Pedro Ermel participa da exposição SOBRE O QUE PODE SER FAMILIAR – ARTE LONDRINA 4. Enviamos algumas perguntas para que possamos conhecer melhor o processo e as referências do artista.

1. COMO UM TRABALHO COMEÇA?

No meu ver, um trabalho sempre parte de um inquietação, posteriormente você vislumbra como materializar sua inquietação ou ideia, em qual suporte se apresentará ou qual a linguagem/técnica/método/ação/apropriação/gesto/agenciamento onde ele melhor flui. A pesquisa é de extrema importância assim como as referências de outros artistas, trabalhos e coisas do mundo. No contemporâneo não necessitamos da inovação ou da novidade, provavelmente quando tem uma ideia ou uma questão ela já foi trabalhada por outro artista. A experimentação, os esboços, rascunhos, ensaios e os testes também influenciam no nascimento do trabalho muitas vezes a sua ideia inicial muda completamente por meio deles, você escuta o que o trabalho pede e extrai desses experimentos as melhores possibilidades da feitura.

 

2. QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUÊ?

Entre artistas e autores, digitaria uma lista extensa, pois muitos foram e são importantes. Citarei por aqui aqueles que ultimamente influenciam meu trabalho e me instigam o olhar, em sua maioria são artistas que lidam com certa dose de autobiografia em seu processo criativo e seus trabalhos, tendem a trabalhar a narrativa ou esbarram nela, assim como a ficção. Algum deles por aproximações estéticas ou fatura de suas obras, ou apenas por gosto no qual me isentarei de qualquer explicação.

Sobre as primeiras questões ligadas a autobiografia, autorepresentação, narrativa, ficção vejo como extrema importância toda obra de Louise Bourgeois, Leonilson, Arthur Bispo do Rosário, Anselm Kiefer, William Kentridge, Nan Goldin, Alex Cerveny, Vito Acconci, Ragnar Kjartansson, Cindy Sherman, Beuys, entre outros.

Entre os autores vejo Didi-Huberman,  Giles Deleuze, Felix Guattari, Jacques Ranciere,  Vilém Flusser, Gaston Bachelard, Michel Certeau, S. Freud, Aby Warburg, Argan, Christine Freire, Pierre Levy, Christine Mello, Michael Rush, Susan Sontag, Cecilia Almeida Salles….

Na literatura e poesia….Clarice Lispector, Milan Kundera, Franz Kafka, Hilda Hilst, Wislawa Szymborska, Oscar Wilde, Rambaud….

 

3. O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?

A imagem sobrevivente – História da arte e tempos dos fantasmas segundo Aby Warburg – Didi-Huberman.

E não soubrou nenhum – Agatha Christie.

A insustentável leveza do ser – Milan Kundera.

A poética do espaço – Gaston Bachelard.

 

4. QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?

O que ultimamente estou atraído é por paisagens, pinturas de paisagem, a imagem da janela em veículo em movimento. Museus e instituições culturais. O olhar de alguns homens assim como as suas características físicas e vestimentas. O hotel em frente à janela do meu quarto. Relações e relacionamentos conturbados. Imagens em preto e branco. O corpo nu de algumas amigas. Roupas minimalistas de estilistas japoneses. Eventos sócias, como abertura de exposições e feiras. E a vida noturna da cidade de São Pulo. AH tenho gostado muito de cozinhar e de assistir Master Chef.

 

5. O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?

Alguns desenhos com caneta nanquim de ponta fina e pigmento vermelho. Desenhos com poucas linhas com escritos e algumas figurações. Em maioria preservando grande área do papel

 

6. QUE SITES VOCÊ COSTUMA VER?

Não acesso muitos sites, busco mais pelo Google e vou me perdendo em meio a rede e rede sociais.

 

7. QUE MÚSICAS VOCÊ OUVE?

Ai! sério?  Vamos lá, bom… Resumindo de Caetano Veloso e Gal Costa até Rolling Stones e Ravel passando por Sia e Rihanna.

 

8. QUE EXPERIÊNCIA COM ARTE FOI IMPORTANTE PARA VOCÊ?

A visita pela primeira vez em uma Bienal de Arte Contemporânea. Foi na  30 edição da Bienal de São Paulo.