O cara da espada sem certeza absoluta – bordado

A artista Angela Od também respondeu algumas perguntas feitas pela DaP. Ele reside no Rio de Janeiro – RJ e participa da 1ª exposição ARTE LONDRINA 7 – MELHOR SER FILHO DA OUTRA.

COMO UM TRABALHO COMEÇA?

De várias formas, posso visualizar uma imagem e então corro para ver como executá-la, também quando sento no meu computador e começo a pesquisar meu banco de imagens, quando separo os tecidos e estendo na mesa, ou quando rabisco sketches no meu caderno.

QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUÊ?

Jung: O Inconsciente e psyché, os simbolismos. “O Homem e os Símbolos” deveria ser leitura básica da humanidade para os homens entenderem melhor suas origens e como a sociedade contemporânea está lhe afetando.

O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?

Michel Pastoureau

QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?

Não consigo compreender a crueldade, tanto verbal quanto física. Fico tentando encontrar a razão do que leva uma pessoa a isso.

O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?

uma exposição individual para a Galeria Movimento em junho. Estou preparando trabalhos de bordado e costura, vídeos e Neon

QUE SITES VOCÊ COSTUMA ACESSAR?

Assino e Leio o jornal on line todos os dias

QUE MÚSICA VOCÊ OUVE?

Sou muito eclética já passei semanas ouvindo Novos Baianos em em seguida semanas ouvindo Jack White. Posso ouvir Céu e Beyoncé em seguida, Phillip Glass e The Smiths.

QUE EXPERIÊNCIA COM ARTE FOI IMPORTANTE PARA VOCÊ?

Muitas, mas digamos que a primeira foi Batalha do Avaí uma imensa pintura do  no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro. Quando eu ainda era estudante me deparei com essa pintura imensa e me sentei em frente a ela por um longo tempo. Ela tem a proporção de uma tela de cinema e foi muito instigante ir percebendo muitas ações e detalhes acontecendo como em uma sucessão de eventos. Foi uma espécie de êxtase e uma revelação das possibilidades da pintura.

O DESVIO DAS FINALIDADES NOS PAPÉIS SOCIAIS É UMA ESPÉCIE DE TRANSGRESSÃO QUE TE INTERESSA COMO ARTISTA? QUANDO O BORDADO DEIXA DE SER “CAMA MESA E BANHO”, COMO DISSE EM SEU TEXTO?

Não é que me interesse, hoje eu vejo que simplesmente fui assim toda minha vida pessoal. Acredito que por ter vivido em um regime disciplinar muito conservador, extremista e autoritário onde não podíamos falar fora da hora de recreio, não podíamos cruzar as pernas, tínhamos que rezar o tempo todo, não quis me encaixar nunca mais em nenhuma imposição social. (Vivi em uma instituição católica para crianças carentes dos 6 aos 13 anos) . Todos os artistas que utilizam o bordado como medium hoje são transgressores a meu ver, pois tiraram o bordado daquele lugar decorativo doméstico como passatempo da mulher.

O cara da espada sem certeza absoluta – bordado

 

 

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