A artista Gabriela De Laurentiis participa da exposição ARTE LONDRINA 5 – O TEU CORPO É LUTA. Enviamos algumas perguntas para que possamos conhecer mais sobre o processo e as referências da artista.

1 – COMO UM TRABALHO COMEÇA?

Não há começos, o que existem são movimentos estéticos, políticos e subjetivos que resultam em uma série de procedimentos, materializados em textos, pinturas, vídeos ou fotografias. São os momentos de fechamento de um trabalho aqueles que mais me interessam. Eles ocorrem quando se instaura uma sensação de satisfação mínima como o resultado.

2 – QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUÊ?

Daqueles que são importantes no sistema das artes é uma tarefa extensa e na qual creio não seria bem-sucedida. No entanto, gostaria de citar alguns artistas que marcam de maneira fundamental minha trajetória. Louise Bourgeois a quem dediquei algumas palavras em minha pesquisa de mestrado, Louise Bourgeois e modos feministas de criar. Dudi Maia Rosa, com quem aprendo a potência da prática artística para elaboração de si. Sobre os teóricos, Norma Telles que constantemente me lembra da importância política da prática artística de mulheres. Suely Rolnik, pela insistente atenção às potências ético-estético-políticas da criação.

3 – O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?

As leituras relacionam-se, em grande medida, com a minha pesquisa de doutorado realizada na FAU-USP. Assim, de maneira ampla, livros que auxiliam a compreender as possibilidades críticas da prática estética feminina contemporânea, na intersecção com a produção do espaço urbano.

4 – QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?

As relações entre as coisas, entre as pessoas, em suas densidades, suavidades, desigualdades, confluências. Interessa-me compreender as formas de relações, nas dimensões política, social, econômica e estética.

5 – O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?

Trabalhos em parceria com o artista multimídia João Mascaro. O coletivo Lâmina, como nomeamos nossa parceria é um ajuntamento de dois para a potencialização das forças de criações estético-políticas de cada um. Instrumento para elaborações poéticas contemporâneas, por meio da sobreposição de mídias audiovisuais. Coletivo para cortar e para ampliar as percepções e as sensações que produzem o universo visível.

6 – QUE SITES VOCÊ COSTUMA VER?

Jornais, revistas acadêmicas, galerias, museus, música.

7 – QUE MÚSICAS VOCÊ OUVE?

Nesse momento, Steve Reich.

8 – QUE EXPERIÊNCIA(S) COM ARTE FOI IMPORTANTE PARA VOCÊ?

A residência fotográfica do ENA Ateliê, realizada com Eustaquio Neves (2015) e a Residência de Artes Visuais do Festival de Arte da Serrinha, com Dudi Maia Rosa e com Carlos Fajardo (2016), abriram inúmeras possibilidades, para formulações estético-políticas. A partir da orientação para a formulação de trabalhos, os artistas criaram inquietações e experimentações visuais, que potencializaram as dimensões políticas de minha produção visual. A realização do mestrado no Departamento de História Cultural da UNICAMP, com a pesquisa “Louise Bourgeois e os modos feministas de criar” (2012-2015). A pesquisa será lançada em livro pela “Coleção Leituras do Corpo”, organizada pela Professora Christine Greiner, em parceria com a editora Annablume. A realização desse trabalho – no qual abordei as obras da artista Louise Bourgeois a partir de uma perspectiva feminista – possibilitou uma ampliação da percepção da arte como uma atividade política, observando as singularidades das práticas estéticas das mulheres.

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