Entrevista com o artista Daniel Duda
Daniel durante a montagem de sua exposição aqui na DaP. Foto de Daniel Chaves
Daniel Duda é um artista de Curitiba que está apresentando seus trabalhos na exposição individual “Imateriais” aqui na DaP.
Enviamos para ele algumas perguntas para que nós possamos conhecê-lo melhor e saber mais sobre seus trabalhos e referências:
COMO UM TRABALHO COMEÇA?
Surge de meus questionamentos sobre a vida, suas coisas e suas representações. Quase sempre esse pensamento inicial está relacionado a algum tipo de imagem e é muito conceitual. Eu geralmente penso muito em um trabalho antes de colocá-lo em prática, isso faz com que eu me coloque em um estado constante de “pré-produção”, pois meus trabalhos dependem de muito planejamento para serem realizados.
QUE ARTISTAS OU TEÓRICOS VOCÊ CONSIDERA IMPORTANTES? POR QUE?
Roland Barthes, Tarkovsky (enquanto cineasta e teórico), Lucia Santaella, Vilém Flusser… Como comecei minha produção durante minha faculdade de cinema, acho que minhas referências iniciais em semiótica e fotografia continuam sendo essenciais para minha produção atual.
O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO?
“O que resta”, de Lorenzo Mammì e “História do Olho”, de Georges Bataille.
QUE TIPO DE COISA CHAMA SUA ATENÇÃO NO MUNDO?
As relações ocultas entre as coisas que existem no mundo e fora dele.
O QUE VOCÊ ESTÁ PRODUZINDO AGORA?
Como sempre trabalhei com vídeo e fotografia, ultimamente tenho sentido muita vontade de trabalhar a materialidade das coisas… Gosto muito de pensar objetos através de uma “manualidade intermediada”, me utilizando de objetos digitais mas visando sua construção no mundo. Estou bastante envolvido em impressões 3D no momento.
QUE SITES VOCÊ COSTUMA VER?
Não possuo um site específico que visito regularmente, mas gosto muito de saber as descobertas recentes em termos de arte e tecnologia, pois o que se faz hoje com conhecimentos avançados de computação gráfica e novos materiais é incrível, e nesse sentido há o The Creators Project, um projeto da revista Vice com a Intel que traz muitas discussões interessantes a respeito.
QUE MÚSICA VOCÊ OUVE?
Sou apaixonado por música, portanto esta pergunta é um tanto difícil de responder. Acho que tem muito mais a ver com o estado de espírito do momento. Mas atualmente estou ouvindo muito delta blues e um som mais calmo, como downtempo.
QUE EXPERIENCIA COM ARTE FOI IMPORTANTE PARA VOCÊ?
A minha pesquisa na bolsa produção para artes visuais de Curitiba, desenvolvida em 2008, continua a ser de suma importância para o que venho realizando até hoje. O edital é uma espécie de bolsa residência que permite ao artista produzir com subsídio municipal, acompanhado periodicamente por uma equipe de curadores (geralmente de fora) e, no meu caso, tive a sorte de contar com duas pessoas muito especiais, a Glória Ferreira e o Marcos Hill. Foi genial poder ouvir o feedback de seu trabalho vindo de duas pessoas tão importantes e com tanta referência teórica, era sentar e tentar ouvir (e anotar!) tudo que eles tinham pra dizer, foi realmente incrível.