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Educação sexual é tema de palestra
Estudantes da UEL conversaram com adolescentes da zona sul de Londrina, na tentativa de desmistificar o tema
Londrina – Para muitos, o tema ainda é considerado tabu. A quantidade de informações publicadas na internet sobre educação sexual aumenta a cada dia, assim como as dúvidas dos adolescentes sobre o funcionamento dos órgãos sexuais e as doenças sexualmente transmissíveis.
Numa tentativa de desmistificar o tema e incentivar a conversa sobre o assunto, estudantes do curso de Biologia da Universidade Estadual (UEL) foram até a Escola Estadual Rina Maria de Jesus Francovig, no Jardim Campos Elíseos, zona sul de Londrina, para tirar dúvidas de uma forma descontraída. "Quem participa tem liberdade para fazer as perguntas sem se identificar. Falar sobre educação sexual ainda gera um certo constrangimento em casa e na escola. As pessoas confundem a sexualidade com a relação sexual. Os adolescentes precisam conhecer o próprio corpo e conversar mais sobre isso", explicou a universitária Maria Angélica Galheigo.
A palestra foi ministrada por alunos da UEL que fazem parte do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid). Várias escolas estaduais de Londrina já contaram com o apoio dos universitários para conscientizar os adolescentes. A equipe leva até as escolas maquetes dos órgãos sexuais e repassa orientações básicas como a forma adequada para a colocação do preservativo.
Na manhã de ontem, meninas entre 11 e 16 anos participaram das atividades. Tímidas, poucas conseguiram esclarecer as dúvidas. "Eu consigo conversar só com a minha avó sobre isso. Minha mãe e meu pai não ligam muito. Eu tinha muita dúvida sobre menstruação e não sabia que podia ter cólica junto", revelou uma adolescente de 12 anos. "Eu até converso bastante com a minha mãe, mas tenho medo de perguntar umas coisas", confessou outra garota, também de 12 anos.
FALTA DE DIÁLOGO
O diretor Marco Parazi afirmou que o resultado da falta de diálogo pode ser facilmente observada na rotina da escola. "Cinco adolescentes que estudam aqui engravidaram só neste ano. Os professores abordam todos esses assuntos em sala de aula, mas a maioria não presta atenção e até faz brincadeiras sobre o assunto. Educação sexual precisa ser tratada com seriedade. Apostamos nos profissionais de fora para tentar atingir esses adolescentes. Temos uns 280 alunos nessa faixa etária", destacou.
O objetivo do evento batizado de "Rina Rosa", que faz referência ao nome da escola e ao Outubro Rosa, também repassou orientações sobre o câncer de mama. As meninas participaram ainda de oficinas de maquiagem. Nesta sexta-feira, a programação será destinada aos meninos. O "Rina Azul" terá palestras sobre sexualidade e um torneio de futebol durante a tarde.
Viviani Costa - Reportagem Local
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