O artista Rodrigo Arruda participa da exposição ARTE LONDRINA 5 – AS COISAS SE ESCORAM TORTAS. Enviamos algumas perguntas para que possamos conhecer mais sobre o processo e as referências do artista.

 

1 – COMO UM TRABALHO COMEÇA?

Ele começa com a vontade de explorar algo que eu desconheço e que ainda não existe, e de criar algo a partir daí. Essa vontade geralmente surge em exposições que vi ou em materiais com que entrei em contato.

 

2 – QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUÊ?

Poderia citar uma enxurrada de pessoas, mas acho que aqueles que vêm primeiro à cabeça são os mais presentes em alguma medida. Paulo Herkenhoff foi muito importante, Carlos Fajardo me acompanhou muito de perto na faculdade e temos uma sintonia muito afinada quanto a trabalhos. Não há como eu não pensar na Sônia Salzstein, que possui uma postura crítica excepcional, assim como a Dora Bahia.

 

3 – O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?

“Demian”, do Herman Hesse, e “Esgotado”, um texto do Gilles Deleuze sobre o Samuel Beckett.

 

4 – QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?

Coisas que parecem não ter sido notadas por ninguém mais no mundo. Quando eu era pequeno gostava de criar marcações em lugares que ninguém prestava atenção, como um pedacinho de durex no canto da sala. Esqueço da coisa e, quando entro em contato com ela de novo, me lembro que ela sempre esteve ali, que ninguém tomou conhecimento da sua existência, e sinto algo engraçado.

 

5 – O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?

Uma espécie de peça sem atores, dividida em três atos. Tudo o que acontece é determinado pela cortina, por uma escada que brota do palco e pelas portas da sala. Além disso tenho sempre algum trabalho mais “escultórico” na minha cabeça.

 

6 – QUE SITES VOCÊ COSTUMA VER?

Sobretudo Carta Capital, Brasil de fato, Estadão e Folha de São Paulo, para ler notícias mesmo. Já relacionados a arte entro basicamente no mapa das artes. Prefiro ler sobre arte em livros, em textos de galerias e museus ou em grupos de estudo, mais do que na internet.

 

7 – QUE MÚSICAS VOCÊ OUVE? 

Tendo a gostar de uma ou duas músicas de cada banda/cantor(a) e passar pra próxima. Nisso entra todo tipo de música, mesmo, mas desde criança tenho um gosto especial por músicas melancólicas e sofridas, de tom grave. Gosto muito de Like a Stone (Audioslave), Hallelujah (Leonard Cohen), Sinnerman (Nina Simone), Tainted Love (Soft Cell), Requiem Lacrimosa (Mozart), Para não dizer que não falei das flores (Geraldo Vandré). Também adoro funk brasileiro no geral.

 

8 – QUE EXPERIÊNCIA(S) COM ARTE FOI IMPORTANTE PARA VOCÊ?

Minhas aulas de desenho nos últimos anos de escola foram muito importantes para eu perceber que havia coisas que só podiam ser expressas via a arte. Eu desenhava muitos rostos de mulheres, sempre com um olhar um pouco em off, nebulosos, e cheguei à conclusão pessoal que esse era o tipo de coisa que eu só conseguiria explorar a fundo cursando uma faculdade de artes.