder a esta e outras questões essenciais à preservação de nossos recursos naturais, foram criados 31 sítios de referência para a pesquisa científica no Brasil, que são as áreas pertencentes ao Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (Peld).

A última área incorporada à rede internacional Peld é a do Parque Estadual Mata dos Godoy, por meio do sítio Mata Atlântica do Norte do Paraná (Manp), coordenado pelo Departamento de Biologia Animal e Vegetal da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), será feito a partir de agora o monitoramento permanente da área localizada na região Sul de Londrina, um dos mais importantes fragmentos de Mata Atlântica que ainda resistem no Estado. O diferencial do mais novo sítio Peld é a possibilidade de monitorar duas situações no mesmo local: uma área de floresta original e outra em recuperação.

"Nos outros sítios já existentes são monitoradas áreas bem conservadas, remanescentes, em que a biodiversidade está íntegra. Aqui, nossa proposta é monitorar uma área conservada, como a Mata dos Godoy, e uma em recuperação", explica o coordenador do Manp, professor José Marcelo Domingues Torezan, que também atua no Laboratório de Biodiversidade e Restauração de Ecossistemas (Labre).

A área em recuperação a que se refere o pesquisador é um reflorestamento iniciado em 1990, anexo à mata original. No passado, a vegetação ali existente foi destruída para dar lugar a pastagens, mas desde que o parque estadual foi criado, há 24 anos, fauna e flora vêm aos poucos reocupando seu antigo lugar. Ainda é bem visível a diferença entre a densidade desta área e a da mata existente a poucos metros dali. "Estudo feito na Serra do Mar concluiu que, para uma área de Mata Atlântica se recuperar totalmente pode levar uns 300 anos. Aqui na Mata Atlântica do interior este tempo pode ser ainda maior, não temos como precisar. O reflorestamento é apenas o pontapé inicial. Plantamos algumas mudas, cuidamos um tempo, e o resto é com a própria natureza", explica Torezan.

Alunos e professores da UEL realizam projetos no local desde que a mata pertencia à Fazenda Santa Helena, da família Godoy. De acordo com o coordenador do Manp, a ideia de monitorar as duas realidades e propor a criação de um sítio Peld ali surgiu da constatação de que este trecho de Mata Atlântica está "no osso".

"Tínhamos que olhar tanto para a área remanescente como para a área em recuperação, porque ela precisa existir diante do grau de degradação que chegamos. Não podemos desprezar uma fonte de aprendizado como esta para a ecologia, inclusive para entender o que está acontecendo diante das mudanças climáticas. Não sabemos como as matas remanescentes vão responder a estas mudanças. Precisamos estudar isso se quisermos conservar o pouco que sobrou", argumenta.

Para exemplificar, o professor lembra que no século 19, quando havia um desmatamento, a recuperação acontecia no clima do século 19. Agora temos uma recuperação sendo feita durante uma mudança. "É como criar um filho mudando de casa a toda hora. Não sabemos como vai ser a vizinhança, com quem essa criança vai conviver."

Torezan lembra que o momento é tão preocupante que pesquisadores já aceitam a possibilidade de intervir em casos extremos de degradação. "Antigamente acreditávamos que a natureza se virava sozinha e não tínhamos que fazer nada. Hoje chegamos ao ponto de admitirmos que pode ser necessário intervenção humana", revela, enquanto mostra a presença de capim africano na área em recuperação da mata. "Esta é uma espécie que evoluiu na savana, com seis meses de seca, manadas pastando e fogo de vez em quando. Ou seja: aqui, para este capim, é o paraíso. Quem o tira daí agora? Esta é uma realidade nova. O aumento do comércio global fez aumentar também a troca de espécies de um local para outro, gerando um fenômeno que se sobrepõe às mudanças climáticas e ao desmatamento", exemplifica o biólogo.

Outro aspecto importante da inclusão da Mata dos Godoy à rede Peld é a possibilidade de resgatar o histórico antigo de pesquisa da UEL no local e, a partir de agora, coletar as informações de forma padronizada e armazená-las em banco de dados público, de forma que qualquer pessoa possa acessá-lo e entendê-lo.

"Por exemplo, aqui já foram feitos quatro estudos de vegetação, em diferentes momentos, que não se conversaram. Queremos acabar com isso. Quem for estudar essa vegetação daqui para frente terá acesso aos dados já coletados e à localização exata das amostras. Assim, o pesquisador poderá dar um passo adiante, e não repetir o que já foi feito." No caso das aves, Torezan explica que a ideia é a mesma: armazenar os dados de forma padronizada, reconhecível, inteligível e disponível para todos.

Mata dos Godoy - 640 hectares de encantos desconhecidos

O Parque Estadual Mata dos Godoy tem 670 hectares, dos quais 640 são ocupados pela vegetação de floresta. Uma área considerada grande para os atuais padrões de Mata Atlântica, mas pequena se pensarmos no volume que foi desmatado ? de 97% a 98% da mata original da região. De acordo com o professor José Marcelo Domingues Torezan, coordenador do sítio Mata Atlântica do Norte do Paraná (Manp), não é possível afirmar com exatidão quantas espécies vegetais e animais a reserva abriga. Só de aves, segundo o professor, há 300 espécies catalogadas atualmente. São 240 espécies de árvores, mas se forem computados todos os vegetais presentes no parque, este número pode chegar a 800 ou mais, já que a conta está longe de ser fechada.

Frequentemente a mata oferece surpresas aos pesquisadores. Mesmo com os fartos estudos sobre árvores, que são espécies mais bem estudadas por serem grandes e fáceis de ser percebidas, a Mata dos Godoy já revelou duas espécies desconhecidas - uma delas recebeu um nome em homenagem ao parque: Exostyles godoyensis. "Imaginamos que em se tratando de micróbios e insetos, que são mais difíceis de ser visualizados, devem existir milhares ainda não identificados", afirma Torezan. Na visita feita pela reportagem à mata, o pesquisador avistou em meio às folhas uma cigarra colorida que pode ser uma espécie não catalogada. "Eu duvido que ela tenha nome", disse, enquanto apressou-se em fotografá-la. Também foram localizadas ali, de acordo com o professor, espécies que se julgavam extintas, como a rã de vidro (espécie assim chamada por ser transparente) e uma pequena lagosta, hipersensível à poluição.

Para Torezan, a criação de mais uma área de monitoramento da rede Peld no Paraná é oportuna. "Estamos na era da recuperação, e não mais na era do desmatamento", diz ele. O pesquisador defende, porém, que o ônus gerado pela extinção de matas tem que ser dividido. "No passado o Estado estimulou o desmatamento. Os proprietários rurais não fizeram isso por maldade, fizeram porque era parte essencial da atividade deles. Hoje precisamos recuperar, será preciso encolher áreas agrícolas para termos mais áreas de conservação e serviço ambiental, como regulação climática e água de superfície. E os proprietários devem ganhar por isso."

O coordenador do Manp explica que a crise hídrica que vivemos hoje tem a ver com o desmatamento por dois eixos: o da regularização das chuvas e o da manutenção da qualidade da água que se encontra nos rios. Ele lembra que uma árvore de porte grande joga de 300 a 400 litros de água por dia na atmosfera, na forma de vapor. Portanto, quando a floresta faz o trabalho de bombear água do solo e jogar na atmosfera, cria uma camada muito úmida na baixa atmosfera. Quando vem uma frente fria, ela resfria esse ar e provoca a chuva. "Quando não há cobertura florestal a frente fria chega, não encontra a camada úmida e pronto, não tem chuva."

Além da regularização das chuvas, as matas têm papel importantíssimo na manutenção da qualidade da água das nascentes de onde se capta água. Torezan ressalta que se elas estiverem expostas, a qualidade cai muito, pela presença de fertilizantes e pesticidas que vêm da agricultura. Segundo o pesquisador, até hoje não foi desenvolvida tecnologia capaz de limpar a água como a floresta faz.

Silvana Leão - Reportagem Local

www.jornaldelondrina.com.br

A falta de recursos da UEL: governo precisa mudar o olhar sobre a educação

O anúncio de que a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a segunda maior instituição de ensino superior do Paraná, não tem recursos para pagar as contas de luz, água, telefone e aluguéis fora do campus, entre outras despesas necessárias é apenas mais uma demonstração de como governos e governantes tratam a educação ? e não só o ensino superior. Os governos estaduais costumam ver o investimento nas universidades como uma espécie de ?fardo? a ser carregado. Se enganam, pois as universidades fazem muito mais do que formar mão de obra especializada ? o que não é pouca coisa.

O calote anunciado, conforme reportagem do JL da última sexta-feira, é um problema imediato, mas existem problemas na universidade que vão muito além das questões conjunturais. O quadro de funcionários da UEL está defasado e a instituição não consegue realizar concursos. Há lacunas no corpo docente também devido à demora em realizar concursos. Enfim, existem problemas que são sérios e estruturais.

O governo precisa mudar o seu olhar sobre a educação e o ensino superior. Os investimentos em educação, ciência e tecnologia são importantes para a sociedade como um todo, pois sem eles é impossível pensar em desenvolvimento econômico e social a longo prazo. O governo precisa parar de pensar pequeno.

Reitora da UEL nega calote, mas confirma que contas serão pagas com atraso

Somente no último repasse previsto para este ano, orçamento da universidade sofreu um corte de R$ 2,5 milhões. Mesmo com essa redução, ainda não há garantias de que o dinheiro chegue

A reitora da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Berenice Jordão, negou, nesta sexta-feira (21), que a instituição esteja prevendo um calote, mas confirmou que algumas contas ? água e energia elétrica inclusive ? deverão ser pagas com atraso. Dos R$ 26 milhões previstos originalmente como orçamento para o custeio da UEL, o governo do Estado aprovou apenas R$ 16 milhões. Destes, menos de R$ 12 milhões foram efetivamente repassados para a universidade até agora.

Quando o orçamento foi aprovado, no início do ano, havia a expectativa de quatro repasses trimestrais. O primeiro destes repasses, porém, já chegou com atraso - o dinheiro só foi depositado em abril. O último, previsto para chegar em 1º de outubro, já está há mais de 50 dias atrasado.

Quando vier ? a reitora alerta que há a possibilidade deste repasse não ser feito em 2014 ?, o valor ainda será menor do que o esperado. A quantia, explicou Berenice, passou por uma ?reprogramação? segundo indicações da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

?Estávamos esperando um total de R$ 5,8 milhões para fecharmos o ano. Pela reprogramação da Seti, o repasse deve ser de R$ 3,3 milhões. Por conta desta diferença [de R$ 2,5 milhões], não será possível pagar o custeio integral. Estamos tendo que retardar alguns compromissos, deixar alguns projetos em um andamento mais lento, e vamos negociar com alguns fornecedores para que recebam os pagamentos com atraso?, revelou. Entre esses fornecedores estão a Sanepar e a Copel.

O titular da Seti, João Carlos Gomes, está em uma viagem internacional. Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria confirmou a readequação no orçamento da UEL. A situação é a mesma em todas as instituições de ensino superior do estado, explicou a assessoria. A impossibilidade em cumprir o orçamento de R$ 26 milhões já era conhecida pela administração da UEL desde o início do ano. Estudos feitos pela pasta a cada dois meses apontaram o recálculo a menos das parcelas do repasse.

Essa redução teria gerado um clima de desconforto dentro da comunidade da UEL, motivo pelo qual o Conselho de Administração da universidade escreveu um comunicado explicando o que poderá e o que não poderá ser feito sem o dinheiro. ?Sabemos que há restrição, mas estamos gerenciando tudo dentro do possível. Buscamos apenas tornar essa situação mais transparente?, disse a reitora Berenice Jordão.

Fábio Calsavara


rodapé da notícia

  14h22 16/04/24 - Revista do Meio-Dia (UEL FM)
  14h21 15/04/24 - Revista do Meio-Dia (UEL FM)
  14h19 12/04/24 - Revista do Meio-Dia (UEL FM)
  12h29 11/04/24 - Revista do Meio-Dia (UEL FM)
  12h28 10/04/24 - Revista do Meio-Dia (UEL FM)
D
DESTAQUES ::.

Portal O Perobal

Jornal Notícia

Rádio UEL FM

TV UEL
B
BUSCA no SITE ::.
C
CANAIS ::.
COMITÊS / COMISSÕES
OUTROS ENDEREÇOS
PORTAIS
PROGRAMAS / PLANOS
SAÚDE
SERVIÇOS
Fale com o Reitor
Agenda do Reitor
Holerite
Certificados Declarações
L
LINKS ::.
                             
© Universidade Estadual de Londrina
Coordenadoria de Comunicação Social
Rodovia Celso Garcia Cid | Pr 445 Km 380 | Campus Universitário
Cx. Postal 10.011 | CEP 86.057-970 | Londrina - PR
Fone: (43) 3371-4361/4115/4331  Fax: (43) 3328-4593
e-mail: noticia@uel.br