Penso o desenho como um espaço de elaboração da experiência da existência. A relação entre desenho e temporalidade em meus trabalhos implica de início se deparar com problemas acerca dos limites da linguagem. Se por um lado tenho a intenção de lançar o foco sobre a linguagem do desenho, o faço compreendendo a permeabilidade das linguagens e os atravessamentos possíveis entre meios, segundo a força das impressões que na vida, se manifestam por todas as vias e sentidos possíveis. A separação aqui é uma abstração necessária para ver e fazer ver.
Ver e fazer ver o que? As forças em ação no mundo, o movimento de transformação da matéria, dos seres e das coisas, as tensões resultantes do embate entre diferentes resistências. Deste modo não concebo o desenho e a pintura muito diferentes, em intenção, da criação dos mitos de origem do mundo e dos seres. Eles são uma “prótese da percepção” o sentido empregado por Susan Buck-Morss (2009) acerca do cinema. O desenho e a pintura são um meio, aqui o próprio meio, para fantasiar sobre a origem e a morte de tudo.

 

Emanuel Monteiro (Londrina – PR), Artista visual. Professor no curso de Artes Visuais da UFPR. Doutorando em Poéticas Visuais pelo PPGAV-UFRGS do Instituto de Artes Visuais da UFRGS. Mestre em Poéticas Visuais pelo PPGAV-UFRGS (2015). Graduado em Educação Artística (habilitação em Artes Visuais) pela UEL (2011). Vive e trabalha em Curitiba. Desenvolve pesquisa em desenho e pintura. Artista representado pela Galeria Mamute, em Porto Alegre.

 

http://www.emanuelmonteiro.com/
https://www.galeriamamute.com.br/emanuel-monteiro
MONTEIRO, Emanuel. Paisagens permeáveis. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre:
PPGAV-UFRGS, 2015: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/134920

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Emanuel Monteiro, 2019. “A Morte das Sete Quedas (para Nuno Ramos e Drummond).
Terra e carvão. Instalação. Dimensões variadas. Vista parcial da exposição “Tinha Textura o
meu silêncio” (2019). Curadoria: Henrique Menezes. Galeria Mamute. Foto: Leli Baldissera

Emanuel Monteiro, 2019. “A Morte das Sete Quedas (para Nuno Ramos e Drummond).
Terra e carvão. Instalação. Dimensões variadas. Vista parcial da exposição “Tinha Textura o
meu silêncio” (2019). Curadoria: Henrique Menezes. Galeria Mamute. Foto: Leli Baldissera

Emanuel Monteiro, 2019. “Ponte caída”. Aquarela, carvão, grafite e ponta-seca sobre
papel, 150 x 220 cm. Foto: Leli Baldissera

Emanuel Monteiro, 2019. “Torre de Babel, Torre de Marfim: nome próprio”. Carvão,
grafite, ponta-seca, resina vinílica e terra sobre papel, 225 x 220 cm. Foto: Eduarda Moliner

Emanuel Monteiro, 2019-2020. “Uma biblioteca à noite”. Aquarela, betume, carvão
vegetal, terra e ponta-seca sobre papel, 150 x 300 cm. Foto: Eduarda Moliner

Emanuel Monteiro, 2019. “Casa inundada”. Carvão, ponta-seca e terra e resina acrílica
sobre papel, 150 x 247,5 cm. Foto: Leli Baldissera

Emanuel Monteiro, 2019-2021. “Estrangeiro”. Aquarela, betume, carvão, negro de fumo,
óleo de linhaça, ponta-seca, terra e resina vinílica sobre papel, 300 x 200 cm. Foto: Eduarda
Moliner

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