Entrevista com a artista Marília Del Vecchio
Marília Del Vecchio é uma dos 22 artistas participantes da exposição “O espaço sonha o sujeito”.
Enviamos para ela algumas perguntas para que todos nós possamos conhecê-la melhor e saber mais sobre seu trabalho e referências.
COMO UM TRABALHO COMEÇA?
Acho que essa é a pergunta mais difícil. Pensar em como inicia um trabalho dá a entender
que há uma regra, que existe um padrão a ser seguido, quando na verdade cada trabalho
começa de uma forma diferente, muitas vezes relacionado ao que me move naquele
momento, às características de um material, à alguma conversa..
QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUE?
Pina Bausch, Richard Serra, Marina Abramovic e Ulay, Waltercio Caldas, Cildo Meireles,
Joseph Beys
O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO NO MOMENTO?
Alguns textos do Richard Serra, a série de entrevistas do Hans Ulrich Obrist, Salas e
Abismos do Waltercio Caldas e acabei de terminar o livro Mudança, do Mo Yan.
QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?
Ultimamente tenho olhado muito para a arquitetura, para o modo de organização da cidade,
para os desenhos formados pelas flores que caem nas calçadas.
O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?
No momento estou montando uma instalação na Casa do Cactus e iniciei uma série de
múltiplos. Em ambos os trabalho tenho o limite do equilíbrio como questão em si como mote
propulsor do trabalho, o vidro como material principal e de coadjuvantes ferro e tinta.
QUE SITES VOCÊ COSTUMA VER?
Cargo, Vimeo, Mapa das artes, facebook
QUE MÚSICAS VOCÊ OUVE?
Jonnhy Cash e June Carter. The Rolling Stones. Patti Smith. Mariza. Caetano Veloso. Chico
Buarque. Madeleine Peyroux
QUE EXPERIÊNCIA(S) COM ARTE FOI IMPORTANTE PARA VOCÊ E PARA SUA
CRIAÇÃO?
Acho que a mais marcante foi no ano passado quando fiz uma residência no Condomínio
Cultural, que é num prédio que tinha sido escola, depois virou maternidade, chegou a ser
hospital de idosos, até que foi abandonado por muitos anos. E toda a sua história, a relação
do prédio com o seu entorno, no caso a Vila Anglo, que é um bairro proletário no meio da
Pompéia, a troca com os outro artistas, tudo isso foi super importante e foi onde pude
experimentar novas formas e linguagens, o tempo que uma residência propõe possibilita que
o trabalho amadureça, se tem o tempo para experimentar e até para descartar aquilo que
não deu certo.