Simone Fontana Reis, Brasil

Olhos têm cílios para fora e folhas têm cílios para dentro.
Este desenho é inspirado em uma visão que tive em recente ritual Huni Kuin onde bebi Nixi Pae, uma bebida que os índios consideram sagrada. Na visão, as plantas se comunicavam comigo, revelando suas qualidades curativas e vi olhos no lugar de algumas folhas.
É uma grande retomada da liberdade poder novamente explorar os mistérios das profundezas da mente, a comunicação com as plantas e a inteligência da floresta e poder contar estas experiências sem ser reprimida ou ameaçada de ser queimada viva na fogueira. A compreensão da inteligência da floresta é urgente em nossos dias.
Siriani, a guerreira Amazona e a jibóia encantada.
As mulheres Amazonas, originárias do Mar Negro, resistiram e sobreviveram às perseguições da história, lutando, viajando, se transformando e transformando o mundo por onde passava. Com sua jibóia encantada, Siriani passou pela Grécia, África, Europa, até que resolveu ir para o lugar mais escondido do mundo, uma imensa floresta no continente do sul, onde poderia fazer suas experiências em paz, sem perseguições. Por causa destas mulheres, esta floresta recebeu o nome de Floresta Amazônica. Siriani, reinterpretou a história contada pelos homens, assim mudando o futuro das espécies.
Simone Fontana Reis mora e trabalha em São Paulo. Iniciou suas atividades com tutoria de Leda Catunda e Sergio Romagnolo em 1995. Possui bacharelado e mestrado pela Central Saint Martins College of Art and Design (2002 e 2014).
Participou de diversas exposições em São Paulo, Nova Iorque e também na Suécia, onde morou por 8 anos. Dentre suas exposições, destacam-se: Foreign Bodies, 2001 – com colaboração de cientistas da London School of Tropical Medicine, onde recebeu o primeiro prêmio da exposição. The Seeds Dance, 2004 – British Cultural Festival no Centro Cultural Britânico, São Paulo, onde também recebeu o primeiro prêmio. HOT ONE HUNDRED, 2013 na Schwartz Gallery, Londres. New Sensation, 2014, na Saatchi Art, Londres. Nem tudo que reluz é ouro, 2017, no Paiol da Cultura, Manaus. Pele D’Água, 2017, na Galeria Qualcasa, São Paulo. Participou dos salões Paranaense, de Ribeirão Preto, Londrina e duas vezes do Salão de Santo André. Participou ainda da exposição coletiva Novos Viajantes, 2018, no MUBE, Museu da Ecologia e Escultura, São Paulo. Também recebeu o primeiro prêmio no 25o Salão de Artes Plásticas de Praia Grande/SP.
Seus trabalhos exploram fronteiras entre pintura, escultura, instalação e vídeo. Sua pesquisa resgata elementos da história ameríndia, com foco no feminino, e enfatiza a maneira como estas culturas mantinham relações com a natureza. Ao longo de duas décadas pesquisou orquídeas e florestas. A partir desta investigação, visitou três vezes a aldeia Kadiweu no Brasil Central, onde confrontou a teoria e a prática da pintura corporal com grafismos praticados exclusivamente por mulheres. Recentemente inaugurou o Projeto Maloca-Escola e Floresta junto com os índios Huni Kuins no Acre, cujo projeto visa melhorar as condições de vida desta população, o seu fortalecimento cultural, a proteção da floresta e o reflorestamento.
No momento, realiza uma pesquisa que relaciona a sua produção, a inteligência da floresta e o mistério da Ayahuasca, que os índios consideram sagrada.
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