A locomotiva a vapor Baldwin 480, de 104 anos, será exposta permanentemente no Museu Histórico de Londrina a partir da próxima quarta-feira, dia 23, após passar por um processo de restauro que durou três meses, e ocorreu no antigo Instituto Brasileiro do Café (IBC). O valor do restauro foi de R$ 140 mil. A máquina de quase 40 toneladas e 12 metros de comprimento foi transportada do IBC para o Museu nesta sexta-feira (11), após horas de muito trabalho e esforço. A operação contou com o apoio da CMTU, Copel e Sercomtel.

A máquina a vapor passou por serviços de funilaria e jateamento, técnica utilizada para a retirada de ferrugem com o objetivo de estabilizar o processo de corrosão do material e evitar a deteriorização. “A última etapa do processo de restauração será feita no Museu, com a confecção de peças únicas que desapareceram ou foram danificadas pela ação do tempo, como o apito da locomotiva. Afinal são peças únicas que demandam muita pesquisa, mas o conjunto principal já está pronto”, informou a diretora do Museu Histórico, Regina Allegro.

A diretora acrescenta que o foco principal do restauro foi respeitar a originalidade da locomotiva, o que exigiu muito trabalho, pesquisa e dedicação. “Restaurar significa conhecer e respeitar a história da peça”, afirmou. A locomotiva, que pertenceu à extinta Companhia Douradense de Estradas de Ferro (CDEF) durante 60 anos, é semelhante àquelas que circulavam na região norte do Paraná nos anos 1930. Na época a ferrovia era símbolo de modernidade. Após um período de quase 30 anos exposta na cidade de Jundiaí a locomotiva chegou a Londrina em 1999, e foi repassada à UEL.

Em 2009 ela foi transferida do Campus Universitário para o IBC, com o objetivo de ser restaurada. O convênio possibilitou a recuperação da locomotiva foi assinado em novembro passado entre UEL e a Prefeitura de Londrina. Parte dos recursos foi repassada à Universidade pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).

O restauro foi realizado em parceria com a Secretaria de Cultura do Município, a Associação de Amigos do Museu (ASAM), o projeto UnE Design da Unopar, a Faculdade de Tecnologia SENAI de Londrina, além do Departamento de História e do Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH), da UEL.