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28/07/2014  

SINOPSE - A UEL NOS JORNAIS - (28-7-2014 - Segunda-feira)

De acordo com as edições digitais dos jornais disponibilizadas no dia.

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Novos caminhos contra a Hepatite C

Especialistas apostam em medicamentos para uma melhor tolerância à doença e maiores chances de cura; desafio é diagnosticar precocemente os portadores

Hoje é o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. A data não apenas reforça a importância da prevenção, mas também é uma oportunidade para discutir novos tratamentos, mais toleráveis e eficazes, assim como a necessidade do diagnóstico precoce.

Na última semana, especialistas de todo o mundo estiveram reunidos no Brasil, para se atualizar e debater a respeito de novos métodos que prometem menos efeitos colaterais e taxas de cura cada vez maiores.

O médico Raymundo Paraná, coordenador do Congresso "Hepatologia do Milênio", afirma que há muito o que comemorar, principalmente em relação às opções terapêuticas. "A Hepatite C é uma das poucas doenças crônicas que se curam. Novos medicamentos que estão por chegar são melhores no ponto de vista da tolerância e da eficácia. Acreditamos que em breve, outros medicamentos que estão em fase final de estudo, combinados entre si acabarão levando a uma chance de cura superior a 90%, em casos não avançados", diz.

Hoje, o tratamento é baseado nos genótipos (variações genéticas) 1, 2 e 3, os mais comuns no país. Segundo Paraná, que é chefe do serviço de Gastro-Hepatologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), 70% dos casos são genótipo 1 e o tratamento combina o Interferon, medicação injetável imunomoduladora que estimula o sistema imunológico a lutar contra o vírus, com o Ribavirina, administrado via oral, incitando o efeito do Interferon.

Utilizadas nos Estados Unidos e Europa, as medicações Telaprevir e Boceprevir passaram a ser opções adicionais ao tratamento usual. "O Brasil adotou esse molde de medicamentos desde o ano passado, mas não conseguiu cumprir as suas metas terapêuticas. Apesar de estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), até o momento não conseguimos cumprir o número de pacientes que imaginávamos poder tratar", observa.

Ainda de acordo com Paraná, os especialistas vislumbram a possibilidade de uma vacina para Hepatite C dentro de 10 anos. "Antes disso, não. Pois se trata de um vírus que muda muito quando é pressionado pelo sistema imunológico", ressalta.

O infectologista Jan Steghmann, responsável pelo Ambulatório de Hepatites do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), acrescenta que novos medicamentos, entre eles o Sofosbuvir e Ledipasvir já foram aprovados pelo FDA e EMEA. "São opções extremamente potentes e sem os efeitos colaterais terríveis do Interferon. São mais toleráveis também porque é um comprimido por dia, mas o entrave é o preço", completa.

Diagnóstico

Para Jan Steghmann, o maior desafio agora é diagnosticar os portadores de Hepatite C. O médico Raymundo Paraná diz que a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) defende uma campanha para estimular que todos os indivíduos acima de 45 anos façam o teste para Hepatite C, e todo médico, de qualquer especialidade, solicite o teste de HPV para os pacientes.

"Foi uma política recentemente implementada nos Estados Unidos e que queremos trazer para o Brasil porque a melhor forma de lidar com uma doença silenciosa é rastreá-la. Enquanto tivermos no país mais de 90% dos portadores de Hepatite C não diagnosticados, não podemos beneficiá-los. A opção terapêutica tem que estar contextualizada com ações que levem ao aumento do diagnóstico", salienta.

Vida nova após tratamento doloroso

Em um exame de pré-natal, há oito anos, Elsa Rosa Caldeira, de 49 anos, descobriu que era portadora do vírus da Hepatite C. A notícia foi acompanhada de surpresas e preocupações. Hoje, ao lembrar dos longos anos de acompanhamento médico e das dificuldades do tratamento, a jornalista e empresária encara a vida de forma diferente.

Para ela, tudo ganhou um novo conceito. "Aprendi a dar mais valor à vida. Coisas que antes eu considerava importantes, hoje vejo que não são necessárias e coisas que passavam despercebidas têm um outro olhar agora", descreve.

Assim como muitos pacientes, Elsa não conhecia a doença. "No Hospital das Clínicas (UEL), passei por uma bateria de exames e descobri que estava na fase 2, inicial. Fui acompanhada durante seis anos e realizava exames a cada seis meses. Durante todos esses anos, não me indicaram tratamento", conta.

No momento do parto, o filho de Elsa recebeu a mesma vacina que é dada às crianças com o vírus HIV e negativou a doença. "Em novembro de 2012, minha doença avançou e tive que tratar imediatamente. Eu temia muito, mas sabia que não podia fugir daquilo. Passei a tomar Interferon e Ribavirina durante 48 semanas, disponibilizados pelo Estado", lembra.

Os efeitos colaterais são bem agressivos. Elsa diz que perdeu o paladar e os cabelos, que os sistemas digestivo e intestinal foram afetados e, além disso, teve um quadro de depressão. "Fui encaminhada ao psiquiatra, tomei antidepressivo e fiz terapia. Graças a Deus tive condições de ter essa ajuda paralela. Infelizmente, muita gente não tem", desabafa.

No meio do tratamento, os exames já apontaram para "não reagente", mas isso não significava que poderia ser interrompido. Ela completou as 48 semanas e ganhou alta há um mês. Agora, a rotina está sendo retomada aos poucos, mas Elsa já tem muito a comemorar.

"É preciso investir em informação. As pessoas devem saber que a doença existe e é grave. Além disso, a atenção aos portadores tem que melhorar, com uma rede integrada de atendimento. Tratar a Hepatite C não é só aguentar firme, mas também dar conta de todos os efeitos e enfrentar preconceitos", conclui.

Micaela Orikasa - Reportagem Local

Decisão foi tomada pela família da líder religiosa, assassinada em agosto do ano passado. Mãe de santo não deixou sucessor

As atividades da casa de candomblé da mãe de santo Vilma Santos de Oliveira, mais conhecida como Yá Mukumby, serão encerradas em breve. A líder religiosa foi assassinada no dia 3 de agosto do ano passado, junto com mais três pessoas: sua mãe, Allial de Oliveira dos Santos, 86 anos; sua neta, Olivia Oliveira Santos, 10 anos, e Ariadne Benck dos Anjos, 48 anos, mãe do assassino Diego Ramos Quirino.

A decisão de fechar as portas do terreiro foi tomada pela família da líder religiosa. Gislaine Helena Santos de Oliveira Rodrigues, filha de Vilma, afirmou que a mãe não deixou sucessora para dar prosseguimento aos trabalhos. "Já havia conversado com ela e a questionei sobre o que faríamos caso acontecesse algo. Ela mesmo disse para despachar tudo e é o que eu estou fazendo", afirma. "Não sou do candomblé, então não tem motivos para continuar com esse império. Estou esperando resolver as questões burocráticas para me desfazer de tudo e mudar daqui", completa.

Os rituais de encerramentos estão sendo conduzidos por adeptos da religião, ou como são chamados, filhos de santo da yalorixá. Fátima Beraldo, que exerce uma das funções de responsabilidade da casa, afirma que o processo já está em última etapa, pois foi preciso esperar um tempo para que a família digerisse o choque da chacina. "Ela ficou extremamente abalada e desamparada, não só porque a Dona Vilma era referência de vários movimentos e organizações, mas também a líder da família".

Ainda de acordo com Fátima, a possibilidade de transformar a casa em um centro de referência cultural foi cogitada, mas acabou descartada por questões jurídicas da partilha de bens.

O Ilê Axé Ogum Megê foi fundado em 1968, quando Dona Vilma tinha apenas 18 anos. Ela realizava os rituais e celebrações em sua casa, na rua Olavo Bilac, Jardim Champagnat, em Londrina. Mais tarde, a sede foi transferida para Cambé. Yá Mukumby nasceu em Jacarezinho (Norte Pioneiro) em 1950 e veio para Londrina 11 anos depois.

A perda de uma das mais importantes líderes do movimento negro em Londrina fez com que diversos amigos da mãe de santo se mobilizassem para dar continuidade ao seu legado.

Poucos dias após a chacina, professores, artistas, jornalistas e outros profissionais formaram o coletivo "Por Amor a Yá Mukumby". Desde então, várias ações estão sendo realizadas e planejadas.

No dia 2 do próximo mês, uma manifestação popular vai cobrar agilidade no processo contra o acusado. "Não queremos que o caso caia no esquecimento", justifica José Mendes, líder do grupo. "Além de abordarmos a questão da intolerância religiosa, vamos protestar contra o feminicídio, pois além da Dona Vilma, mais três mulheres foram assassinadas". O ponto de partida do protesto será o Calçadão Central, em frente ao Banco do Brasil, com término na Concha Acústica.

Outro evento organizado pelo coletivo é "O Segundo Samba da Yá", evento musical criado pela líder religiosa no ano passado. A apresentação será realizada no dia 9 de agosto, no Cemitério dos Automóveis. O dinheiro arrecadado será revertido para a família de Vilma.

Livro

Uma coletânea inédita, com textos dos participantes da Semana Nacional da Consciência Negra, realizada na Universidade Estadual de Londrina (UEL) no ano passado, também será lançada em agosto. Organizada por Maria Nilza da Silva, docente de Sociologia da UEL e coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), e Jairo Queiroz Pacheco, professor do departamento de História da UEL, o livro trará contribuições do escritor londrinense Bernardo Pellegrini, do Promotor de Justiça Paulo Tavares, entre outros profissionais que apoiam a causa.

Samara Rosenberger - Redação Bonde


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