ENTREVISTA COM O ARTISTA CHICO SANTOS
O artista Chico Santos respondeu algumas questões feitas pela DaP também. Reside em Londrina – PR e participa da 4ª exposição ARTE LONDRINA 7 – TU NÃO TE MOVES DE TI.
A lenda das casas andantes – o artista cria e introduz histórias mágicas na realidade de pequenas cidades no interior do paraná. Durante 8 meses, por meio de diversas esculturas em terra cota, cordéis , textos, fotos e vídeos durante espalhou resquícios de mitos inexistentes.
Após a introdução deste material, constatou a difusão das narrativas, pessoas mesclando antigas histórias locais com a lenda das casas andantes criada pelo artista.
COM QUEM TEM AS MELHORES CONVERSAS SOBRE O QUE TE INTERESSA COMO ARTISTA?
Biólogos e arquitetos, me trazem a pesquisa, o estudo da atualidade. Mas aquelas conversas que te fazem refletir e arrepiam, são puramente aleatórias. Normalmente vêm afinidades e ligações
COMO UM TRABALHO COMEÇA?
Não tenho certeza se existe um começo, para mim não funciona linearmente. Pois em sua maioria, o pensar vêm da produção.
QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUÊ?
A quantidade é imensa, vou separar alguns amigos brasileiros que admiro:
Barbara Wagner, e seu trabalho fílmico junto a comunidades.
Marcelo Armani, pelo seu experimentalismo.
Dalton de Paula, com um trabalho intimista e visceral.
O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?
Atualmente tenho lido sobre comportamento da fauna e flora como Peter Wohlleben, ou Stefano Mancuso. São cientistas que comprovam o comunicação entre as plantas, isso me fascina.
QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?
Minha pesquisa é sobre o crescimento urbano e áreas naturais mas A “ignorância”, têm me surpreendido a cada dia. Existe uma cegueira secular admirável.
O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?
Estou produzindo um cortejo, utilizando elementos da cultura tradicional para trazer a ficção para realidade . O resultado será um objeto escultórico com media art.
QUE MÚSICA VOCÊ OUVE?
Escuto música brasileira, Chico Cesar, Karina Buhr, Barbara Eugenia e muita música brega.
QUE EXPERIÊNCIA FOI IMPORTANTE PARA QUE VOCÊ SE ENTENDESSE COMO ARTISTA?
Após trabalhar 10 anos como diretor audiovisual em TVs e produtoras, percebi que era possível fazer trabalhos mais relevantes para o mundo.
EM QUE MEDIDA OS FAKENEWS TE INTERESSAM?
Como uma fábula infantil escrita para adultos. A força que uma notícia ficcional têm mudado a realidade. E como assuntos tão absurdos são verossímeis quando compartilhado por um grupo.
QUE TIPO DE RESULTADO ESPERA QUANDO INTRODUZ HISTÓRIAS MÁGICAS EM PEQUENAS CIDADES INCENTIVANDO A CRIAÇÃO DE NOVAS NARRATIVAS?
Inicialmente me senti envergonhado, por alterar a história de uma região. Mas hoje vejo como uma linguagem de luta , o MEC acaba de proibir citações do folclore e mitos brasileiros em seus livros didáticos. E utilizando a narrativa fictícia vejo a possibilidade de criar uma cultura regional forte, com menos influência da mídia comercial.
A NARRATIVA INVENTADA É UMA INVASÃO TANTO QUANTO A QUE VOCÊ REALIZA COM AS CASINHAS?
rsrs… são… são muito mais invasivas, pois está invadindo a realidade.
Mone
Chico, como sempre, simples, mas intenso e surpreendente!!! Amo seus trabalhos e vejo que sua produção se tornou imprescindível para cultivar o imaginário coletivo!
Maria de Fátima Franco dos Santos
Chico, sua sensibilidade, ternura, criatividade e capricho nas obras que produz, demonstram o grande artista que você revela.