ENTREVISTA COM O ARTISTA CAIO CAMARINHA
Caio Camarinha (São Paulo – SP) é artista e participa da 4ªexposição do ARTE LONDRINA 7, TU NÃO TE MOVES DE TI. Seus trabalhos, Butchers Market, Fresh Meat e Butchers III, ficam expostos até o dia 22 de novembro.
“As obras selecionadas fazem parte da minha serie intitulada de Butcher’s Arts, que é baseada nos conceitos do neoexpressionismo, para refletir sobre a decadência do ser humano e a volatilidade da nossa existência.”
“À primeira vista, carne e marcas registradas podem parecer elementos muito díspares, mas são portais para um estágio mais profundo de questionamentos e sentimentos. Representam os rastros das almas perdidas que trafegam pelos ambientes representados em minhas obras: lugares do passado, marcados, doloridos. A produção do Butcher’s Arts (série) teve início em 2015. Atualmente, sigo nesse caminho desvendando a temática, que é uma forma de também me desvendar.”
– Caio Camarinha
COM QUEM TEM AS MELHORES CONVERSAS SOBRE O QUE TE INTERESSA COMO ARTISTA?
Eu tenho as melhores conversas com meu amigo e agitador cultural Bruno Naoki.
COMO UM TRABALHO COMEÇA?
Meu trabalho começa com algumas inspirações fotográficas e com música alta, que está sempre rolando no meu atelier.
QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUÊ?
Andy Warhol (comecei a querer produzir arte depois que vi as obras do artista na 23a. Bienal de São Paulo, em 1996)
Edward Hopper (gosto da sua temática e de como retrata a solidão)
Jean-Michel Basquiat (me agrada a forma tosca pela qual o artista interpreta o mundo e da sua técnica de bastão a óleo)
Sylvain Margaine (fotógrafo que retrata lugares abandonados; suas imagens são a minha maior inspiração.)
Antoni Tàpies (gosto da técnica e de seus trabalhos. Acho que conversa muito com o que produzo)
O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?
Estou lendo agora Crime e Castigo, do Fiódor Dostoiévski
QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?
Eu me interesso muito por lugares que já foram habitados um dia e agora estão abandonados, e por pôsteres.
O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?
Estou fazendo a última tela da série intitulada Butcher’s e iniciando uma outra série que vai se chamar Fantasmas e Flores.
QUE MÚSICA VOCÊ OUVE?
Eu escuto muita coisa, adoro música. Mas quando estou pintando, escuto mais indie rock e jazz.
QUE EXPERIÊNCIA FOI IMPORTANTE PARA QUE VOCÊ SE ENTENDESSE COMO ARTISTA?
Pintar o meu primeiro quadro por brincadeira e não conseguir parar mais. Também a necessidade de expressar a minha visão para o mundo.
COMO A SÉRIE DE PINTURAS BUTCHERS SE REFERE AO CONSUMO DESENFREADO?
Mostrando as feridas abertas que o mundo vai fazendo em nossa alma. A carne mostra como o mundo é cru e áspero. Busco com essa série ser irônico e provocativo para o público perceber a decadência da sociedade de consumo.
“CONTRA A ASPEREZA DO COTIDIANO, ESCAPE E ALENTO” – COMO O SEU TRABALHO DESENVOLVE ESTES CONCEITOS E PARTICIPA DISSO?
Quando a escuridão cai, ela cobre o mundo. A arte ilumina o nosso caminho e nos faz enxergar, dando à vida um novo significado. É isso que busco.