O artista Guilherme Callegari participa da exposição ARTE LONDRINA 5 – AS COISAS SE ESCORAM TORTAS. Enviamos algumas perguntas para que possamos conhecer mais sobre o processo e as referências do artista.

 

1 – COMO UM TRABALHO COMEÇA?

O inicio é a parte mais assustadora de um trabalho.

Não tenho cadernos nem projetos para pinturas, já tentei esse método, mas não consigo, não funciona…

Gosto de ver o tamanho da tela e na hora que vou dar os primeiros riscos começo a avaliar o que pode ser encaixado ali. Acho que uma tela em branco é a coisa que mais intimida qualquer pintor, do mais velho ao mais novo.

Preparação, Ritual e Ação. Sean Scully descreve o processo com estas palavras, e eu as tenho anotadas na parede do ateliê, e acho que elas servem para todos os dias meus dias de trabalho.

 

2 – QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUÊ?

Kandinsky, que talvez seja um dos maiores teóricos/artistas que o mundo já viu.

Além de suas pinturas abstratas e as idéias da Bauhaus, seus livros Ponto e Linha e Do Espiritual na Arte, fizeram e fazem parte de minha formação, e tudo isso é essencial para muito coisa que aconteceu na arte desde então.

Alguns outros artistas também influenciam muito minha produção, e Cy Towmbly talvez seja o mais importante deles. Além dele, também posso citar Sean Scully, Julian Schnabel, Christopher Wool, Richard Serra e Paul McCarthy.

 

3 – O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?

Estou lendo dois livros em paralelo: o primeiro é o Só Garotos, que conta a história da Patti Smith ao lado de Robert Mappletorphe, e fala da relação deles e de seus primeiros passos na arte. E junto a este, comecei a ler Um olhar sobre Giacometti, de David Sylvester.

Me interessa muito a história dos artistas e o que eles têm a dizer sobre a sua produção e seu dia a dia como artista dentro do ateliê.

 

4 – QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?

Pessoas sábias chamam minha atenção… Não necessariamente as muito inteligentes, que resolvem grandes questões matemáticas ou que falam o português de forma impecável. Me refiro às pessoas que sabem sobre a vida, que filosofam sobre o mundo, que investem em relações, respeitam o próximo, são do bem… Aquelas pessoas que dão gosto de encontrar e te fazem querer ouvir o que elas têm pra contar.

 

5 – O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?

Nos últimos meses estou focado em duas séries, uma intitulada NÃOSÍMBOLO e a outra de nome Tipografar.

 

6 – QUE SITES VOCÊ COSTUMA VER?

Gosto muito de visitar o Art21 que traz muitos vídeos de artistas produzindo em seus ateliês. Acho sempre interessante ver o processo de cada artista.

Além disso, busco visitar sites de artistas e de galerias, como o site da White Cube, com os vídeos das exposições e das produções dos artistas.

Também consigo ver muita coisa boa no Instagram e acho demais acompanhar alguns artistas que compartilham o dia a dia.

 

7 – QUE MÚSICAS VOCÊ OUVE?

Até o começo desse ano eu gostava de trabalhar em silêncio, mas agora não consigo começar a trabalhar sem colocar uma boa música.
Ouço bastante música instrumental, em especial Philip Glass e Cinematic Orchestra, e acho incrível como eles constróem as musica deles. É possível perceber que eles amam o que estão fazendo e é por isso que eu os ouço todos os dias.

 

 

8 – QUE EXPERIÊNCIA(S) COM ARTE FOI IMPORTANTE PARA VOCÊ?

Ter sido assistente de artistas que eu admirava foi com certeza a melhor experiência que eu tive com arte, por vários fatores: aprendizado de ateliê, conversas sobre arte, poder conhecer as referências deles, entender a dinâmica de trabalho… E o melhor de tudo: a troca de experiências de vida com pessoas tão envolvidas no mundo da arte.

 

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