A artista Bruno Novaes também respondeu algumas perguntas feitas pela DaP. Ele reside em São Bernardo do Campo – SP e participa da 1ª exposição ARTE LONDRINA 7 – MELHOR SER FILHO DA OUTRA.

COMO UM TRABALHO COMEÇA?
Quase sempre pela palavra. Seja como título, como elemento gráfico, como poesia. E de alguma maneira eu preciso viver aquilo para que ele possa nascer. Sempre está relacionado à minha própria vida, mesmo quando carregado de ficções e camadas inventadas ou transformadas.

QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUÊ?
Me interesso por diferentes frentes da arte. Gosto da Sophie Calle, Leonilson, Felix Gonzalez Torres, por exemplo. Mas também por Maria Bethânia, Cazuza, Chico, Caetano, Caio Fernando Abreu, Guimarães Rosa.

O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?
Li recentemente Nú de Botas, do Antonio Prata, que foi uma experiência deliciosa e afetiva de voltar à minha infância. Reconheço que ali tem uma semente da última série que pintei: Pequenos Legados.

QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?
As histórias das pessoas. A infância, a adolescência. As relações que construimos. Nossos códigos, protocolos, atividades sociais, dentro e fora da escola. Gosto de observar de modo silencioso o que está ao meu redor e trazer isso a público, de alguma forma.

Bruno Novaes
Sem título
da série Pequenos Legados, 2019
Aquarela a grafite sobre papel algodão
70x50cm

O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?
Terminei agora uma série em que resgato minha brincadeira de infância favorita. A escolinha que eu tinha no fundo da casa dos meus pais e que venho revisitando para que dê em trabalhos. Pintei algumas aquarelas sobre aquele brincar, os objetos envolvidos ali naquele quarto, na escola propriamente dita enquanto aluno, pensando também nas relações possíveis com os dias de hoje e com minha própria atividade como professor no presente.

QUE SITES VOCÊ COSTUMA ACESSAR?
Gosto de ler o que os pesquisadores do Arteversa (UFRGS) escrevem. É um ótimo canal que fricciona Arte e Educação.
 
QUE MÚSICA VOCÊ OUVE?
Música brasileira. Maria Bethânia, Chico, Caetano, Noel, Adriana Calcanhoto, Filippe Catto, Diego Moraes, entre tantos outros que vou descobrindo.

QUE EXPERIÊNCIA COM ARTE FOI IMPORTANTE PARA VOCÊ?
Me lembro quando adolescente que vi pela primeira vez a Ópera do Malandro no teatro. Ali sem dúvida foi uma experiência inesquecível tanto é que sempre cito quando me perguntam sobre o assunto. Mais adulto, as duas últimas exposições que vi do Leonilson mexeram muito comigo.

NO TRABALHO APRESENTADO, CAMINHO SUAVE (2018) COMO SE ESTABELECE A RELAÇÃO ENTRE IMAGEM E TEXTO?
Aquele trabalho parte do livro que lancei em 2018, Alugo para rapazes. Este livro registra diversos encontros que tive por meio de aplicativos. Fiquei um ano me encontrando com vários caras e de cada encontro surgia um poema e um desenho de algum objeto sobre aquele cara ou o lugar em que estávamos. Os poemas que lidavam mais com o corpo eu usei para desdobrar no Caminho Suave. A imagem é o objeto que está representando o encontro e a palavra é retirada do poema correspondente.

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