O artista Gilson Rodrigues participa da exposição DAS ESTRUTURAS MÍNIMAS ÀS NÃO CORES. Enviamos algumas perguntas para que possamos conhecer mais sobre o processo e as referências do artista.

1 – Como um trabalho começa?

É fácil perceber o quanto objetos que habitam o ambiente doméstico influenciam minha produção. Isso acontece não somente pelo valor plástico que muitos apresentam, mas também pela sua  capacidade de guardar memórias e significados.  O tempo e a memória das coisas são questões que permeiam toda minha produção. Em meu ateliê convivo diariamente com muitos destes objetos, possuo muitas porcelanas que uso como material de referência. Elas, por exemplo, aparecem em diversos trabalhos: inteiras, quebradas ou mesmo coladas com fita crepe. Gosto da ideia de remodular estes suportes de memórias (objetos). Diria que trabalho com a manipulação destas memórias. Não sou um artista que possui cadernos e realiza esboços para todos os projetos. Trabalho muito com imagens fotográficas e registro dos objetos que tenho no ateliê. Para isso tenho várias pastas no computador e vez ou outra recorro a estas imagens que são retrabalhadas no Photoshop e viram colagens digitais que, mais tarde, servem de referência para os trabalhos. Meus trabalhos sempre partem de minhas experiências pessoais e dos meus experimentos dentro do ateliê.

 

2 – Que artistas ou teóricos você considera importantes? Por quê?

Bom, existem as influências que tive contato muito de próximo e as influências indiretas.

Um dos contatos mais profundos que tive foi com a obra do Sr. Carlos Luis de Almeida que construiu a maravilhosa Casa de Cacos em Contagem/MG. Seu trabalho foi assunto de uma pesquisa que realizei e sem dúvida a imersão que fiz naquela obra influência até hoje a maneira como construo imagens. Quem se interessar pode dar uma clicando olhada aqui.

Outros artistas que me influênciam são Bill Viola, Larry Rivers, Michael Borremans, Marcius Galan, Gustave Courbet, Constable, Francis Bacon, Marcelo Moscheta, Morandi, Daniel Bilac, Lucia Laguna, Henrique Oliveira, Euan Uglow, Lorenzatto, Guignard, Delacroix, Corot, Doris Salcedo, Cristina Canale, Cy Twombly entre muitos outros.

 

3 – O que você está lendo?

Euan Uglow: The Complete Paintings, um catálogo da 2ª edição do Prêmio Marcantonio Vilaça, e relendo Vigiar e Punir do Foucault. E folheando livros de arte sempre.

 

4 – Que tipo de coisa chama sua atenção no mundo?

Objetos obsoletos, imagens técnicas e esboços de artistas.

 

5 – O que você está produzindo agora?

No momento trabalho em uma série nova de pinturas e esculturas que irei apresentar em Belo Horizonte em março. Quem quiser pode dar uma espiada lá no site em breve! 🙂

 

6 – Que sites você costuma ver?

Sites de artistas, instagram, galerias e portais de notícias sobre arte como o arteref.

art21 |tate |web gallery of art |emerge

 

7 – Que músicas você ouve?

Agora estou escutando o álbum novo do meu queridíssimo Mamutte, Alanis Morissette, Luedji Luna… Mas tem umas coisas que acho que irei escutar o resto da vida são elas: Marisa Monte, Cartola, villa lobos, Lucille Bogan, Etta james, Maysa Matarazzo, Lucille Bogan, Cesaria Evora, okou, tchaikovsky, Jay Hawkins, Criolo, Beyonce, Sweet Emma Barrett, Nina Simone, e por ai vai…

 

8 – Que experiências com arte foram importantes para você?

Bom, acredito que devo muito a todos os professores/artistas que encontrei na Escola de Belas Artes da UFMG, foi com eles que comecei a educar (no melhor sentido da palavra) e refinar meu olhar. E hoje trabalho também como assistente da artista Sonia Gomes que tem sido uma experiência muito enriquecedora… é um privilégio poder mergulhar no universo de outro artista.

 

 

 

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