Emanuel Monteiro, Brasil
Penso o desenho como um espaço de elaboração da experiência da existência. A relação entre desenho e temporalidade em meus trabalhos implica de início se deparar com problemas acerca dos limites da linguagem. Se por um lado tenho a intenção de lançar o foco sobre a linguagem do desenho, o faço compreendendo a permeabilidade das linguagens e os atravessamentos possíveis entre meios, segundo a força das impressões que na vida, se manifestam por todas as vias e sentidos possíveis. A separação aqui é uma abstração necessária para ver e fazer ver.
Ver e fazer ver o que? As forças em ação no mundo, o movimento de transformação da matéria, dos seres e das coisas, as tensões resultantes do embate entre diferentes resistências. Deste modo não concebo o desenho e a pintura muito diferentes, em intenção, da criação dos mitos de origem do mundo e dos seres. Eles são uma “prótese da percepção” o sentido empregado por Susan Buck-Morss (2009) acerca do cinema. O desenho e a pintura são um meio, aqui o próprio meio, para fantasiar sobre a origem e a morte de tudo.
Emanuel Monteiro (Londrina – PR), Artista visual. Professor no curso de Artes Visuais da UFPR. Doutorando em Poéticas Visuais pelo PPGAV-UFRGS do Instituto de Artes Visuais da UFRGS. Mestre em Poéticas Visuais pelo PPGAV-UFRGS (2015). Graduado em Educação Artística (habilitação em Artes Visuais) pela UEL (2011). Vive e trabalha em Curitiba. Desenvolve pesquisa em desenho e pintura. Artista representado pela Galeria Mamute, em Porto Alegre.
http://www.emanuelmonteiro.com/
https://www.galeriamamute.com.br/emanuel-monteiro
MONTEIRO, Emanuel. Paisagens permeáveis. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre:
PPGAV-UFRGS, 2015: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/134920
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