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– COMO UM TRABALHO COMEÇA?

Normalmente um trabalho surge como um estalo, uma ideia que vale a pena investigar.

Durante a correria cotidiana, somos bombardeados de informações. Cabe ao artista ter consciência de quais ideias valem a pena investigar, levar a fundo a reflexão. Sempre ando com um caderno e anoto qualquer ideia, por mais banal que ela possa parecer. Muitas vezes, ideias de trabalhos que considero incríveis se mostram falhas com poucas questões e outras que parecem bobas, se desdobram em trabalhos que considero valorosos. Um outro procedimento é o desdobramento de um trabalho em outros. Sempre me pergunto, ao finalizar um trabalho, se as questões que ele levanta podem ser respondidas ou questionadas novamente em outros trabalhos. Assim, um trabalho pode surgir a partir de uma insight que será pesquisado, ou desdobramento de um trabalho existente.

– QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUE?

Existem vários artistas que me interessam, com alguns trabalhos que realmente considero valorosos, mas se pensar o corpo da produção e as questões levantadas, elegeria Cildo Meireles, Paulo Bruscky, Duchamp e Joseph Kosuth,. Cildo Meireles por pensar o trabalho a partir do conceito e sedução, Bruscky pela imprevisibilidade dos meios e pela resposta às demandas, Duchamp por me levantar questões sobre quando é arte e Kosuth por sua pesquisa sobre linguagem. Atualmente tenho me debruçado sobre a produção de Mira Schendell, que tem me impressionado bastante (sua relação com a filosofia me interessa muito). Entre os teóricos, escolheria o psicanalista Jacques Lacan, o filósofo Slavoj Zizek, Lorenzo Mammí, Tânia Rivera, Cristina Freire e Ricardo Basbaum.

– O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO NO MOMENTO?

No momento estou lendo alguns livros simultâneos: o catálogo sobre a exposição de Mira Schendell, realizada na Tate Gallery de Londres e na Pinacoteca de São Paulo; o livro Cildo Meireles, lançado este ano pela editora Cosac Naify; O retorno ao Real, de Hal Foster; Conceitualismos do Sul/Sur, de Cristina Freire e Ana Longoni, A história da Arte, de Gombrich e Consciência pelo movimento, de Moshe Feldenkrais.

– QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?

As conversas alheias, as pessoas que são muito diferentes de mim, o comportamento das pessoas em situações inusitadas.

– O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?

Terminei um período de trabalho intenso, com três exposições nos últimos meses, montagem de outras duas e a finalização do meu TCC dia 31/10. Agora estou preparando um trabalho para a exposição de formandos da DaP, e pensando no que fazer o ano que vem.

– QUE SITES VOCÊ COSTUMA VER?

Pragmatismo político (http://www.pragmatismopolitico.com.br/); carta capital (http://www.cartacapital.com.br/); mapa das artes (http://www.mapadasartes.com.br/); blog da boitempo (http://blogdaboitempo.com.br/);  ubu (http://www.ubuweb.com/) e blog da cosac naify (http://editora.cosacnaify.com.br/blog/).

– QUE MÚSICAS VOCÊ OUVE?

Escuto muita música, o tempo todo. Ultimamente estou estudando a produção de Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Tom Zé. Também estou escutando muito uma artista de Belém do Pará, a Dona Onete (é muito bom!). Mas além disso escuto bastante forró (a partir do contato com minha amiga e fotógrafa Katharine Nóbrega, que é da Paraíba e me apresenta muita coisa boa do Nordeste).

– QUE EXPERIÊNCIA(S) COM ARTE FOI IMPORTANTE PARA VOCÊ E PARA SUA CRIAÇÃO?

A principal foi o tempo que frequentei a Divisão de Artes Plásticas, como estagiário e mediador. Sem dúvida as conversas que estabeleci com os artistas que passaram por lá e principalmente com o professor Danillo Villa, foram de fundamental importância para o que entendo como arte (muito obrigado Danillo!). Outra experiência importante foi o contato que travei com os artistas Flávia Junqueria e Bil Lühmann, que se tornaram grandes amigos e que trocaram suas experiências no espaço artístico e a quem recorro quando um trabalho ou decisão parece estagnar. Aproveito aqui pra agradecer aos dois: vocês foram e são muito importantes para mim. Obrigado!

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